Conto de Um Mercenário

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Presa do Crepúsculo

Início de Um Sonho

Vale dos Vikings

Uma Besta Fora da Jaula, parte 2

[Ragnar]

A vida de um viking nunca foi fácil, o clima frio somado ao nomadismo fazia com que nossa cultura tivesse como base: saque, guerra e mercenarismo. E infelizmente segui o caminho desse último, desde jovem sempre fui apaixonado pela violência, mas como eu era um Usuário, virei um mercenário para outras vilas.

Eu tenho vergonha de admitir, mas me sentia bem fazendo aquelas atrocidades por 7 anos. Assassinatos, roubos e tudo que me desse dinheiro, assim meu pai teria condições de continuar nesse mundo mesmo com sua doença que o isolava da vila, mas não garantia uma cura para seu pavor de não ser digno de Valhalla.

Eu mentia para ele dizendo que consegui entrar para os exploradores, tínhamos um certo preconceito com Usuários, já que de acordo com o povo, "se você não usa seus punhos, você não é um verdadeiro guerreiro". Tudo estava indo bem, até que chegou o dia que enfrentei aquele casal que mencionei a Illana.

Com certeza, os subestimei achando que seria uma missão como qualquer outra, porém fiquei extremamente ferido graças a magia invisível do homem e o poder físico da mulher. Porém, pude ter um descanso, quando após me dar um golpe, ela sentiu uma dor no abdômen, na qual o homem correu para o auxílio. Aproveitei a oportunidade, para fugir.

Se minha reputação já não era boa, aquilo a fez piorar. Quando voltei, fui taxado como covarde, mentiroso e ganancioso. Ignorei todos que falavam assim, mas quando ouvi sobre o meu pai, não pude deixar de saber sobre sua situação. Eles disseram que quando descobriu meus podres ele arranjou uma briga com os exploradores para morrer.

Me deram tempo apenas para me despedir dele, antes de ser expulso de lá, como eles queriam a muito tempo. Perdi a conta de quanto tempo fiquei vagando com poucos suprimentos e roupas já surradas.

Até que cheguei no meu atual lar, porém não com essa intenção e aceitando meu destino, apoiei no muro que cercava a vila. Isso antes de chegar uma menina que se assustou quando me viu e imediatamente correu para dentro, essa foi minha última visão antes de desmaiar de frio.

Havia acordado dentro de um quarto aconchegante e com comida e bebida do meu lado. Eu aproveitei para comer, afinal achava que já havia morrido. Mas minha fantasia acabou quando a porta se abriu e dela saiu aquela garota do portão me dando oi.

- Você apagou, hein. Demorou dois dias pra te acordar depois que te achei, pode-se dizer que eu salvei sua vida. - Ela falava com um tom orgulhoso, mesmo sabendo que não conseguia me carregar sozinha, não daria crédito para os responsáveis.

Então agradeci, mas antes de eu terminar ela disse seu nome... Lagertha.

Ela era meio chata nessa época, sempre me perseguindo, perguntando sobre minha vida, mas reconheço que não era sua culpa, já que ela tinha 12 anos. Estava entrando na adolescência e descobrindo o mundo, porém um dia me pediu para treiná-la, jogando uma espada de madeira pra mim com outra na mão dela.

Não entendia bem o motivo, acredito que seja por conta da minha vila não tratar as mulheres como guerreiras, mas acabei recusando:

- Não...

- Ué, por que? As skjaldmö são guerreiras incríveis, e além disso...

- Mulheres não fazem o tipo de lutador, principalmente uma criança... - Ela começou a me bater com a espada - Ai... Isso doeu!

- Mereceu isso. Agora me treina, se não eu vou te bater até ver se tem algo na sua cabeça além de músculos.

Eu sabia que ela não teria força para tal feito, mas eu não queria ser irritado de novo pela mesma. O que aconteceu não era o que eu chamaria de treino, já que eu simplesmente a derrubei com poucos golpes, mas ela acabou dando umas risadas e até sorri um pouco, mesmo controlando para não o fazer.

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