Dia 11 - Aula vaga

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Lee Naomi (quinta)

Acordei mais animada que nunca pra ir a escola, ultimamente tem sido bem legais os dias em que eu vou pra lá, o Kuro Neko me deixa animada com as ideias mirabolantes dele.

Como ele anda comigo quase o dia todo, as chances daquele besta mexer comigo são mínimas, e as chances de eu não ligar também aumentam muito.

Cheguei na escola mais uma vez, encontro com Miya na porta, ele estava com um skate nas costas e a sua mochila, quando me viu, acenou animado e sorrindo.

Me aproximei animada correndo até o momento em que meu pulmão começou a doer, cheguei perto dele e ele finalmente me explicou o por que daquela animação.

— As primeiras aulas são vagas, vamos ficar a manhã toda sem professor caso fiquemos em silêncio! — exclama. — E o pessoal da nossa sala sabe, então não vão fazer barulho! Agora, vamos!

Miya começou a me arrastar pra sala em uma velocidade baixa, ele começou a falar sobre os amigos dele e como eles eram Slimes legais e animados, em como o "Slime azul" era calado e sem emoção, e em como desconfiava que todos os amigos menos o "slime laranja" estavam namorando entre eles.

— Mas eu gosto muito deles, eles sempre me defendem, são amigos ótimos, eles me fazem bem — admitiu — Eu não tinha amigos até eles aparecerem — eu dei um sorriso e suspirei. — O-oe, mas não conta que eu falei isso, tá?! Eu nunca falei pra ninguém.

Eu ri, achei fofo a forma como o rosto dele ficou vermelho e ele ficou fofo tentando me convencer, quase como se fosse automático, uma verdade acompanhada de uma frase bonita saiu da minha boca.

Kuro, eu nunca daria o privilégio de outras pessoas saberem isso. — vejo seu rosto ficar mais avermelhado e dou um riso. — Se você só contou pra mim, o privilégio é só meu.

Ele me encarou enquanto seu rosto ficava mais e mais vermelho — se é que era possível — enquanto abria a boca como se procurasse uma forma de falar algo que não o fizesse ficar com mais vergonha.

— V-vamos pra sala. — ele desceu a mão do meu pulso e entrelaçou nossos dedos.

Entendi, ele não é muito bom com palavras, mas aquelas flores já diziam tudo por ele.

Passamos as aulas da manhã vagas como Neko tinha falado, e as da tarde foram rápidas já que os professores prometeram que quando terminassemos a matéria, poderiamos ficar atoa e conversar o resto da aula.

Mas quando eu e Kuro nos sentamos juntos — um do lado do outro — eu comecei a sentir muito frio, então fiquei inquieta.

— Que foi? — ele perguntou me encarando.

— Frio. — respondi.

Ele se virou e pegou da mochila um casaquinho verde florescente com orelhas de gatinhos e um rabinho atrás.

— Toma. — estendeu, mas vi seu braço arrepiado.

— Pode usar, você tá com frio. — toquei sua pele.

— Não, não é frio, não. — mente.

Olhei pra ele e peguei o casaco.

— Se estiver com frio, me fala que eu devolvo. — peço. Vejo ele concordar, mentiroso.

De acordo em como o assunto ia fluindo, ele ia se encolhendo, tremia e estava todo arrepiado quase todo o tempo. Mas, ele não admitiria se isso se significasse que eu ia devolver o casaco, então eu apenas abracei ele de lado.

Ele se assustou.

— Que isso, Arau?! — exclamou.

— É pra você ficar quentinho. — Dou um riso. — Sei que está com frio, então só fica quietinho e obedece o que eu falar.

E, ele realmente fez o que eu mandei. Continuamos nossa conversa animada mesmo agarrados.

Na hora da saída, começaram a cair vários pingos.

— Pode levar o casaco, eu pego amanhã. — Neko me impediu de devolver o casaco.

— Eu vou de carro, Neko, pode levar o casaco. — pedi.

— Vai com ele, amanhã me devolve. — Insistiu e já saiu, de longe acenou e gritou. — Até amanhã, gatinha!

Parei por alguns segundos, mas quando me dei conta senti meu rosto ficar absurdamente vermelho e fui o mais rápido que pude para o carro.

Hayato me levou até a loja depois de algumas perguntas sobre o casaco que eu usava.

Comprei os tecidos macios e de alta qualidade, meu, sim, o meu gatinho não poderia ficar desconfortável ou com frio, mas comprei algo que não era abafante pra ele não passar calor.

Pensei nele, e abracei o casaco que até agora estava comigo, senti meu rosto corar quando me lembrei dele todo arrepiado dizendo que não estava com frio, e dele todo vermelhinho quando eu abracei ele pra aquecer ele.

Tive que tirar o casaco para copiar as medidas, mas isso me fez ficar animada e bastante feliz, coisa que nunca veio a acontecer depois do último desenho e do último poema da minha mãe.

Comecei as costuras naquela máquina nostálgica, fiz questão de deixar as partes mais bonitinhas pra fazer a mão. Fiz as orelhinhas bonitinhas com muito cuidado, tomei o cuidado de copiar o moletom quase todo, deixando poucos detalhes mais parecidos comigo.

Quanto terminei a primeira parte da costura, já cortei os pequenos pedacinhos e substitui pelo branco com a costura a mão, acabei furando meu dedo, e fiz um pequeno corte na lateral da minha mão, mas isso, não me atrapalhou, e procurei ignorar a dor pra não parar.

Demoraram por volta de três horas pra o término da primeira parte, fui até o meu banheiro fazer minhas necessidades e logo desci até a cozinha, pois meu estômago já havia me notificado que eu estava precisando reabastecer, comecei a cozinhar.

Quando terminei minha jantinha, já deixei meu almoço do dia seguinte guardado na geladeira e lavei o que sujei, e sentei por longos segundos na mesa com preguiça de subir de novo.

Após alguns segundos, pulei da mesa e comecei a subir até meu quarto. Quando cheguei, iniciei a segunda parte do meu projeto, já estava anoitecendo.

Já tinha feito a maioria, só faltavam as mangas e depois unir tudo, então comecei a fazer a parte do braço.

Viajei por longos segundos pensando em como o Neko ficaria com o casaco, se ele iria gostar e se usaria. Sorri com a imagem que minha mente formulou.

Quando acabei tudo, me deitei cansada e dormi.

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