Entre Laços e Sangue

CAPÍTULO 11

● Lilyana ●

Alguns guardas os guiam em nossa direção, todo o batalhão esperando enquanto apenas os três sobem.
Minhas mãos estão tremendo, e Rea as aperta mais forte. Ela não pronunciou uma única palavra, e eu não à julgo por isso.

Quando finalmente eles estão perto o suficiente, eles se curvam levemente em comprimento.

— Sou o mensageiro de Asderf, enviado para buscar a princesa.

— Achei que o noivo estaria aqui, - meu pai diz.

— Peço sua compreensão, Majestade.
São custumes.
Meu pai dá a ele um sorriso sutil, que se eu não o conhecesse bem, pensaria que era gentileza, mas eu sei a verdade.

Ele não se agradou por não ser notificado disso, mas para minha surpresa, o mensageiro sorri de volta, eeu consigo notar pequenas presas espetando para fora de seus lábios.

Reparando meu olhar em sua direção, ela acena com a cabeça em reconhecimento.

— Vamos conversar um pouco mais enquanto comemos, algumas preparações ainda precisam der feitas.

— Não podemos demorar, Majestade, temos que partir amanha ao amanhecer.

— Como quiser. - Meu pai o guia em direção a grande sala de jantar. — Temos um banquete preparado.

Os gurdas guiam o batalhão em direção aos estabelecimentos, que se eu não me engano é onde ficam os soldados.

Eu não me junto ao banquete, com a desculpa de que tenho coisas para arrumar antes da viagem, mas na verdade estou prestes a chorar pela dor no meu peito.

Estou realmente indo embora.

Eu estou encolhida na cama quando uma batida soa na porta.

Me enrolo nos cobertores enquanto Alicia entra, alisando as saias do seu vestido.
Ela não fala, mas posso escutar sua respiração superficial, e logo o barulho de suas lágrimas.

Ela puxa alguns vestidos enquanto eu observo, e separa nas malas.

Quando finalmente acaba de juntar tudo que sabe que vou precisar, ela limpa o rosto, e coloca as mãos nos quadris e olha para mim com uma expressão forte.
Ela está respirando profundamente agora, mais calma do que quando entrou, e eu imito suas ações.

— Aconteça o que acontecer, mantenha sua cabeça erguida, e não perca seu orgulho, você sabe quem é, e não se deixe sentir medo deles. - caminhando em minha direção, ela passa os braços ao meu redor e beija minha cabeça, ela era mais alta no final. — Seja forte, Princesa.

Quando eu finalmente desabo em seus braços, e as lágrimas caem novamente, ela me aperta, silenciando as próprias lágrimas para me confortar.

Ela quer que eu seja forte, mas eu não acho que sou capaz disso sozinha.

Outras três batidas soam na porta, e Rea entra, com sua camisola branca arrastando no chão, e os olhos inchados.
Alicia me solta se despedindo enquanto fecha as portas, e Rea me abraça, soluçando enquanto chora.

Alicia me pediu para ser forte, e eu posso tentar fazer isso por elas.

Minha irmã se deita ao meu lado e me abraça enquanto dorme, assim como quando mamãe morreu. Ela era jovem para entender completamente na época, mas sabia que mamãe não voltaria.
E mesmo assim foi forte e me abraçou enquanto chorava.