Capítulo 10

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Vou embora logo, antes que minha mãe perceba que estou mentindo, conhecendo bem dona Sônia ela é capaz de arrancar os cabelos da mãe de Otávio e mesmo que aquela mulher esteja merecendo, não estou afim de arranjar problemas.

Pego meu carro, tomo meus medicamentos e sigo para a loja.

Organizo tudo e coloco a plaquinha de aberta. Aqui as horas passam voando, eu adoro a paz que sinto.

O movimento está devagar e aproveito pra ler um romance no Kindle.

Todas as vezes em que chega cliente o sino que está acima da porta faz barulho, é um meio que encontrei para ficar atenta e me preparar para quem estiver se aproximando.

- Pirua, você some e não me conta absolutamente nada do que aconteceu com você, tenho que receber recadinhos da tia Sônia, que tipo de amiga você é? - Nic fala de maneira exagerada entrando na loja.

- Ai amiga, aconteceram tantas coisas que ainda estou processando.

- Pois é, aconteceram tantas coisas que você nem sequer cogitou em contar para sua única e melhor amiga? - Fala com as mãos na cintura e com o olhar de brava.

- Deixa de ser dramática, se continuar não conto o que aconteceu e está acontecendo. - Fecho meu Kindle e coloco no balcão.

- Você é uma safada pilantra mesmo. Conta logo e quero em mínimos detalhes.

Enquanto eu contava tudo em mínimos detalhes, Nic tentou falar algo mas não deixei.

- Agora você pode dar sua opinião. - Bebo um pouco de água e vejo ela respirar fundo.

- Como assim tem um homem na história? Me fala o endereço dessa mulher mal amada pra ela ver com quem se meteu.

- Nic, o Otávio é um cara legal e depois de tanto tempo eu consegui ficar sozinha com um homem sem ser meu pai. - Vejo os olhos castanhos e grandes encherem de lágrimas.

- Eu não sei o que você sente quando está perto de um homem, o quanto se sente insegura, indefesa e com medo, mas posso imaginar e te ouvir falar isso sobre esse Otávio me faz soltar fogos por dentro de felicidade. - Pega minha mão de forma carinhosa e faz carinho, toda emocionada.

- Eu sei, mas quando percebo que estou perto demais o meu lado alerta é ligado e corro como se o cara fosse um terrível criminoso ou tivesse uma doença contagiosa.

- Entendo, são coisas que você deve levar para a terapia. Não pode deixar os traumas do passado te fazerem de refém no presente e muito menos no futuro.

- Estou trabalhando nisso.

- Isso é bom. Mudando de assunto, essa víbora chamada Cecília merece uns puxões de cabelo. - A voz dela sai como se de fato fosse fazer isso e eu não duvido que se um dia Nic se encontrar com dona Cecília ela continue com algum fio de cabelo.

- Nem me fala, eu preferi não contar pra minha mãe, porque ela é capaz de fazer isso.

- Se a tia precisar de ajuda, pode contar comigo.

- Já chega de violência e confusão.

- Ela precisa de uma boa lição de alguém pra colocar ela no lugar e com educação, descer ao nível daquela mulher vai fazer você ser igual a ela.

- Quem diria uma velha, ricaça desse jeito.

- O dinheiro sobe a cabeça, Nic.

- Isso é verdade. Me conta, tem o número do Otávio?

- Eu não!

Às vezes acho que a Nicole não bate bem da cabeça, imagina eu pedindo o número de homem pra ficar de conversinha. Talvez seria legal ter o número dele para conversar uma vez ou outra, mas nada demais.

QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora