Capitulo 15

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Eu acreditei no meu instinto uma vez e ela estava bem errada. Me dediquei, cuidei e o que recebi de volta foram coisas cruéis, e manter isso novamente em mim mesma está sendo difícil, é uma construção diária e quero realmente ter de volta aquele poder de sentir que as mulheres tem e confiar de olhos fechados na intuição.

Por que querer amar alguém tem que doer? Isso deveria falar mais sobre o outro do que si mesmo, mas sempre acaba respingando em nós mesmos.

Otávio se despede rapidamente e vai embora.

Ligo para minha mãe avisando para adicionar um prato a mais no jantar, não falei quem iria, ela está achando que é a Nic. Não vou falar que é um convidado novo, quero ver o rosto de surpresa dela e do meu pai.

E se meu pai fizer algo que ele não coma ou tenha alergia? Decido ligar para saber. 

Chama a primeira vez e ele não atende, será que estou incomodado? Na segunda vez acho melhor desligar e então escuto a voz dele, meu coração dá gritinhos de felicidade igual a típica adolescente no fundamental quando a paixonite da um singelo olhar pra ela e já começa criar a maior fanfic que existe.

- Oi, Ona. 

- Ona? - franzo a testa, acho que ele deve estar enganado, que vergonha!

- Eu sei que é você Eleonor mas pra simplificar prefiro te chamar assim. Pode me chamar de Ota. - Parece que ele ouviu meus ensamentos ou foram os 10 segundos mais longos de silêncio e ele entendeu que fique constrangida.

- Nossa, é bem parecido, a diferença é uma letra. - Sorri de maneira aliviante e soltei de forma leve a respiração que estava segurando.

- Na verdade, estava pensando nisso enquanto escolhia um apelido para você.

- Enfim, não quero tomar muito do seu precioso tempo. Você tem alguma restrição alimentar? - Não vou ficar de conversinha, preciso ser direta.

- Gosto de ouvir sua voz, pode tomar o quanto você quiser e eu como o que você quiser.- Senti uma malicia gostosa em sua voz.

Eu parei um pouco depois dessa afirmação, esse cara vai me deixar louca. Na verdade, acredito que já estou. 

- Não fala essas coisas. Eu não sabia que você é um milionário sem frescura. 

- Tenho algumas frescuras, não posso mentir, mas não é com comida. - Ele da uma risadinha irônica que sincermente eu não entendi muito bem.

- Ótimo! - Escuto vozes no ambiente que Otávio está. 

- Ona, preciso voltar ao trabalho, até mais tarde, beijos. - Percebo risadas abafadas.

- Bom trabalho, até mais tarde, beijos Ota. 

OTAVIO

Estou perdido por essa mulher e nem sei disfarçar. 

- Oi amooooor! - André fala enchendo meu saco, o infeliz estava aqui

- Eu nem a conheço direito ainda, calma ai. - Fico refletindo sobre o quanto Ona é misteriosa, talvez no jantar eu consiga descobrir algo.

- Tudo bem. quando se sentir pronto apresenta ela pra gente.

Eu sinto que ela é especial, só que eu não sei se é a carência que me faz ter esses pensamentos porque tá sendo tudo a primeira vez pra mim e o sentimento é bom.

- Parece que o negócio é sério mesmo, você está com muita cara de apaixonado e isso me deixa preocupado, porque nunca te vi assim. O papo de morrer solteiro, sem filhos e família ainda está de pé?

- As pessoas mudam, meu irmão!

Nem eu mesmo estou acreditando nessas palavras, até uns meses e dias atrás se alguém me contasse sobre isso minha reação seria rir. Eu nunca amei ou cheguei a me importar de fato por alguém e por mais que seja algo muito frio de se falar, eu só não queria abrir esse espaço afetivo e para que uma outra pessoa pudesse me machucar. 

Só que com ela é diferente, não sei denominar meus sentimentos, pelo menos não agora, mas eu sei que gosto de ficar perto dela, de ouvir a voz doce e calma, sentir os olhares e o sorriso, isso me faz flutuar como se não houvesse mais nada no mundo, apenas eu e ela. Como alguém pode se apaixonar sem ao menos ter beijado ou ter feito sexo, não sei se isso é possivel. Mas, por ela estou afim de descobrir.

QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora