Otávio Pimental
Estava tudo perfeito, até chegar na parte onde está um trânsito horrível.
Nada tira minha paciência hoje, as meninas estão me esperando no club.O que essa doida tá fazendo?
O trânsito começa a andar e essa garota simplesmente sai do carro. Buzino várias vezes, mas ela não dá a mínima atenção, parece que tá drogada, era só o que me faltava ter que resolver isso.
Vou até a moça pra verificar se está tudo bem. Me aproximo dela que está com a respiração ofegante e com a mão no peito.
- Está tudo bem? - Ela se vira e me olha assustada, seus olhos estão vermelhos e as pequenas narinas afiladas estão abrindo e fechando de forma desregulada.
- Não. - Fala baixo se afastando de mim.
Puta que pariu!
Algo me diz que isso é crise de ansiedade, eu ando prevenido e tenho remédios no carro.
Pego o remédio e minha garrafa térmica e volto pra onde a moça está.
- Aqui, Alprazolam. - Estendo a mão e ela me olha de forma desentendida.
- Sou farmacêutico. - Vejo o alívio nos olhos. Ela engole o medicamento e começa a chorar.
Eu não sei como agir ou o que fazer. O trânsito está em movimento e não sei o que fazer.
Me aproximo na tentativa de conforta-la, mas a o afastamento novamente.
- Olha, preciso que você me ajude moça.
Eu não sei o que você está sentindo, mas o pessoal quer fazer o uso da via. Quero que você entre no meu carro, ok? Ele está atrás do seu. Eu vou encostar o seu e depois o meu.Ela não fala nada, apenas se afasta de forma lenta, como se estivesse tentando ser forte pra andar até o carro, eu até ajudaria mas não me deixa tocar nela.
Assim que ela entra no meu carro, adentro o dela e passo o olhar rapidinho em tudo e vejo vários cartões de uma floricultura, BELA FLOR, deixo o carro no acostamento e faço o mesmo com o meu, aparentemente ela está mais "tranquila" o choro não cessou, mas a respiração está ficando mais tranquila.
- Me chamo Otávio.
- Eleonor. - Tenta dar um sorriso forçado.
- Tudo bem, Eleonor. Tem alguém que possa vir buscar seu carro depois? Eu posso te deixar em casa.
Ela respira fundo e solta o ar. Fica alguns minutos com os olhos fechados e então abre.
- Muito obrigado pela ajuda, mas não precisa me deixar em casa.
- Como não? Você teve uma crise de ansiedade e quer pegar no carro mesmo assim? E você fez o uso do medicamento, vai te deixar sonolenta o que pode acarretar em um acidente. - Talvez eu esteja me importando demais com essa garota, tem mulheres me esperando pra fuder e eu aqui me preocupando com a Eleonor.
- Vira essa boca pra lá, eu heim. Tá, tudo bem.
- Coloca o endereço aqui. - Entrego meu celular no GPS e sigo a rota da casa dela.
Minha família sempre foi de se preocupar uns com os outros, principalmente quando o assunto é doenças, somos muito prestativos.
O caminho todo ela vai em silêncio, aos poucos vai se aconchegante no banco do carro e encontra uma posição confortável e dorme profundamente.
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QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)
RomanceEleonor Negovi Delmont, está tentando recomeçar novamente. Otávio Pimental Castro, está focado na sua vida profissional e não abre mão dela por ninguém. Ele não sabe do passado dela. Ela esconde de todos o passado. Ele mulherengo e fugindo de relac...