Dragon Slayers

Crueldade Humana

Presa do Crepúsculo

Início de Um Sonho

Primeira Missão

Crueldade Humana

[Zane]

Minhas mãos estavam trêmulas junto de meu rosto provavelmente infeliz por ter cortado a cabeça do Elfro. E na minha mente só apareciam memórias da minha infância, onde com uma lança comum, além de degolar, eu cortava alguns elfos de todas as formas possíveis.

[Sirius]

Eu fiquei responsável pela Lorikal, cuja a mesma sempre me deixou intrigado pois o nome era familiar, porém fiquei bem chateado, já que enquanto os outros estavam lutando com Xamãs fortes, eu só estava responsável por assustar uma bajau normal para não avisar o Houndu. E o pior era que quando chego na sala dela recebi:

— Por favor, eu faço o que eu puder para ajudá-lo, só não me machuque...

Ela caiu no chão e começou a levantar as mãos como se estivesse espantando um predador, mas sempre cobrindo seus olhos com seu sudário laranja. E depois de um momento, pude ter a impressão de ouvir ela sussurrar algo, e logo após, ela mostrou seus olhos de volta para mim, eles estavam com um espiral girando em uma aura roxa.

Quando eu me dei conta que era um feitiço, já era tarde demais, eu acabei literalmente dormindo em pé, e só acordei com um soco na cara que parecia ser mais forte que o normal.

E no chão, fiquei estranhando o poder dela. Porque a essência parecia psíquica, o que contradizia o fato dos bajaus só usarem magias de água, levantei pensando nisso e percebi algo no pulso dela que me deu estalo na cabeça.

Ela estava usando um bracelete de ilusão igual a gente usou, e ela percebeu o que eu vi, e repetiu o mesmo feitiço:

— Feitiço de Maldição de Hipnose – Fraqueza do Corpo Dormente!

Aconteceu a mesma coisa de antes, ela era uma humana, só nós temos acesso ao elemento Psíquico e suas derivações. O feitiço dela me hipnotizava e fazia meu corpo ficar tão fraco que um soco normal parecia uma pancada de um candelabro na cabeça.

E mesmo que eu pensasse numa boa estratégia, eu não tinha tempo, já que a fronteira era muito curta e a minha mente ficava praticamente morta.

Perdi a noção do tempo levando tantos golpes, que eu fiquei feliz quando ela parou e usou outro feitiço, vi a oportunidade de montar uma estratégia.

— Agora, te matando, talvez eu ganhe um certo respeito ao matar um Storm, não é mesmo?

— Como você...?

— Você acha que eu perdoei seu irmão, Sirius?

Agora eu lembrei, ela era a pretendente do Claude, uma escrava do imperador de Babylon, para formar um tratado de paz. Mas meu orgulhoso irmão, como sempre, a menosprezou. Mas ela fugiu e nunca mais a vimos. Até agora…

— Feitiço de Emissão de Hipnose – Sonhos de Um Herdeiro Curado!

Percebi que ela se aproveitou da minha distração pra jogar um feitiço em mim, esquivei por pouco e lembrei do outro feitiço dela. Só funcionou porque eu vi! Olhar pra ela é a chave, e pro azar dela, eu tenho um tapa-olho. Minha estratégia estava formada.

[Lorikal Surbani]

Não tenho nenhuma memória da minha infância, acho que é por causa de minha vida ser monótona, vivendo nas ruas, roubando para viver e vendo os nobres usarem sua riqueza para seu próprio prazer e se vangloriar.

O deserto de Babylon era longínquo e as cidades eram inundadas por areia, os prédios eram grandes até para um adulto, com suas colunas quase ovais com vigas as ligando e criando novos andares. E no maior deles, o palácio do imperador, um velho pervertido que só queria sentir a ostentação de ter concubinas servindo diretamente a ele como seu último ato de vida.

Por sorte tudo melhorou quando seu filho, Kullab, assumiu o trono e deu algumas concubinas de seu pai a nobres de nações que se interessavam numa aliança e libertou as outras que não tiveram contato de interesse.

A minha chegada a Velfogor, foi... Satisfatória, eu viajei com mais quatro colegas, uma para cada clã. Eu era a única direcionada a casamento da lista, eu fiquei alguns dias na casa dos Storms, mas foi algo a se lembrar, eu finalmente senti como era ser servida, meu futuro parceiro era um homem orgulhoso, algo que eu odiava, pois lembrava o meu antigo mestre, mas mesmo assim, algo me atraiu nele, não sei o que e talvez nunca saberei.

Todos os outros me tratavam bem e me sentia como parte de uma família, aqueles dias eram perfeitos e o que era para ser só um teste, acabou sendo vários meses, até que...

Claude me traiu...

Isso me corroeu tanto que eu apenas fugi, sem rumo pra tomar. Foi por tanto tempo que eu acabei nem sabendo onde eu estava.

Até que ele me achou, bom... Eu o achei, um homem de pele escamosa vermelha com algo que parecia uma barba rala, só que de escamas e a barbatana formando um cabelo.
Todas as pessoas da cidade ficaram com medo, principalmente o dono do bar onde ele estava bebendo, que rapidamente soltei um feitiço nele para que eu fosse atendida e ele percebeu:

— Você é corajosa, admiro fêmeas assim... Manda duas — Ele começou a conversar, mas fiquei com pena já que não respondia tanto graças ao meu estado naquele momento. Mas foi o bastante pra ele me mostrar algo — Você quer ver uma coisa depois? Eu até te mostraria já, mas agora não é um bom momento.

Depois da noite cair, ele saiu da cidade falando que se eu quisesse ver o que ele propôs tinha que acompanhá-lo. E após algumas horas, ele parou e mostrou um bracelete e disse que se eu aceitasse, minha vida seria a melhor de todas.

O jeito dele falar, algo manso, com uma malícia escondida, porém sedutora e a escolha de suas palavras me fez aceitar e quando coloquei, olhei meu reflexo e me vi transformada na espécie dele.

— Pegue na minha mão e você terá a minha promessa cumprida — Aceitei sem nem pensar duas vezes, pegando na sua mão, e sem nunca me arrepender dos meus futuros atos.

Mesmo eu acertando os golpes nele, não faziam efeito e graças a velocidade dos Storms não sabia o que estava acontecendo, até que depois de sentir uma aproximação no braço que tinha o bracelete.

Ele havia batido em mim e o choque foi como um aríete na porta de um castelo, quebrando meu bracelete e me revelando sua estratégia. Eu estava perdida com o tapa-olho posto, intencionalmente, no outro olho útil.

A cicatriz dele era assustadora, uma marca de relâmpago que apesar de ser fina tinha várias ramificações, por isso da fita grossa. E o que me assustou foi o fato dele já tinha esse tapa-olho no período em que eu estava na casa Storm.

Mas minha surpresa acabou revelando minha localização já que depois que parei de me maravilhar, acertei um Sonhos de Um Herdeiro Curado nele e apesar de atingir e feri-lo um pouco, não foi de nada e ele começou a acelerar.

A mana dele começou a ficar maior e parecia que começou a aparecer chifres e ombreiras nele.

— Então esse é o... Impacto Antares?

Ele correu na minha direção e foi tão rápido que nem notei o soco que ele me deu, forte o bastante para me desacordar e a última coisa que eu vi foi ele desativando essa grande quantidade de mana. Nunca foi sua intenção usar aquele poder em mim.