Presa do Crepúsculo
Início de Um Sonho
Vale dos Vikings
Novo Treinamento
[Illana]
Mesmo eu aceitando as consequências dessa liberação, não imaginava que seria tão terrível assim. Senti que alguém a mais me controlava, mas ao mesmo tempo sabia que era eu mesma.
Acho que aquela história de que temos o lado animal e o lado humano era verdade, já que mesmo tendo meus músculos contraídos sentia algo quebrando dentro de mim, porém não parava de jeito nenhum. Tudo que eu via era uma silhueta negra no meio de uma vermelhidão.
Agradecer ao Ragnar, era o mínimo que eu devia fazer e mesmo tendo um raio percorrendo meu corpo, sentia um tremendo alívio físico. Logo depois de me recompor, ele me explicou a situação com o Eitr. Fiquei meio desapontada, mas procurei descontrair.
— Bom, se eu quiser ser a maior Xamã de todos os tempos vou ter que me controlar... — E aproveitei o clima para brincar com os meus três amigos que acabaram de chegar — Descansaram bem, belas adormecidas?
Quando Zane chegou perto de mim para perguntar o que tinha acontecido, apenas respondi que não foi nada demais e pedi para ele me ajudar a levantar.
Mas quando levantei meu braço, vi que ele estava todo roxo e só naquele momento recebi uma dor que nunca senti na vida, eu quebrei não só meu braço como também minha perna. Onde essa última percebi quando levantei com o Zane segurando a outra mão e logo após, caindo de cara no chão sentindo a mesma dor.
Zane ofereceu as costas para me ajudar na locomoção, mesmo não querendo tive que aceitar, porém o que me preocupava era o tarrasque. Ragnar se ofereceu de prontidão, mas teríamos que esperar mais uma noite até tudo se normalizar.
Passou-se mais um dia e voltamos à fazenda, onde fomos recebidos de bom grado e recebemos a recompensa de 10 mil galeons. Dividimos igual em 5, depois da ajuda, não podíamos deixar o Ragnar sem nada.
Fui rapidamente levada a ala médica do QG, e não podia acreditar que era tão eficiente. Depois de algumas horas Gayak veio até meu quarto para perguntar porque viemos com 4 quintos do valor dado.
Eu tomei a dianteira e contei o que aconteceu com o Ragnar, claro que passando pano para algumas coisas. Deu para ver no rosto dele que a desconfiança era muita, porém a curiosidade maior:
— Sobre aquele Xamã, ele por acaso usava algum símbolo nas roupas e aonde está o corpo dele?
— Sim um conjunto de três rodas com múltiplos olhos e duas asas saindo do centro. E sobre o corpo, meio que o povo do vilarejo queimou num ritual de sacrifício...
— Um o que!? — Ele coçou os olhos com a ponta dos dedos — Olha, eu tenho mais coisas pra fazer do que ficar ouvindo bobagens...
— Ele não falou mais do símbolo estranho... — Pontuou Sirius.
— O cara que atacou a minha vila tinha o mesmo símbolo nas roupas, não acho que seja coincidência... E se..?
Uma enfermeira chegou, expulsou meus amigos, e logo após mandou eu descansar até a próxima leva dos feitiços de cura. Confesso que achei que demoraria mais, só que os curandeiros vinham frequentemente e todos bem diversos, desde neutros até alguns com seus próprios atributos mágicos. Foram quase três semanas para que meu braço e perna ficassem normais, mas demoraria um tempo até se recuperarem completamente.
Aproveitei o tempo para estudar todo tipo de relato sobre a Fúria Berserk e por curiosidade também pesquisei sobre a Antimatéria, graças a uma fala do Hausk:
— Só um feitiço de invocação e um de campo, você consegue fazer mais feitiços?
— Sim, eu consigo lançar de longe alguns feixes, e...
— Não isso. Estou falando de feitiços complexos de outras categorias, Anti-Magos sempre foram famosos por usar todas as categorias, tente começar na especialização em Emissão.
Durante meus estudos, chegou ao ponto em que eu até dormi e nesse sonho vi uma criatura estranha.
Tinha a estrutura corporal fina como uma cobra, no lugar da cabeça algo que parecia uma espada, um quadrado grosso girando pelo pescoço e o resto do corpo era achatado e no final voltava a ser fino com a ponta da cauda semelhante a uma empunhadura.
Quando fui tentar pegar, a enfermeira me acordou para dizer que eu estava totalmente recuperada. Então saí para o quintal com um livro que falava sobre a Fúria, seguia as instruções dele ao primeiro passo para controlar esse poder.
Fiquei me concentrando até chegar na contração dos meus músculos e assim podia, pelo menos, permanecer sã durante a transformação. Eu sabia que não iria me tornar uma expert de uma hora pra outra. E continuei nesse estado enquanto desferia golpes no ar, o que funcionou.
Após alguns dias, me senti pronta pra avançar para controlar a Aesir, mas enquanto entrava naquele estado, me vinha na cabeça a luta contra o Ragnar. Mas eu não esperava que meu treino teria testemunhas:
— Oi Illana, você está treinando, por acaso?
— Você ficaria apavorado igual o Ragnar se estivesse acordado naquela hora, eu destrocei aquele cara só com força física, destruí várias casas de lá e até agora não entendo como ninguém morreu...
— Nossa... Olha, eu vi que você estava golpeando o ar, né? Que tal você golpear, sei lá, algo sólido? — Fiquei pasma com a oferta dele, pois não acreditava que aquele corpo frágil e magrelo aguentaria os meus socos.
— Tem certeza que você aguenta? Porque só um soco foi o suficiente pra quebrar o crânio... — Enquanto eu falava, ele foi para minha frente e ativou um feitiço que o cobriu com uma espécie de armadura — Acho que não vou vencer no diálogo, então pelo menos na força...
Logo na primeira arrancada, Zane defendeu com os braços antes mesmo de eu dar um chute. Quando virei, vi que abri um buraco no chão com o balançar da minha perna, e por isso ele se defendeu de imediato. Me virar custou minha vantagem, pois ele também deu uma arrancada só que mais rápida que a minha.
E enquanto eu estava no ar, ele me deu mais um soco, porém fui mais rápida e peguei a mão dele, não só para amortecer o impacto, como também para derrubá-lo. O que acabou sendo ineficaz, já que ele garantiu que o pé seria a primeira coisa a tocar no chão, e quando vi a cara de debochado dele, acabei me empolgando mais do que devia.
O vapor que exalava de mim só aumentava e sentia a pele esquentar cada vez mais, e quando vi, já estava vermelha. Ambos nos impulsionamos para atacar, porém antes de encostar nele, escutei um estalo vindo da mão que eu ia socar, eu fiquei distraída mais uma vez.
Só que não seria igual antes, eu me abaixei para evitar o soco do Zane e logo quando ele chegou perto o suficiente, saltei e dei o último golpe usando o meu braço para atingir a barriga e derrubá-lo de vez.
O que imediatamente nos foi mostrado, uma missão de exploração de masmorras.
— Espera um pouco... A gente vai mesmo explorar um lugar antigo pra caralho, cheio de armadilhas, artefatos e tesouros, além de ter sido construído por orcs!? — Dizia, enquanto pegando o papel da mão da Gali.
— Bom, é isso que essas missões significam, então sim. — A mesma respondeu — Será que vamos encontrar algum orc?
— Desculpa te decepcionar, mas os orcs foram extintos a uns duzentos anos, então acho que se a gente encontrarmos vai ser só esqueletos. — Respondeu Sirius, estragando o clima.
— O que vocês estão esperando, seus lerdos? Bora lá!
Eu não podia dizer dos outros, mas eu estava realmente muito empolgada para ir dessa vez. Finalmente faria uma missão digna do título de Aventureira.
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Dragon Slayers
FantasyApós seu vilarejo de nascença ser atacado, Illana Pendragon Hirosaki se sente pronta para se tornar uma aventureira. Porém, depois de certo evento ela acaba ficando acompanhada do casal de gêmeos meio-elfos Zane e Gali Traxos, além do garoto nobre S...