capítulo 5

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Estaciono em frente a uma loja de floricultura BELA FLOR.
Olho para o lado e Eleonor está dormindo tão tranquila que nem parece que houve aquele episódio.
Chamo ela duas vezes e cutuco, até que abre os olhos assustados e se recolhe onde está sentada.

- Desculpa, não queria te acordar, mas já chegamos. - O olhar tímido e sem graça surge no rosto doce daquela mulher.

- Obrigado por tudo. Estou te devendo um café.

Minha mãe sempre nos ensinou a ser um bom homem. Me levanto e abro a porta do carro. Os enormes olhos azuis me deixaram intrigado, o que essa garota tem? Quem é Eleonor?

- Olha, não precisa fazer essas coisas. Eu posso fazer sozinha. - Suavidade e tranquilidade sai na voz dessa mulher.

- Eu sei, apenas estou querendo ser gentil e te ajudar, não me custa nada fazer isso.

Eleonor sai do carro, bato a porta do carro e me viro para ela.

- Enfim, obrigado. - Fala sem jeito.

- Então esse lugar é seu?

- Sim, minha floricultura. Não é porque é meu lugar, mas é simplesmente perfeito. Lá dentro tem um lugar com mesas que servem bebidas, nada alcoólico.

- Parece um lugar adorável pra ler um livro.

- De preferência romance. - A voz sai animada e sorri.

- Sou amante dos livros e acredito que você também.

- Digamos que foi um dos pilares pra me manter de pé.

- Agora você de fato me deixou mais ainda intrigado, você é um poço de mistério Eleonor.

- É porque não nos conhecemos.

- aparentemente estamos nos conhecendo. E não é por isso, o seu olhar é tão marcante.

Eu vejo ela sorrir e depois todo o brilho sumir.

- É melhor não me conhecer. Obrigado novamente e fique a vontade pra visitar meu estabelecimento.

Geralmente eu não levo fora de mulheres, muito pelo contrário eu que dou fora em mulheres. Eleonor me pegou de surpresa.

- Desculpa se falei algo de errado ou faltei com respeito.

- Não, não, você entendeu errado. Você foi decente e me respeitou. Só não quero conhecer alguém.

- Nem como amigo? - Vejo um sorriso tímido brotar no seu rosto.

- Bom, você não me parece um cara que sai fazendo amizade por aí com estranhos.

- Sempre tem a primeira vez. Então, amigos?

- Colegas. - Ela estenda a pequena mão.

- Amigos. - Seguro sua mão firme e me perco novamente naqueles olhos.

- Quem é você? - Uma voz autoritária surge atrás de Eleonor.

- Mamãe, que susto. - Ela solta minha mão e se vira pra mãe. - Esse é Otávio, meu... - Ela demora alguns segundos antes que ela fale algo.

- Amigo. - Me intrometo. - Eleonor está me contando como ela adora romance.

- Minha filha não costuma dividir isso com qualquer um.

- Porque eu não sou qualquer um, sou amigo dela.

- Eu tô de olho.

- Mamãe! - A filha repreende a mãe que sorri.

- Terminei os arranjos de lírios e fechei a loja pra você.

- Tudo bem, obrigada.

A voz da Eleonor é muito bom de ouvir, calma, tranquila e doce. O sorriso meigo e o olhar traiçoeiro é o que me deixa curioso.

- Não foi pra aula de natação?

- É uma longa história, depois te conto, preciso que o papai pegue meu carro. - Ela me olha e logo entendo que são as chaves que ela quer e as entrego. - Eu tomei o remédio de ansiedade e tô um pouco sonolenta.

Eu vi que ali não me cabia mais e descido ir embora.

- É melhor eu ir, mas qualquer dia passo aqui pra ler um bom livro.

- Tudo bem, fique a vontade e obrigado por tudo.

- Então vou indo.

Me despeço com um aceno e vou embora.

QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora