love me hard. {shortfic l.s}

capítulo seis

↬ Heart Lips.

— Será que você consegue ser mais discreto?— ele diz, agindo na defensiva. — Eu não quero ser visto com você.

— Você está se escondendo por causa dela.

— Ora, ora, Sherlock Holmes... — Harry o colocou contra a parede, até que sutil, se podemos dizer desta forma. — Se você quer tanto falar comigo, use um pouco de senso.

— Engraçado ter falado de senso.

Harry deixou uma risada escapar, desacreditado.

— Você me tira do sério.

Eles estão numa sala de aula vazia, é hora do intervalo. Não podem ficar muito tempo ali, faltam exatos sete minutos para o sinal bater e todos retornarem. Harry, mais uma vez, vai contra seus dizeres.

— Vamos para o meu quarto.

Antes de sair, Harry tem a certeza que ninguém está nos corredores. Lugar limpo, eles sobem as escadas e correm até o último andar, que dá o caminho para o pátio. Louis fez um sinal para se certificar que também não há ninguém no pátio, e por sorte, estão todos no refeitório.

O internato é grande e muito dividido, fácil de se perder.

Harry abre passagem para que Louis possa entrar. A porta é tracada a chave.

— Será que vão sentir nossa falta?

— Eu não sei — Harry responde. — Eu já estou cheio de faltas mesmo. Uma a mais, uma a menos, não faz diferença. Talvez você que é estagiário, faça.

— Minha próxima aula é daqui duas horas, eu acho.

Harry tirou seu casaco escolar, pendurando no cabide dentro do armário. Afrouxa a gravata, para se sentir menos sufocado, pelo menos nesse sentido. Louis observou Harry, e engoliu seco para não agir de forma presunçosa.

Ele chega perto da penteadeira de Harry. Uns quatro colares de pérolas estão jogados sobre a madeira branca, pincéis sujos de sombra guardados num pequeno utensílio. Duas gravatas borboletas se escondem por ali, assim como as pulseiras rosa e azul. O que mais chama atenção de Louis em meia tanta bagunça, foi uma pequenina paleta de coração, com a sombra pastosa vermelha.

Harry percebeu esse fascínio de Louis.

— Eu uso como batom, as vezes — ele diz, de repente.

— É lindo — Louis pegou a paleta, e se atreveu passar dois dedos nela. Muito pigmentado. Ele olhou para a boca de Harry, e nela havia a mesma cor que há em seus dedos. — Está usando agora.

Sem dizer nada, ele conseguiu demonstrar que não se incomodou com o comentário de Louis.

As coisas estão mais calmas? Sim. Porém, continuam turbulentas. Como entrar no mar com a maré baixa, mas sem o cuidado adequado, você pode se perder do mesmo jeito.

Harry se escora na parede, e sentado na cama, ele abraça os joelhos. Louis sente a liberdade dada e faz proveito.

— Tem falado com Amanda? — Harry nega. — Entendi. Na apresentação de trabalho de vocês, deu para perceber que estavam... Sabe, meio desconectados um do outro.

As expressões dizem o que as palavras se recusam a dizer.

— Sinto muito ter entrado na amizade de vocês, de certa forma. Mas, para ser sincero, eu queria isso bem antes.

Harry franze as sobrancelhas.

— É — Louis prossegue. — Desde aquela viagem para Santa Mônica. Acho que sempre quis, na verdade, ter amizade com você. Me convenci mais tarde de que isso não seria possível, já que não gostava de mim.