O Maior Idiota do Mundo?

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Estou no meu escritório quando Noa aparece.

— Com licença, príncipe.

Depois de bater na porta, ele entra calmamente e com um sorriso maroto. Ele usa sempre o príncipe comigo quando está tentando ser brincalhão, porque somos amigos e não temos essas formalidades.

— Ei, Noa.

Abro um rápido sorriso para ele porque logo depois estou espirrando, duas vezes seguidas.

— Melhor ficar afastado se não quiser pegar um resfriado.

— Tudo bem, eu tenho um sistema imunológico forte. Esfriados não tem poder sobre mim. — Noa declara com um gesto de mão, se sentando na cadeira de convidado. — Mas…tem certeza que está bem? É só um resfriado mesmo?

O avalio por um instante, notando a preocupação genuína em seus olhos. Sua simpatia é tão fofa.

— Sim. — afirmo com um aceno. — Se fosse uma gripe, meu poder estaria um pouco descontrolado, de acordo com o curandeiro.

Ou seja, eu estaria congelando as coisas com um toque de mão. Ainda bem que eu não sou de ficar doente, que meu corpo é acostumado com o frio por causa do tempo que morava em uma montanha de gelo.

Sempre agradeço aos céus, todos os dias, por agora morar numa cidade do sol com minha irmã e nossos amigos.

— Ainda bem. — Noa respira fundo. — Me sentiria culpado se você tivesse ficado muito doente.

— Por que culpado?

— Eu que te levei até às crianças da escola. — ele diz como se fosse óbvio. Mas a única coisa óbvia é a culpa presente em seus olhos. — Não sabia que estava tendo um surto de gripe por lá.

— Ninguém sabia, Noa.

Só ficaram sabendo do surto na manhã seguinte, quando várias crianças acordaram doentes, com febre e dor de garganta. Eu tinha sido avisado imediatamente sobre isso, já que brinquei com as crianças doentes e várias delas espiraram sobre mim. Mas só acordei um pouco mal hoje, um dia depois.

— E eu aceitei seu convite, você não me levou obrigado. — digo para Noa com um sorriso. — Eu me diverti muito.

Um pequeno sorriso surge no canto dos seus lábios.

— Eu também. Ah…trouxe um chocolate pra você.

Com um gesto de mão dele, o chocolate surge na minha mesa com um desenho pequeno de um rosto sorridente. E era meu chocolate preferido, com amendoim. Eu adorava esses truques de Noa, ele sempre fazia as coisas sumirem e aparecerem nos lugares que ele queria. Ele fez a diversão das crianças na escola com esses truques.

— Obrigado, Noa.

— Para sumir com seu esfriado e qualquer outra dor ou tristeza. Um chocolate sempre faz bem.

Pego o chocolate da mesa com um sorriso, sentindo uma sensação gostosa no peito por causa do gesto bonito dele. Isso realmente alegrou meu dia.

— Ah, parece que adivinhou, senhor. Tenho que confessar que meu joelho ainda está doendo um pouco e está roxo. — levanto as sobrancelhas com um escárnio brincalhão. — Já que alguém me empurrou sem dó.

As bochechas de Noa ficam vermelhas enquanto uma risada envergonhada lhe escapa.

— Me desculpa, eu sou muito competitivo. Eu tinha que te agarrar…— ele desvia o olhar do meu rapidamente, ainda mais envergonhado. — Quer dizer…pegar…para meu time ganhar.

Solto uma risada.

— Claro que tinha.

Eu tinha ótimas lembranças da visita à escola, principalmente dessa queda em questão. Estávamos brincando de pega-bandeira e quando corri para pegar a bandeira do outro time, Noa veio para cima de mim e me empurrou no chão. Acho que o objetivo dele era agarrar meu braço, mas ele acabou tropeçando e me empurrou e caiu ao meu lado. Tinha sido muito engraçado. Nós gargalhamos bastante quando ele me ajudou a me levantar.

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