🦋Cap19🦋

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Eu estava lendo meu diário antigo no meu quarto, quando me deparei com algo que escrevi quando tinha quinze anos. Tentando não chorar olhei para o teto, eu não sabia que aquilo ainda me afetava tanto ao ponto de me fazer chorar como uma pequena criancinha. No momento em que eu estava com dor de cabeça de tanto chorar meu tio entrou no quarto. O estranho foi que ao perceber o meu diário em minhas mãos me olhou com tristeza e veio até mim, se sentando na cama ao meu lado.
- Sei que isso possa parecer invasivo, e peço desculpas pela sua irmã.- Disse me abraçando e deixando um beijinho no topo da minha cabeça.
- Do que o senhor está falando?- Perguntei confusa após sua fala.
- Sua irmã me mostrou o que está escrito ai.- Ele disse, e rapidamente me levantei da cama me afastando dele.
- Ela fez o que?- Perguntei sentindo meu coração doer e os meus olhos queimarem. Quanto mais eu pensava, mais doía e mais lágrimas rolavam.
- Querida, quando iria me contar sobre isso?- Senti meu sangue subir à cabeça. Ela não tinha esse direito.
- Talvez, quando eu me sentisse confortável? Ela não tem o direito de invadir a minha privacidade assim! Isso é uma coisa minha, e nenhum de vocês precisa saber se eu não quiser!- Disse enxugando as minhas lágrimas.
- Querida o que aconteceu com você, o que ele fez com você, foi muito grave, você deveria sim ter nos contado. Se tivesse o feito enquanto acontecia, nós poderíamos ter te ajudado.- Ele diz se levantando da cama.
- Claro, você acha que é super fácil contar esse tipo de coisa pra alguém, não é titio!?- Não aguentando mais aquela conversa sai do quarto e me tranquei no banheiro. Eu precisava pensar, Johnny viria me buscar daqui algumas horas e eu quero que o dia com ele hoje seja perfeito.

Quando Johnny chegou, foi quase impossível disfarçar a minha tristeza. Eu estava muito chateada, principalmente com Viviany, por ter contado para o titio sobre aquilo. Johnny ao perceber, me perguntou o que estava me incomodando, mas eu disse que não queria conversar. Ele pareceu ficar chateado com aquilo. Mal chegamos em sua casa e eu já estraguei o nosso dia com os meus problemas idiotas.

Estúpida!

- Quer subir amor?- Johnny perguntou beijando o meu pescoço. Eu sabia o que ele queria, não estava afim, não depois do que aconteceu hoje de manhã. Eu não queria, mas aquilo acabou com o meu dia. Acho melhor eu voltar para casa, não quero acabar brigando com Johnny por causa disso.
- Me desculpa, pode pedir um táxi para mim? Não estou bem, e não quero acabar tratando você mal, então é melhor eu ficar longe.- Ao terminar a minha frase, percebo o quão dramática estou sendo.
- Mas... O que diabos eu fiz de errado?- Johnny perguntou parecendo chateado.
- Nada Daddy, só estou de mau humor.- Digo e Johnny me olha esquisito.
- Não minta para mim, sei que aconteceu alguma coisa. Por que não quer me contar querida?- Me aproximei de Johnny e toquei seu rosto. Eu preciso disso, preciso mesmo conversar, ou irei acabar explodindo e magoando ele.
- Quer mesmo saber, Johnny?- Perguntei acariciando sua barba rala. Ele apenas assentiu como resposta.
Me sentei no sofá, e ele se sentou ao meu lado. Ele me olhava de uma maneira tão fofa, quase não resisti à vontade imensa de o beijar. Mas sei que se o beijasse, acabaríamos na cama e não teríamos uma conversa.- Eu nunca te contei isso, quase ninguém sabe. Quer dizer, meu tio ficou sabendo recentemente que o motivo dos meus transtornos psicológicos, voltou a me atormentar. Quando eu estava começando o ensino médio, comecei a me relacionar com um garoto do terceiro ano. Eu sinceramente não sabia o que estava fazendo. Eu não era muito popular na escola, e ele disse que gostava disso. Eu acabei gostando dele, mas não estava apaixonada, porque eu sabia exatamente que tipo de garoto ele era. Mas mesmo sabendo, relaxei e me deixei levar depois de algumas palavras e pequenas ações que na época pareciam bonitas. Eu fiquei um mês enrolando ele, ele sempre dizia que queria me levar para conhecer os pais dele, mas eu nunca aceitava. Até que um certo dia eu aceitei, eram exatas dez horas da noite quando eu cheguei na casa dele.
O que eu não imaginava era que os pais dele não estariam em casa e a única coisa que ele queria comigo era sexo. Após eu negar, ele tentou me tomar a força,mas eu consegui fugir. Ele me perseguiu com o carro depois de eu ter saído de sua casa e ter me escondido na mata. A casa dele era bem isolada e um pouco distante da minha. Eu tinha sido levada pelo meu tio e ele já tinha ido embora, então não tinha como eu ir direto para a casa, era muito longe. No meio da mata eu encontrei um guarda florestal. Contei a ele o que estava acontecendo e ele me escondeu na cabana dele. Depois que o garoto havia ido embora, ele chamou a polícia. Mas não deu em nada, os policiais apenas chamaram os pais dele e tiveram uma pequena conversa. No outro dia quando fui para a escola todos estavam me chamando de vadia mentirosa. E mesmo após a conversa com os pais e os policiais o garoto ainda me assediava pelos corredores. Chegou até a invadir o banheiro das meninas enquanto eu me trocava só para tentar me intimidar. As férias estão acabando e eu vou ter que voltar para a escola. O pior é que o idiota repetiu de ano então esse ano ele vai estar na escola.
- ...- Após eu ter dito tudo isso, Johnny apenas me encarava de um jeito estranho.
- Está tudo bem Daddy?- Perguntei e ele apenas assentiu. Johnny me puxou para o seu colo e me abraçou.
- Eu sinto muito meu amor, eu prometo que irei resolver isso pra você!- Daddy sussurrou acariciando os meus cabelos.- Não se preocupe, ele nunca mais irá encostar se quer um dedo em você.

- Não se preocupe, ele nunca mais irá encostar se quer um dedo em você

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