Capítulo 13

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Rodolffo

- Minha querida. - minha mãe se aproximou da Ju, e a abraçou. - Você foi perfeita, foi emocionante.

- Obrigada, dona Vera. - ela sorriu, retribuindo o abraço tímido da minha mãe.

- Meu Deus, cunhadinha. Você foi perfeita! - Izabella elogiou, antes de também lhe dar um abraço.

Fiquei ali, apenas admirando as três conversarem empolgadas sobre a apresentação de ballet. Alheio ao diálogo das três, quando a Ju se virou para mim sorrindo.

- Você ainda não me disse o que achou. - ela cobrou e eu sorri.

- Foi perfeita, como sempre. - depositei um beijo em sua testa e a abracei pela cintura. - Quer ir pra casa, ou quer sair hoje? - perguntei.

- Quero ir pra casa, tô cansada.

- Tudo bem, querida. - minha mãe disse. - Aproveitamos amanhã, que é aniversário de Rodolffo e comemoramos tudo junto. - ela continuou otimista, e eu tentei não transparecer que estava agoniado.

- Combinado.

As duas se despediram da gente, e a Ju foi até o camarim, trocar de roupa e pegar as suas coisas. Fiquei sentado em um sofá do camarim, enquanto ela terminava de se trocar. A admirando, enquanto a via desfazer o coque dos cabelos, e retirar a maquiagem.

Minha namorada era linda, ficava linda toda produzida, como ficava linda sem nada, usando apenas uma calça jeans básica e camiseta, ela conseguia tirar meu ar.

- Tá me olhando com essa cara porquê? – ela me tirou dos meus pensamentos e eu sorri.

- Só estou vendo o quanto é linda. – ela juntou suas coisas, colocando tudo na bolsa e vindo até mim.

- Tu tá tão diferente hoje.

- Isso é ruim?

- Não. – ela sorriu e passou as mãos pelo meu cabelo. – Eu gosto dessa nova versão.

- Que bom. – a segurei pela cintura e grudei nossos lábios. – Essa versão é a que vai existir de agora em diante. – disse antes de a puxar para um beijo.

Ela sorriu, e me deu um selinho antes de nos separarmos.

- Vamos? – ela chamou, esticando uma mão para mim.

- Vamos. – respondi, entrelaçando os nossos dedos, e caminhando ao seu lado para fora do teatro. - Vou pedir o Uber pra gente. - informei, já com o celular em mãos, enquanto caminhávamo.

- Não veio de carro? - ela perguntou intrigada.

- O pneu estava furado, não quis me atrasar e vim de Uber.

Ficamos na porta do teatro, foi uma série de recusas de vários motoristas, aquilo me deixava ainda mais agoniado, olhava para as horas, e cada vez mais nos aproximávamos das 23:25. Senti o ar faltar dos meus pulmões, uma sensação horrível de impotência, diante de algo tão mais grandioso que nós dois.

Um motorista aceitou nossa corrida, estava a cinco minutos de distância, e eu decidi que aquela era a hora ideal, de finalmente expor meus sentimentos, da forma mais verdadeira que conseguiria, aquela poderia ser a minha última chance.

- Eu te amo. – me declarei, chamando a sua atenção.

- Eu te amo também. – ela sorriu e acariciou meus dedos, que estavam entrelaçados com os seus.

- Eu preciso te contar o porquê. - falei num fio de voz e ela me olhou confusa.

- Não entendi.

- Preciso te contar o por que eu te amo. - me expliquei e ela assentiu, com um sorriso nos lábios. - Juliette, eu te amo desde que te conheci, mas não me permiti sentir isso verdadeiramente até hoje.

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