Capítulo 6

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Desisto de ir pra o Clube, aconteceram muitas coisas e isso me deixou desanimado.
Passei tanto tempo sem sexo que acho que já me acostumei.

Úrsula me ligando.

- Oi

- Ota, mamãe disse que é pra você vir pra o jantar de comemoração.

- Só me diz se ela chamou muitas pessoas.

- O que você acha? Senhora Cecília é de fazer algo reservado desde quando? - Sua voz sai cansada.

- Porra, eu odeio essas pessoas. - Minha mãe e essa mania de enfiar gente que nem conhecemos dentro de casa.

- A gente pode aprontar algo se quiser. - Ela da uma risada maligna.

- Pirralha, vai estudar.

- Eu não sou criança, idiota. - Fala brava e desliga.

Quando as coisas acontecem é tudo de uma vez, primeiro Eleonor e agora minha mãe com um papo de jantar, as vezes minha mãe passa do normal, extrapola na verdade, meu pai que não fica muito feliz com isso.

Pensando bem, é uma boa isso mesmo, eu agora sou o presidente da empresa e preciso me enturmar com os empresários.

Eu tenho um apartamento no centro da cidade, passo a maior parte do tempo lá, só que minha mãe faz tanto drama que duas vezes na semana os filhos se reúnem e dormem lá.

Somos todos solteiros, gostamos de curtir e sair, ter como única responsabilidade apenas o trabalho.

Estaciono o carro na garagem e subo pra meu apartamento. É grande e as vezes me sinto sozinho, mas gosto da minha companhia.

- Alexa, acenda as luzes.

Ganhei de natal da Úrsula uma Alexa, no início achei ridícula, coisa de gente preguiçosa. Só que a funcionalidade dela é pra facilitar, como a minha vida é muito corrida acaba otimizando o tempo.

Tomo um banho e me visto antes que me atrase, Dona Cecília odeia atrasos e eu bem que poderia fazer isso só pra irritar ela, mas filho de peixe, peixinho é.

Da minha casa até a da minha mãe é 1h, chego com antecedência o pessoal ainda estão organizando o salão de festa, sinceramente minha mãe inventa cada coisa.

Sabe milionária e essa mania de esbanjar pra os outros? Cecília, esse é nome dela.

Estaciono e entro na enorme casa onde fui criado, a casa dos Pimentel.

- Mãeeeeee. - Grito por ela na sala. - Já cheguei.

- Da pra gritar mais alto? Ninguém ouviu você, otário. - Minha irmã fala com sarcasmo e me dá língua.

- Enfia no seu c... - E meu pai chega bem na hora.

- Isso são modos de um Pimentel?

- Aí pai, estamos em casa e é com a idiota da Úrsula, então não tem problema.

- Vai se ferrar. - Ela fala subindo as escadas com passadas fortes com raiva, começo a rir da forma como perde a linha fácil.

- Isso não tem graça, você é o exemplo deles e agora presidente, então honre a porra daquela cadeira e seja o melhor.

- Você nunca me deixou esquecer de que eu deveria fazer o certo por eles, ser o melhor por eles, "Otávio, não pode errar", "Otávio, seja mais duro com suas palavras" eu só tinha 13 anos porra.

Saiu de perto do meu pai o mais rápido possível. Não temos uma boa relação e isso é notável, minha infância, pré adolescência, adolescência e juventude foi um inferno pra mim, eu tive que me tornar o irmão mais velho rápido demais.

Então não tive tempo de brincar, conhecer pessoas diferentes, fazer amizades com as crianças do condomínio, isso tudo foi meu pai com medo de que crescesse um fracassado.

Sempre fui bom em tudo, pra ser mais exato, tinha que ser perfeito.
Meus irmãos não sofreram tanto assim, tiveram uma infância normal, as vezes acho que meu pai me odeia, ele me rejeita e isso eu tive que aprender a lidar com o tempo e hoje não me machuca.

Subo as escadas e vou pra o quarto da minha mãe. Diferente do meu pai ela sempre esteve presente quando podia.

- Oi meu amor. - Ela fala calma.

- Posso deitar na sua cama?

- Claro que pode, o que aconteceu, Ota? - Me olha preocupada.

- Algumas coisas, mas logo passa.

- Estou aqui com você meu bebê, eu te amo. - ela me abraça e sorri carinhosamente. Tiro o sapato e me aninho em sua cama e descanso um pouco, eu não tenho boas lembranças do passado.



QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora