Capítulo 8

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Aviso Inicial:

De todas as histórias que escrevi, esse capítulo, foi de longe, o mais difícil de escrever, e talvez seja o mais difícil de ler. Quem já assistiu o filme, já sabia que isso aconteceria, e sabe também o que vem a seguir, com excessão do final, esse é surpresa! 

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Rodolffo

A gravação no estúdio, acabou se prolongando mais do que esperava, estava tão focado, que acabei me distraindo. Meu relógio estava quebrado e eu esqueci meu celular em minha mesa.

- Lari. – a chamei, fazendo que ela me olhasse. – Quantas horas? – perguntei, e ela pegou o celular, ligando a tela.

- Dez horas. – ela informou e eu arregalei os olhos.

- Ocê tá brincando. – disse assustado, e ela levantou o celular em minha direção. – Que merda! – praguejei, antes de apertar o botão na mesa de som, que me permitia falar com a dupla do outro lado. – Precisamos encerrar.

Estava aflito, passando as mãos pelo meu cabelo, enquanto todos juntavam suas coisas e deixavam o estúdio. Corri até a minha sala, pegando o meu celular, e vendo diversas chamadas perdidas da minha irmã e da minha mãe.

Izabella precisou ir na loja na parte da tarde, e não voltou no estúdio depois do almoço. Se ela estivesse aqui, nunca me deixaria perder a apresentação da Ju.

Sai do elevador, direto no estacionamento, entrando as pressas em meu carro e dirigindo como um louco para o teatro, mas ao chegar lá, só constatei o que eu já esperava. A peça já havia acabado.

Dei vários socos no volante, me sentindo o pior namorado do mundo, por ter perdido uma apresentação tão importante para a Ju. Eu prometi que iria, e falhei novamente,

Voltei a ligar o carro, dirigindo até o meu apartamento, esperando que a encontrasse lá. Estacionei de qualquer jeito, apertando o botão do elevador diversas vezes, como se isso fosse fazer com que chegasse mais rápido.

Quando ele finalmente chegou, eu entrei nele e apertei o botão do último andar, respirando fundo e sentindo minha barriga gelar de nervosismo.

Entrei correndo no apartamento, nem mesmo fechei a porta, só queria vê-la. Por sorte, ela ainda estava no nosso quarto, mas para a minha tristeza, ela fazia as malas.

- Ju. – a chamei, conseguindo e sua atenção. – Me perdoa, por favor.

- Eu não acredito que perdeu minha apresentação, você sabia o quanto era importante pra mim.

- Não vai mais acontecer. – tentei prometer, mas ela se virou com raiva, no rosto, ainda usava a maquiagem do cisne, e as lágrimas marcavam a base clara, seus olhos estavam vermelhos de tanto que havia chorado.

- Você sempre fala isso. – ela gritou. – E eu estou cansada, de batalhar sozinha por esse relacionamento. Se fosse para continuar aqui em Goiânia, seria apenas por você, por nós, e eu faria sem pensar duas vezes, se eu pensasse que somos especiais...

- Nós somos especiais, Ju.

- Então, porque eu me sinto como se estivesse em segundo plano para você? – ela perguntou com a voz fraca pelo choro. – E o que mais me machuca, é que estou me acostumando a ser sua segunda opção. Você nunca fala como se sente, não faz questão de conhecer a minha família e meus amigos, esqueceu a minha apresentação, mesmo sabendo o quanto isso era importante pra mim.

- Ju... - tentei me aproximar, mas ela me afastou, voltando a sua atenção para a mala, fechando o zíper quando terminou de colocar as coisas dentro dela. – Onde ocê vai?

Um diaOnde histórias criam vida. Descubra agora