Capítulo 4

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Imortal 


Milly


Eu abri os olhos e avistei um teto de pedra clara, como areia do mar. As paredes desse lugar também eram de pedra. Eu estava deitada em cima de uma cama. Onde eu estou? Que lugar é esse? Senti um cheiro intenso de uma flor, que chegava a me queimar por dentro, não da forma que doía, mas da forma que me deixava mais faminta. Eu virei meu rosto, então vi o rosto do desconhecido. Eu me levantei depressa me afastando dele, tão depressa que fiquei chocada. Eu levantei a minha mão direita para empurrar o garoto da minha frente.

Os olhos dele eram de um azul com tons de verde e seu rosto era de uma perfeição extrema! Sua boca rosada se encontrava entreaberta. Era dele que eu senti o cheiro que abrasava o meu corpo e minha garganta.

O garoto perfeito foi lançado para trás com uma força surpreendente e sobre-humana, que me deixou espantada. Ele bateu as costas na parede de pedra e gemeu com a pancada, mas caiu de pé com uma perfeição de um gato. Seus olhos estavam arregalados.

Meu coração doeu ao ver a cena dele sendo lançado para trás, era como se eu também tivesse sendo jogada contra a parede e sentisse a mesma dor que ele, como isso é possível? Sentir tal sentimento por alguém que eu nem conhecia?

— Sinto muito, eu não queria... — minha voz estava rouca, parecia que eu tinha dormido bastante. Eu olhava as minhas mãos querendo saber: De onde vinha essa força surpreendente? Nem cheguei a tocar nele, mesmo assim ele foi lançado para longe de mim.

O garoto lindo de olhos brilhantes se aproximou de mim com a sua mão direita estendida. Meu coração martelava com a sua aproximação.

— Fique onde está — pedi, porque seu cheiro me fazia sentir fome, mas de quê? O que eu era?

Ele parou a dois metros de mim. Ele usava calça jeans e camisa branca, seus cabelos lisos e repicados caíam dos dois lados de seu rosto esculpidamente lindo como de um Adônis.

— Por que Milly? — perguntou parecendo confuso.

— Milly? Esse é o meu nome? Como sabe sobre isso? Por que eu estou aqui? Por que tenho esse poder? — minha voz era alta ao sair naquela cela de pedra, parecia ecoar nas paredes.

Ele suspirou.

— Você se chama Milena Hanson — Seus olhos me avaliavam. — Você era metade humana e metade elfo, mas agora você é vampira, pelo menos acho que é; seu cheiro é o mesmo, mas parece estar diferente — declarou ele com a voz linda, mas um tanto confusa.

Eu sentei na cama ou cairia no chão com as pernas bambas. Eu não me lembrava de nada disso e muito menos do meu passado, eu sendo um elfo e agora vampira? Como isso é possível? Mas como? E por que, ele disse que pelo menos pensa que sou vampira, então eu posso não ser? Se eu não for, então o que eu sou? Ele me olhava com preocupação.

— Você é um vampiro? Foi você que me transformou? — perguntei cerrando os punhos.

— Foi o nosso... — ele se interrompeu com minha fúria, acho que ela irradiava de mim, e pelo jeito que ele estava olhando, o garoto podia ver a onda me cercando.

— Por que não me lembro de nada?

— Você não lembra, porque sua memória foi apagada...

Eu me lancei para ele com uma velocidade sobre-humana e coloquei as minhas mãos no pescoço do garoto, prendendo-o contra a parede, mas em nenhum momento ele se defendeu.

— Você não tinha esse direito — rosnei apertando sua garganta. Mas antes que o fizesse sofrer por ter apagado as minhas lembranças, eu senti uma dor profunda abalar o meu coração, como se eu sentisse a sua dor, era como se machucasse a mim mesmo. Eu gemi e soltei-o e afundei de joelhos no chão.

Eclipse das luasOnde histórias criam vida. Descubra agora