CAPÍTULO 27

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Lilyana

Diversas laternas foram soltas, até que o céu está iluminado com os pequenos pontos brilhosos. Elfos se abraçam enquanto sorriem, e meu coração se aquece com a visão. Toda a imagem que eu tinha desse lugar é diferente, muito melhor do que eu esperava na verdade.

Rea adoraria pintar isso. - Então o pensamento me atinge e forma uma bola na minha garganta. Estive tão concentrada nesse lugar, que eu esqueci que minha irmã não estaria aqui para ver, e que essa não eram apenas férias de verão.
Em algum momento, eu planejava perguntar à Elbereth se poderia enviar cartas para Rea.

Mas os pensamentos obviamente me escaparam, e posso sentir o gosto da culpa, como se fosse algo que eu estou comendo.

De repente, uma música toca novamente, e o Elfo com que eu estava dançando se aproxima. Sim, eu cometi o erro de insultar o meu noivo... para o meu noivo.

Normalmente eu não me considero uma pessoa de má sorte, mas parece ser o caso dessa vez.

— Tem uma última coisa para fazer essa noite.

Eu nem ao menos me viro para perguntar.

E o que seria isso? - se eu fosse uma pessoa normal, olharia seus olhos enquanto conversamos, mas eu estou constrangida o suficiente, e pareço não ter controle da minha língua, nos últimos momentos.

— Corra, corra o mais rápido que puder e se esconda.

Dessa vez eu realmente o olho de verdade.

— Por que eu deveria correr?

— É uma tradição. Se eu te encontrar, nossos destinos estarão eternamente ligados.

— E se eu me perder?

— Você não vai.

— Como pode ter tanta certeza?

— Por quê eu vou te encontrar.

Encaro os olhos de Arktis Uma última vez antes de correr. E corro o mais rápido que consigo, até meus pulmões estarem sendo torturados. Então quando as luzes das laternas não estão à vista, eu paro.

Não por ser minha intenção, mas por chegar ao limite de uma floresta, se eu andasse mais alguns passos, eu estaria entrando nela. A noite não parecia tão fria antes, mas aqui, minha respiração pode ser vista, mesmo que eu mal tenha me afastado.

Um movimento dentro da floresta chama minha atenção.

Meu pulso golpeia nas minhas veias, e eu posso sentir as batidas frenéticas do meu coração.

Não medo, curiosidade.

Uma sombra paira lá dentro, algo que eu não consigo ver com clareza, pequenos olhos me encarando, não, me chamando. Mas quando eu estou prestes a entrar, uma mão gélida segura meus braços.

Eu reprimo o grito que ameaça surgir com a mão, e me viro para dar de cara com uma Elfa.

Ela tem os cabelos escuros, e um olhar desconfiando, enquanto suas sobrancelhas estão se franzindo em confusão.

Ela sente o cheiro do ar, antes de se virar completamente para mim, me fazendo encarar os olhos tão pretos quanto o abismo.

— O que estava fazendo, pequena criatura?

Eu podia dizer exatamente o que planejava fazer, o problema é que eu não consigo, não há nada na floresta agora.

— Eu... estou me escondendo, meu noivo disse para correr, e me esconder.

Seus olhos brilham com alguma coisa.

— Ah, sim. A noiva humana.

Ótimo, significa que minha presença é reconhecida.

— Eu entendi o que estava fazendo.
Mas criança, essa floresta não é um lugar que você ia querer entrar.

Os passos rápidos de alguém chegam aos meus ouvidos. Eu tento correr, mas eu me dou conta de que ainda estou sendo segurada pelo braço.
A Elfa cheira o ar uma outra vez, enquanto uma careta começa a se formar. Ela cospe no chão, e libera meu braço.

— Vá, ele está perto, e logo vai te encontrar. Boa sorte.

— Obrigada...

Mas antes que eu possa processar tudo, sua presença some, e eu vejo um novo par de olhos, olhos violeta, que estão definitivamente animados.

— Você me encontrou.

— Eu disse que ia te encontrar.

— Então, o que fazemos agora. - minha voz sai em um tom quase inaudível.
Mas o que posso fazer? Estar com ele me parece uma sensação diferente, depois de tê-lo insultado.

— Podemos ficar aqui, e eles definitivamente saberão que a encontrei... ou podemos voltar, e eles também saberão.

— O que quer fazer?

— Qualquer uma das escolhas que fizer está bem.

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