Prisioneira
O mês passou rápido, quando vi já era dezembro, logo seria a festa de ação de graça. Eu tentei não pensar no quanto isso me feria por estar longe da minha família; parte dela estava ao meu lado, mas ainda faltava a outra parte; minhas irmãs e meu pai, John. Os três estavam bem de certa forma, vivendo felizes em Savannah.
Alguns dias depois que eu cheguei da cela em que estava na minha transformação, Alagam veio me visitar com minha avó. Eu estava feliz pelos dois terem vindo me visitar e ainda me considerarem a sua neta, mesmo tendo parte vampira nos meus genes de elfo.
Alagam e Lakisha ficaram furiosos com Johnny e Tay, por terem ficado antes de casarem, o castigo do Johnny seria ficar sem a Tay. Alagam iria levá-la para Isis até o dia do casamento, que aconteceria em Fevereiro. Mas eu senti a dor do Johnny e do Aaron por pensar que isso pudesse acontecer. Os dois sofreriam por ficar longe dela. Aaron se apegou tanto a ela que era como se ela fosse sua segunda mãe. Ele a chamava de mama. Não sentia ciúmes, até gostava disso. Eu dei a desculpa ao Alagam, dizendo que Aaron precisava dela para se alimentar; o que era verdade já que o único sangue que ele bebia era o dela, eu só não sabia dizer o porquê, talvez fosse porque gostava dela.
Alagam colocou um feitiço no Johnny e Tay, se por acaso ela ficasse com Johnny de novo antes de casar, ele viraria cinzas. Johnny tremia na frente dele. Nem parecia que era um vampiro, mas ele nunca lutaria contra o rei Alagam, mesmo se pudesse vencer, ele jamais machucaria alguém que Tay e eu amávamos. Johnny aceitou a condição sem reclamar, apesar de Talila não ter gostado muito, mas não criticou. Mas quem criticaria com a cara feroz do Alagam? Nem eu, aliás.
Aaron continuava a crescer nesse último mês. Eu acordei na manhã de domingo com um aperto no peito; dor, medo e desespero, era tudo isso que eu sentia, e tudo vindo do Aaron. Eu corri para o seu quarto na frente do meu. Aaron estava deitado na cama, mas não estava em cima dela e sim acima dela flutuando. Lembro-me que fiz isso uma vez, quando estava em um pesadelo dentro do corpo do Enzo. Eu gelei por dentro e fui até meu filho e segurei a sua mão. Ele tremia forte, como se tivesse pegando em fio desencapado.
— Aaron, meu amor — chamei.
Ele gritou e caiu de costas na cama e, em seguida, abriu os olhos sentando na cama.
Aaron já era adulto, igual quando eu o via em meu sonho. Seus cabelos estavam na altura do queixo fino com um furinho e estava grudado em seu rosto.
Eu me sentei ao lado dele na cama e toquei o seu rosto lindo. No dia anterior, ele havia ido dormir num corpo de um garoto de quatorze anos, mas agora acordou com um corpo de um garoto de dezessete anos.
— Meu amor, o que foi? — perguntei.
Ouvi arquejo vindo atrás de mim. Sabia que todos já estavam ali, assim como eu, eles ouviram Aaron gritar. Aaron respirava irregular como se tivesse corrido muito em uma maratona. O seu peito musculoso e barriga tanquinho estavam à mostra. Ali, eu vi porque as garotas arquejaram. Coitado dos namorados delas, eles ficariam morrendo de ciúmes.
— Ela chora, ela grita, ela chama... — ele colocou as mãos na cabeça — A dor dela é tão intensa que parece que vai arrancar um pedaço de mim.
Eu peguei a sua mão da cabeça dele.
— Aaron, meu amor, de quem você está falando? — Encolhi-me ao sentir a sua dor. — Quem é ela?
Seus olhos brilhantes estavam molhados.
— — Ele se encolheu e me abraçou. — Quem é ela? E o que ela quer comigo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eclipse das luas
FantasíaSinopse Determinada a enfrentar seu destino, Milena estava confiante de que venceria no final. Mas uma coisa estava tirando seu sono. O que aconteceria quando ela se tornasse imortal? O que ela seria? Vampira, Lobisomem ou Elfo? Milly se lembrará d...