Capítulo 9

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Meu pai sempre foi muito grosso e firme comigo, de toda a minha vida não existe uma boa lembrança de nós dois juntos.

Eleonor permanece onde está me analisando e tentando adivinhar no que estou pensando.

- O que está passando na sua cabeça? - Ela me olha atenta.

- Não sei... é que eu não sei porque meu pai me trata dessa forma, desde pequeno tento dar meu melhor e parece que nunca é suficiente para ele. - Me ajeito no assento de forma mais relaxada.

- Você já tentou sentar e conversar com calma, se abrir assim como você está fazendo comigo?

- Não consigo. - Nego com a cabeça

- Assim fica impossível de você tentar entender algo e de vocês se entenderem. - Eleonor encosta sua mão de forma carinhosa na minha coxa e quando percebe o que fez puxa rapidamente a mão para si.

- Desculpa!

- Não precisa se desculpar por isso, eu gostei do seu toque.

-Não quero me envolver nos seus problemas pessoais, obrigado por me trazer novamente para casa. - Ela abre a porta do carro e se afasta rapidamente como se eu fosse o diabo.

Eu estou com a cabeça pesada demais para lidar com Eleonor agora, buzino e vou embora. Minha mãe me mandou mensagens pedindo para que eu fosse dormir na casa dela, só que não vou.

Passei tempo demais provando ser o melhor em tudo e resolvendo problemas que nunca foram meus, está na hora de olhar somente para mim.

Estaciono na garagem e subo, vou descansar o máximo que eu puder, amanhã começo meu primeiro dia na empresa.

Eleonor Negovi

Eu não queria ter tratado o Otávio daquela forma, mas foi o meu lado mais racional pedindo para que eu fosse embora daquela situação, deixei as emoções me levar e agi por impulso. Me aproximar de alguém e principalmente de homem não está nos meus planos.

Conheço Arnaldo, pai do Otávio a alguns meses, aparenta ser um bom homem mas arrependido de suas ações. Até hoje não havia conhecido sua esposa Cecília, eu sabia desse lado espalhafatoso e alarmante dela mas não de alguém esnobe e sem educação.

Assim que entro dentro de casa me sinto segura e protegida, mando uma mensagem pedindo desculpa para o senhor Arnaldo, tomo meu remédio e me deito para dormir.

Meu dia começa às 7h da manhã, tomo meu banho e desço, meus pais já estão sentados tomando café da manhã.

- E aí, filha, como foi?

Eu pensei seriamente se contaria ou não o que realmente aconteceu, mas conhecendo bem minha mãe até sei sua reação e não seria nada legal.

- Tranquilo mãe. Eu já vou indo, vejo vocês mais tarde.

QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora