CAPÍTULO 13

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● Lilyana ●

Olhos violeta me observam todo o dia, e eu estou enjoada da viagem, se vamos passar mais um dia inteiro assim, talvez essa seja o motivo da minha morte.

Cubro a boca com minha mão, para me impedir de vomitar, mas não tenho certeza que vai funcionar.
Parecendo ver isso, o elfo mensageiro bate duas vezes na parede da carruagem, e ela para enquanto ele indica a janela para mim.

Todo meu corpo fica tenso enquanto eu coloco para fora todo o meu café da manhã. Não poderia ser uma viagem mais agradável, penso comigo mesma revirando os olhos.

— Muito atencioso da sua parte, obrigada. Siga com a viagem. - digo sem me importar com como meu tom saiu.

— Você não está acostumada a viagens longas? Ou está grávida?

— Como é? - fico incrédula por sua pergunta.

— Esqueça, acho que sei a resposta.

Pelos Deuses esquecidos, ele acabou de questionar minha virtude ou estou enlouquecendo?

— Se está com tanto medo ao ponto de passar mal, deveríamos ter pego cavalos, - ele reflete antes de continuar — mas isso seria impossível, considerando a bagagem.
Realmente vai ser uma viagem e tanto.
Ele parece tão abalado quanto eu, mas não me importo.

Quando a noite cai, percebo o quanto realmente longe estamos.

Os Elfos acampam fora da carruagem, mas o elfo comigo nem ao menos se meche para sair. Eu realmente esperava que ele saísse.

— Durma, ou vai acabar chegando morta.

— Terá diferença? Morrer agora ou depois, quero dizer.

Ele ergue os olhos para mim.

— Você não vai morrer, acabaria com todo o propósito dessa aliança.

— Oh céus! Eu deveria ficar aliviada pelo único motivo para continuar viva ser uma aliança? 

— Definitivamente não, eu não estaria, mas o que acha que vai acontecer?
Acha que vou rasgar sua garganta enquanto dorme e me alimentar do sangue que escorrer? Não é do meu feitio.

Meu corpo treme com os pensamentos apavorantes que ele convocou novamente.

— Pelos Deuses, eu estava brincando.

— Você não é o que eu esperava.

Ele parece confuso, mas inclina a cabeça para o lado enquanto pergunta:
— O que imaginava?

— Não sei. Pele verde, talvez presa enormes e um olho só.

Ele joga a cabeça para trás no acento, rindo das minhas palavras.
Quem está confusa agora sou eu.

— Criaturas assim realmente ainda devem existir, mas não acho que você vá velas.
E o mais próximo disso realmente seriam ogros. - Ele diz secando algumas lágrimas — Mas nem todos os Elfos são como eu, se é isso que está se referindo, eu sou um caso a parte.

Eu aceno tentando entender todos os fatos que ele acabou de jogar em mim.

— Minha dama ficará bem?

- Não há com quê se preocupar. - ele sorri para mim, e entende a mão. — Denethor, esse é meu nome.

— Lilyana, mas eu presumo que já saiba. Por quê você foi mandado para me buscar?

— Uma tarefa especial. - ele pisca para mim.

— Não sabia que mensageiros eram divididos nesse tipo de hierarquia.

— Eu não sou um simples mensageiro, também sou um príncipe.

Meus olhos voam em sua direção, e agora que percebo, isso realmente faz sentido. Não mandariam uma legião assim para buscar apenas um nobre, e em momento algum desde que estamos viajando, ele pareceu se importar com formalidades.

— Droga, isso realmente foi um choque.

— Deu para perceber, - Ele me entrega uma garrafa de água. — Beba, não está envenenado.

— Quantos anos tem, Príncipe Denethor? Não esperava que mandassem um príncipe como mensageiro, nem um tão jovem.

—Deuses. Quantos anos acha que tenho?

— Talvez dezenove, vinte. Não tenho certeza

— Tenho cento e dezesseis.
Chocante, eu sei.

— Você parece humano demais para ter tantos anos, - Digo incrédula.

— Escuto muitas coisas assim, vou considerar um elogio.

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