capítulo 4

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Otávio Pimental

Estava tudo perfeito, até chegar na parte onde está um trânsito horrível.
Nada tira minha paciência hoje, as meninas estão me esperando no club.

O que essa doida tá fazendo?

O trânsito começa a andar e essa garota simplesmente sai do carro. Buzino várias vezes, mas ela não dá a mínima atenção, parece que tá drogada, era só o que me faltava ter que resolver isso.

Vou até a moça pra verificar se está tudo bem. Me aproximo dela que está com a respiração ofegante e com a mão no peito.

- Está tudo bem? - Ela se vira e me olha assustada, seus olhos estão vermelhos e as pequenas narinas afiladas estão abrindo e fechando de forma desregulada.

- Não. - Fala baixo se afastando de mim.

Puta que pariu!

Algo me diz que isso é crise de ansiedade, eu ando prevenido e tenho remédios no carro.

Pego o remédio e minha garrafa térmica e volto pra onde a moça está.

- Aqui, Alprazolam. - Estendo a mão e ela me olha de forma desentendida.

- Sou farmacêutico. - Vejo o alívio nos olhos. Ela engole o medicamento e começa a chorar.

Eu não sei como agir ou o que fazer. O trânsito está em movimento e não sei o que fazer.

Me aproximo na tentativa de conforta-la, mas a o afastamento novamente.

- Olha, preciso que você me ajude moça.
Eu não sei o que você está sentindo, mas o pessoal quer fazer o uso da via. Quero que você entre no meu carro, ok? Ele está atrás do seu. Eu vou encostar o seu e depois o meu.

Ela não fala nada, apenas se afasta de forma lenta, como se estivesse tentando ser forte pra andar até o carro, eu até ajudaria mas não me deixa tocar nela.

Assim que ela entra no meu carro, adentro o dela e passo o olhar rapidinho em tudo e vejo vários cartões de uma floricultura, BELA FLOR, deixo o carro no acostamento e faço o mesmo com o meu, aparentemente ela está mais "tranquila" o choro não cessou, mas a respiração está ficando mais tranquila.

- Me chamo Otávio.

- Eleonor. - Tenta dar um sorriso forçado.

- Tudo bem, Eleonor. Tem alguém que possa vir buscar seu carro depois? Eu posso te deixar em casa.

Ela respira fundo e solta o ar. Fica alguns minutos com os olhos fechados e então abre.

- Muito obrigado pela ajuda, mas não precisa me deixar em casa.

- Como não? Você teve uma crise de ansiedade e quer pegar no carro mesmo assim? E você fez o uso do medicamento, vai te deixar sonolenta o que pode acarretar em um acidente. - Talvez eu esteja me importando demais com essa garota, tem mulheres me esperando pra fuder e eu aqui me preocupando com a Eleonor.

- Vira essa boca pra lá, eu heim. Tá, tudo bem.

- Coloca o endereço aqui. - Entrego meu celular no GPS e sigo a rota da casa dela.

Minha família sempre foi de se preocupar uns com os outros, principalmente quando o assunto é doenças, somos muito prestativos.

O caminho todo ela vai em silêncio, aos poucos vai se aconchegante no banco do carro e encontra uma posição confortável e dorme profundamente.

QUASE CASANDO (DOIDO PARA CASAR 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora