Dia 3 - Garoto

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Lee Naomi. (Quarta)

Parei meu caminho até a sala de aula com urgência quando a vontade de chorar me tomava. Acho que eu cantei vitória cedo demais, penso reclamando em meus pensamentos.

Um grupo de pessoas se aproximou, tentei ignorar e seguir meu caminho, mas me impediram.

— Qual foi, gata? Por que não troca um papo com a gente? – Um garoto alto e loiro com os olhos azuis me barra.

— Eu tenho aula daqui a pouco, agora eu preciso ir até a sala. – tento sair da rodinha mas sou impedida.

— Por que não tira isso pra mostrar seu rosto melhor? – o garoto puxa bruscamente o cano que levava o oxigênio ao meu Nariz me fazendo reclamar e lacrimejar. — Que linda, bem melhor.

— Eu preciso disso pra ajudar a respirar. Devolve. – peço tentando pegar da mão dele.

— Mas você fica muito bonita sem ele. –  o garoto agarra meu rosto puxando pra perto do seu.

— Eu também vou ficar bem bonita em um caixão, morta por sufocamento, se não devolver o aparelho. – tento respirar fundo, mas a dificuldade já se faz presente.

— Que fofa, ainda faz piada. – diz outro do lado do loiro, que o olha feio.

— Vaza, não tem divisão. – falou o loiro sério e sorriu pra mim, coloca o aparelho em si.

— NÃO! Tira! Por favor, você pode pegar AN!

— Muito bem, doentinha, cala essa boca. – mas a sineta tocou e o professores iam circulando os corredores, isso fez os outros me deixaram.

O garoto soltou o aparelho e eu arrumei e recoloquei depois de higienizar, fui pra sala e fiquei esperando o professor, como ele não apareceu, comecei a desenhar. Notei que o garoto de antes estava com olheiras e aparentemente com sono.

Tive que sorrir quando ele começou a me encarar como se eu fosse um enigma a ser desvendado, e senti satisfação quando ele ruborizou por conta do meu sorriso.

Como era o nome dele mesmo?

Michael? Não!

Eu já ouvi alguém falando o nome dele.

Na hora do almoço, prefiro ir até o jardim pra respirar ar fresco e depois voltar pra sala no meio da multidão. O garoto que parecia com sono estava quase dormindo sentado no canto do jardim, não sabia se deveria, mas me aproximei me deixei sua cabeça cair no meu ombro.

O garoto abriu os olhos assustado, me encarou confuso e assimilou a situação, pareceu que ele estava com sono demais pra me questionar, então deitou a cabeça nos meus ombros de novo e sussurrou com uma voz de muito sono.

— Slime...

Ri e vi ele sorrir, mas logo um peso recaiu no meu ombro e começou a escorregar até meu peito. Vermelha e com vergonha me afastei um pouco e deitei a cabeça do menino no meu colo, arrumando ele pra ficar deitado na grama.

Sabe, eu sou meio sensível na região do pescoço, por isso, quando senti um dedo, minha pele se arrepiou e eu olhei pra trás vendo uma garota.

— Oi, hm, posso te ajudar em algo? – perguntei encarando ela, confusa.

— Qual é o seu nome? – seu olhar alterava de mim ao menino no meu colo.

— Naomi Lee, por que?

— Nada. – ela se afasta ainda encarando a gente de um jeito estranho.

Peguei o livro que estava ao meu lado e comecei a ler, quando a sineta do recreio tocou, acordei o garoto para irmos pra sala, ele resmungou, ficou insatisfeito e até choramingou, mas se levantou e começou a caminhar ao meu lado com a cabeça apoiada no meu ombro – ja que eu era maoir que ele.

Entramos na sala e cada um foi pra o seu lugar, o garoto estava com a cabeça apoiada na mesa, me aproximei e abaixei, cutuquei ele de leve, ele olhou pra mim, resmungou o que pareceu uma pergunta.

— Por que está assim? – questionei, nem me importava de verdade.

— Eu... não consegui dormir a noite. – explica. Suas mãos afagar levemente meu cabelo os bagunçando e ele falou: — Vai se sentar, slime, antes que o professor brigue com você.

Eu sorri.

— Tá bom.

Me levantei e fiz o que o garoto pediu, não que eu planejasse diferente, mas recebemos a notícia de que a aula era vaga, então trouxeram jogos e pediram que não fizéssemos escândalo, funcionou bem, ja que todo mundi curtiu quieto.

O garoto dormiu, e eu, bom, eu continuei meu livro. E não sobrou nenhum, é bem envolvente, na verdade, so o começo que é chato e sem graça.

[...]

Ao fim das aulas, decide que iria pra casa caminhando hoje, o garoto que estava quase dormindo na aula me convenceu a isso. Ele alegou que não iria de skate por que estava com sono e poderia cair, então seguimos caminhando os dois.

— Pra onde você vai? – ele me perguntou.

— Bom, pra um restaurante Italiano que é de um tal de Kojiro Nanjo, meu pai ama comida Italiana. – digo.

— Oh! Kojiro é um amigo meu! – Diz animado.

— Sério?! Que máximo!

Estávamos muito bem, mas eu não estava mais aguentando andar, não conseguia regular minha respiração. Estava respirando na busca de continuar a caminhada, mas Miya percebeu e parou.

— Ei, esse treco te ajuda a respirar, não é? – Ele pergunta com a cara estranha. — Nao se force muito, vou chamar um carro pra te levar em um hospital.

— Não – respiro. — Eu so preciso recuperar o fôlego rapidinho e podemos continuar.

— Não, me fala seu endereço que eu vou mandar o táxi te levar. – Briga.

— Eu não tenho dinheiro pra pagar. – minto.

— Eu vou pagar, burra. – pega o próprio celular. — Fala o endereço.

[...]

Minha teimosia acabou me trazendo aqui, estou na porta da casa do menino esperando Hayato.

O que aconteceu foi que eu não quis falar o endereço então a princesa me trouxe pra casa dele, tudo isso por conta daquela crise, ele disse que ficou com medo de eu passar mal.

Vi o carro de Hayato parar do outro lado da rua, sorri acenando, o outro veio junto comigo e parou na janela de Hayato.

— Promete que não vai deixar ela andar hoje? – ele cerra os olhos pra Hayato que ri.

— Prometo.

— Deixo ela em suas mãos. – me da um aceno e se vira indo pra própria casa.

— Quem é esse? – Hayato enfatiza.

— Um menino da escola.

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