Lee Naomi (terça)
Ontem eu passei o dia em casa de novo, mas estava feliz, afinal de contas meu dia na escola foi maravilhoso e o Hayato ainda me levou pra tomar sorvete. A flor que Neko me deu, eu decide que iria eternizar junto com o resto do Buquê que eu trouxe do hospital.
Fui a escola mais um dia normal, eu e o Kuro fomos até o jardim na hora do almoço e eu trouxe Danone brasileiro pra ele, como esperado, ele amou.
— É muito bom! — ele diz feliz.
— Eu sei, tomava muito desses quando ficava internada. — dou uma risada. — Uma das únicas vantagens do hospital é que eles deixam a gente comer isso a vontade, pelo menos nos hospitais do Brasil.
— Sério que é tudo de graça? — ele enfiava mais uma colher na boca.
— Sim, e aqui no Japão eles fazem isso com Taiyaki.
— Taiyaki é muito gostoso. — ele exclama. — Mas isso aqui — aponta pro pote. — Não tem comparação.
Eu ri.
— Neko, você por acaso anda de skate? — a sobrancelha dele se ergue, ele me encara por longos segundos.
Ele colocou o Danone do seu lado e diz em um tom de culpa: — Ando, e eu sou até skatista profissional.
Ele olhou para o chão, mas eu nao entendia o porquê daquilo, entao respirei fundo e comecei a pensar encarando ele tentando decifrar.
— Kuro Neko, não precisa desse tom, eu gosto bastante de skate. Só perguntei porque a minha enfermeira comentou que o rapaz que me trouxe as flores estava com um skate. — tento tranqüilizar ele.
— Você quer andar no meu? — ele pergunta me encarando nos olhos com uma expressão tímida.
Eu dou um enorme sorriso.
— Eu amaria, mas não posso praticar seja lá o esporte que for, ordens médicas. — suspiro triste.
O almoço passou mais rápido do que eu queria, os assuntos aleatórios e a forma como nós conversávamos era uma coisa tão natural que eu nem sabia de onde surgia aquilo.
— Já pensou em andar de moto? — eu pergunto. — Eu não posso, já que preciso do oxigênio portátil toda hora.
Ele me olhou intrigado.
— Nem isso você pode fazer?
— É, nem isso. — suspiro.
Ele começou a me explicar sobre como era a sensação de andar numa moto, como era desconfortável quando demorava a viagem e sobre o quão dava medo quando passavam em buracos.
Depois ele me disse que como era no skate, explicou detalhe por detalhe e tin tin por tin tin, de uma forma tao fofinha e animada que eu não pude evitar de sorrir enquanto ele falava.
Fizemos um trabalho bonito nas aulas da tarde já que apostamos quem conseguiria responder o professor por mais tempo, e adivinha? Eu ganhei.
Infelizmente a sineta tocou anunciando que o momento feliz de aula que eu estava tendo chegou ao fim, ganhei um skate de dedo pequeno e ele disse que iria me explicar como andar e fazer manobras no dia seguinte, fiquei animada, não era um skate que eu poderia subir e sair remando, mas era alguma coisa, eu me pergunto o porquê desse garoto estar sendo tão gentil comigo.
Ele fez questão de me acompanhar até a parte de fora da escola, e só saiu quando avistamos o carro estacionado a poucos metros de nós, ele sorriu e me acenou.
Me despedi de Kuro Neko com um aceno e fui até o carro, me surpreendi muito quando vi que Hayato trouxe o seu filho, Ymitsu eram alguém bem próximo de mim, diria que era um dos poucos amigos que eu tenho.
— Hayato, aproveitando que você trouxe o Tsu, vocês podiam ir lá em casa e me ajudar a eternizar umas flores, e aproveita e passa naquela loja. — apontei.
— Mal venho te ver e você já quer me explorar, que amiga hein, Mimi.
— Você sabe que eu te amo. — sorri torto pra ele.
— Eu amo você também sua Otaku sebosa. — ele sorri pra mim.
— Certo, vamos ajudar sim. — Hayato se pronuncia de repente.
Entramos no estabelecimento e começamos a nossa luta pra achar as coisas certas.
Ymitsu quase caiu quando tentou me pegar no colo, mesmo assim insistia que eu precisava ficar no colo pra não me forçar tanto. Eu protestei, briguei e disse que eu não era uma boneca de porcelana nem uma peça rara de cerâmica fina.
O que fez ele discordar e dizer que, pra ele, eu poderia ser trinta anos mais velha, mesmo assim ele ainda me trataria e consideraria como um bebê. Com muita discussão e protesto, ele me carregou nas costas enquanto procurávamos as coisas necessárias.
No carro, passamos o caminho todo cantando a música da Elsa em Português enquanto Hayato ria da nossa cara e nós brincávamos nos alegando cantores de sucesso e qualidade.
Cheguei em casa com Hayato e Ymitsu, entramos no meu quarto e eu agarrei o buquê com todo o cuidado e coloquei delicadamente no tapete perto da minha cama, onde o pai e o filho já estavam sentados com as coisas que precisaríamos em mãos. Ymitsu me ajudou a espalhar o grande e transparente papel de cera ao lado do Buquê com cuidado.
Seguindo todas as instruções que precisava, conseguimos arrumar tudo e fizemos seguindo os ensinamentos a risca. Eu não poderia perder essas flores, não tinha chance para vacilo.
Eu e o mais novo ajeitamos o papel no sol com cuidado e entramos pra dentro, voltamos ao meu quarto e ficamos conversando de coisas muito aleatórias até decidirmos que seria bem melhor jogarmos algo.
Free Fire foi o jogo que ele fez questão de escolher, então começamos a jogar, mas eu sou uma tremenda boot, por isso ele amava jogar comigo.
— Tem um aqui! — dou um grito fino e engraçado. — Ele vai me matar! Só vai me matar! Vem me salvar! Mata ele!! — grito novamente. Mas Ymitsu ria da minha cara sem nem se importar com o meu desespero. — Eu vou grudar um dedinho então. — quando a mira da minha arma fica vermelha, aperto o botão de atirar e só tiro o dedo quando termino de matar. — Credo, Tsu, nem me ajuda.
— Eu gosto muito de jogar contigo. — ele ri alto e começa a me imitar, mas acaba caindo da cadeira me fazendo rir alto e longo dele, ri tanto a ponto da minha barriga doer e meus olhos se encherem de água.
Com muita luta e bastante gritos, eu e Hayato tivemos de nos despedir por conta da hora e Hayato teria de estudar de manhã também, entao ele foi embora e eu fiquei sozinha, mas isso foi quando eu já morria de cansaço e tomei um banho longo e demorado, me deitei e apaguei completamente. Eu já havia jantado já que Hayato preparou a comida pra nós três sabendo que novamente meu pai não apareceria em casa.
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Your Name
RomanceNo decorrer dos quarenta e cinco dias, dois jovens se apaixonam, Naomi Lee, que tem 15/16 anos, tem uma doença respiratória (Fictícia) chamada Azgakiban, e isso faz o Intocável e arrogante Miya Chinen se interessar por ela. Quando ele entende o que...