CAPÍTULO 16

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Lilyana ●

O castelo de pedra do lado de fora não se compara a beleza dele por dentro.
Não há tentativas de esbanjar ouro, ou pedras preciosas, mas da para se notar a beleza.

Quadros com pinturas antigas, de paisagens e épocas que eu não imaginava.

Cortinas brancas em algumas janelas, dando espaço para uma iluminação natural. O ar que vem de fora bate nas cortinas, as fazendo voar a cima das nossas cabeças. Não há ar de medo, ou pesar aqui.

Não muito longe, grandes portas são guardadas por duas Elfas, mas logo que vem Denethor, elas se curvam, e abrem.

Nos mostrando a imagem de uma sala do trono. Uma mulher de cabelos cacheados e brancos enormes, sentada em um trono de pedra.

Sua pele não é azul como as que vi quando chegamos. Onde a deles era como o céu azul, a dela é de um azul cinzento, e olhos violeta. Colados em nós.

Uma expressão ilegível em seu rosto, mas posso dizer que há curiosidade ali.

Ela acena com a mão, nos pedindo para nós aproximarmos. Uma mão fina, mas aparentemente forte, com unhas... não, garras grandes.

Tanto eu, quando Alice e Denethor nos curvamos, um reconhecimento da presença forte que ela é, mesmo que nunca tenhamos nos visto antes.
Denethor se afasta para um canto, e eu não deixo de notar a piscadela para mim.

A imponente Rainha desce as escadas de seu trono, parando logo à minha frente.
Sua mão fina segura meu queixo,
elevando-o para olhar em seu rosto.
Meu sangue gela ao encontrar seu olhar.

Ela vira minha cabeça para os lados, e passa a mão pelos meus cabelos.
Não sei dizer se ela está apenas avaliando, ou tentando descobrir sobre a minha vida.

Uma risada ameaça sair. Eu tendo a ter o costume de rir em momentos como esse, o que tornaria as coisas um pouco mais complicadas.

— Seja bem vinda a Asderf, Criança.
Eu sou a sua rainha de agora em diante, Me chame de Elbereth.

Elbereth, uma rainha imponente, que governa um reino elfico.
Algumas damas aparecem, e ela pede que arrumem meus aposentos.

— Lilyana, - eu congelo antes de sequer sair, ela sabe meu nome sem eu ao menos ter dito. — O que você gosta de fazer?

A surpresa no meu rosto não poderia ser mais óbvia, mas eu tento não ficar abalada pela pergunta repentina.

— Eu lia e cozinhava em meus momentos livres, Majestade.

— Ler? - Ela parece considerar a palavra. — Isso é uma maravilha então, você tem uma biblioteca toda ao seu dispor. Mas acho que não há muitos livros na língua humana. Então você ainda pode cozinhar o quanto quiser, pelo menos até que consiga ler a língua elfica.

Eu apenas concordo com ela.
Não acho que haverá muito que eu possa fazer por aqui, de qualquer forma.

— Eu tenho duas dama para você.

— Eu já tenho uma dama, Senhora.

— Sim, eu sei, mas nenhuma delas é elfica. Você não pode se locomover, ou fazer qualquer coisa se não tiver guias.

Um aperto repentino no meu peito aparece. Ela não tem nenhuma obrigação de cuidar de Alice, ela não foi avisada que mais de uma humana viria para seu reino.
Ela deve perceber as lágrimas se formando nos meus olhos. Elbereth se aproxima novamente. Segurando meu rosto com ambas as mãos.

— Não sei o que passa pela sua cabecinha, mas o motivo pelo qual você precisa de Elfas, e para te ajudarem com custumes elficos. Pode ser difícil no começo, então você precisa guias, você vai continuar com sua amiga, Lilyana. Entendeu?

— Sim. - Eu estou acreditando na palavra de uma mulher que nunca vi, e essa é a única esperança que eu posso ter.

— Vão descansar. Podemos jantar essa noite? Denethor pode guiá-las para onde precisarem ir, até que você tenha suas próprias damas.

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