Nova Fase

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Presa do Crepúsculo

Início de Um Sonho

Prólogo, parte 2

Nova Fase

[Visão de Zane Traxos]

Eu estava pegando no pulso da minha irmã gêmea, Gali, estávamos correndo enquanto nosso pai estava atrás de nós para garantir que nada se aproximasse, e logo que pudemos ver nossa mãe, corremos imediatamente que após um abraço rápido nos ordenou:

- Pegue a sua irmã, coloca ela no barco e não olha para trás. Eu e sua mãe vamos cuidar disso...

Quando eu entrei no barco me encontrei com um senhor, com a mesma aparência de minha mãe só que mais envelhecido, nos acalmando e disse que era nosso avô e que era hora de partir. Após sairmos da costa e atingirmos uma certa distância, eu desobedeci o meu pai e olhei pra trás.

- Zane, acorda. Zane. Zanykos Haumiel Traxos levanta dessa cama! - Meu avô devia ter pedido para a Gali me acordar.

- Já tô levantando, fala pro vovô que vou demorar um pouco. - respondi enquanto a mesma concordava suspirando.

Eu consegui esconder bem, mas estava bem feliz por ela ter me acordado daquela memória dos nossos 9 anos, pois o que vi depois daquele ponto não era algo que queria relembrar.

Quando fui para a sala me deparei com me avô verificando um conjunto de roupas que era composto por uma camisa azul claro e detalhes poligonais junto das mangas e gola em formato de "v" todos em branco, calça marrom e sapatos pretos com fivelas de ouro típico de Celtland. Enquanto me admirava com cada um dos detalhes escutei a voz do meu avô interrompendo meu vislumbre:

- Eu sei que não é muito... Mas espero que seja o bastante para as suas jornadas.

- O que? Não, isso é simplesmente incrível... Obrigado.

- Vovô, adorei, ficou perfeito em mim.

Depois que a Gali chegou percebi uma segunda estrutura para guardar roupas, a outra era da minha irmã. A roupa dela era igual a minha, só que com design feminino e com o braço esquerdo completamente coberto por um tecido branco.

Meu avô perguntou se eu não iria provar o meu, e disse que faria o café da manhã antes de tudo. Só que, me empurrando, ele disse que já havia feito e que não era para eu me preocupar.

No provador eu só pensava que era um tanto engraçado que meu avô tenha me empurrado, já que como eu e minha irmã somos meio-elfos por parte de pai, somos bem altos e tivemos nosso estirão bem cedo. Só que eu também acabei me lembrando de nossas semelhanças, como nosso cabelo azul da nossa mãe, mas enquanto a Gali herdou os olhos vermelhos do papai, eu ganhei os amarelos da minha mãe.

Quando saí, vi os dois na mesa me esperando, e isso me fez lembrar que aquele sonho era apenas uma memória distante, que eu nunca ia reviver. Após terminarmos de comer, nosso avô ficou agitado, perguntando se não esquecemos de nada, se pegamos um casaco, aquelas preocupações básicas, eu não o culpo, já que somos a última família que lhe restou e estávamos partindo, mas então, eu e a Gali o acalmamos:

- Vovô, não precisa se preocupar, nós vamos fazer o teste e passaremos, e quando acontecer pode ter certeza que vamos te dar notícias sempre.
Minha irmã sempre otimista falou primeiro e eu às vezes ficava meio temeroso por causa disso, pois ela era meio infantil e ingênua, mas ela era forte e inteligente o bastante para se defender. Agora era minha vez:

- Como a Gali disse, mesmo não estando aqui com você, vamos estar perto. Esqueceu que só vamos para a parte urbana.

- Eu sei disso, mas com o que eu fico desesperado é que se vocês passarem, vão para muito longe por conta das missões e se vocês se machucarem feio ou pior..?

- Esqueceu quem foi que nos criou?
Eu sabia que essas eram as palavras certas, pois mesmo sendo preocupado desse jeito e um humano comum, ele sempre fez a gente treinar a nossa magia e nunca se incomodou com o nosso lado elfo.

- Você tem razão... Bem, se nada vai fazer vocês mudarem de ideia, não tem o que fazer... Boa sorte na viagem e que os deuses lhe acompanhen.
Meu avô cabisbaixo aceitou o fato de não sermos mais os seus netinhos, então nos despedidos e seguimos para a cidade.

[Visão de Gali Traxos]

Nunca pensei que a cidade fosse tão movimentada, claro que morando na parte rural da capital, que já era bem grande, eu devia esperar algo assim, mas o que eu vi superou minhas expectativas.

Quando estávamos chegando perto do estádio dos testes um grupo jovens que pareciam ter a mesma idade que a gente, nos abordou e nos ofereceu ajuda. Eu recusei educadamente, enquanto meu irmão ficava furioso e quieto. Porém foi só um deles colocar o braço no ombro do Zane que começou a desandar:

- Você tá bem calada, hein gatin... - Ele não se aguentou e acertando ele com uma rajada muito forte de magia de vento.

- "Gatinha' é a tua mãe, caralho! - Gritou.

Os outro ficaram assustados, não só pelo poder do meu irmão, mas por conta dele ser um garoto, a aparência afeminada dele não ajudava muito na sua imagem.

- Feitiço de Proteção de Fogo - Muralha de Combustão.

Ativei um feitiço, para sairmos daquela zona que o Zane havia criado e após ativá-lo, o peguei pelo braço e saí com ele da muralha que eu havia criado e na hora que os jovens passaram a muralha ativou uma combustão que os mandou para longe e imediatamente dissipou o fogo.

Não acredito que o Zane causou toda essa confusão, não o culpo afinal somos iguais a nossa mãe, exceto pelas orelhas pontudas, e para nós diferenciar as pessoas tem que olhar prós nossos olhos, e por isso todas as pessoas acabam o confundindo com uma menina. Mas enquanto pensava nisso, meu irmão disse:

- Chegamos... Tá pronta pra essa nova frase?

Quando percebi estava no meio de uma multidão, à frente de um grande portão de uma estrutura arredondada, era o Coliseu de Testes, onde finalmente nos tornaríamos aventureiros. Eu estava tão animada que não sabia o que responder, até que eu finalmente soltei:

- Vamos lá!

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