Estaciono em frente a uma loja de floricultura BELA FLOR.
Olho para o lado e Eleonor está dormindo tão tranquila que nem parece que houve aquele episódio.
Chamo ela duas vezes e cutuco, até que abre os olhos assustados e se recolhe onde está sentada.- Desculpa, não queria te acordar, mas já chegamos. - O olhar tímido e sem graça surge no rosto doce daquela mulher.
- Obrigado por tudo. Estou te devendo um café.
Minha mãe sempre nos ensinou a ser um bom homem. Me levanto e abro a porta do carro. Os enormes olhos azuis me deixaram intrigado, o que essa garota tem? Quem é Eleonor?
- Olha, não precisa fazer essas coisas. Eu posso fazer sozinha. - Suavidade e tranquilidade sai na voz dessa mulher.
- Eu sei, apenas estou querendo ser gentil e te ajudar, não me custa nada fazer isso.
Eleonor sai do carro, bato a porta do carro e me viro para ela.
- Enfim, obrigado. - Fala sem jeito.
- Então esse lugar é seu?
- Sim, minha floricultura. Não é porque é meu lugar, mas é simplesmente perfeito. Lá dentro tem um lugar com mesas que servem bebidas, nada alcoólico.
- Parece um lugar adorável pra ler um livro.
- De preferência romance. - A voz sai animada e sorri.
- Sou amante dos livros e acredito que você também.
- Digamos que foi um dos pilares pra me manter de pé.
- Agora você de fato me deixou mais ainda intrigado, você é um poço de mistério Eleonor.
- É porque não nos conhecemos.
- aparentemente estamos nos conhecendo. E não é por isso, o seu olhar é tão marcante.
Eu vejo ela sorrir e depois todo o brilho sumir.
- É melhor não me conhecer. Obrigado novamente e fique a vontade pra visitar meu estabelecimento.
Geralmente eu não levo fora de mulheres, muito pelo contrário eu que dou fora em mulheres. Eleonor me pegou de surpresa.
- Desculpa se falei algo de errado ou faltei com respeito.
- Não, não, você entendeu errado. Você foi decente e me respeitou. Só não quero conhecer alguém.
- Nem como amigo? - Vejo um sorriso tímido brotar no seu rosto.
- Bom, você não me parece um cara que sai fazendo amizade por aí com estranhos.
- Sempre tem a primeira vez. Então, amigos?
- Colegas. - Ela estenda a pequena mão.
- Amigos. - Seguro sua mão firme e me perco novamente naqueles olhos.
- Quem é você? - Uma voz autoritária surge atrás de Eleonor.
- Mamãe, que susto. - Ela solta minha mão e se vira pra mãe. - Esse é Otávio, meu... - Ela demora alguns segundos antes que ela fale algo.
- Amigo. - Me intrometo. - Eleonor está me contando como ela adora romance.
- Minha filha não costuma dividir isso com qualquer um.
- Porque eu não sou qualquer um, sou amigo dela.
- Eu tô de olho.
- Mamãe! - A filha repreende a mãe que sorri.
- Terminei os arranjos de lírios e fechei a loja pra você.
- Tudo bem, obrigada.
A voz da Eleonor é muito bom de ouvir, calma, tranquila e doce. O sorriso meigo e o olhar traiçoeiro é o que me deixa curioso.
- Não foi pra aula de natação?
- É uma longa história, depois te conto, preciso que o papai pegue meu carro. - Ela me olha e logo entendo que são as chaves que ela quer e as entrego. - Eu tomei o remédio de ansiedade e tô um pouco sonolenta.
Eu vi que ali não me cabia mais e descido ir embora.
- É melhor eu ir, mas qualquer dia passo aqui pra ler um bom livro.
- Tudo bem, fique a vontade e obrigado por tudo.
- Então vou indo.
Me despeço com um aceno e vou embora.
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QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)
RomanceEleonor Negovi Delmont, está tentando recomeçar novamente. Otávio Pimental Castro, está focado na sua vida profissional e não abre mão dela por ninguém. Ele não sabe do passado dela. Ela esconde de todos o passado. Ele mulherengo e fugindo de relac...