Presa do Crepúsculo
Início de Um Sonho
Vale dos Vikings
Segunda Missão, parte 2
[Illana]
Estávamos numa situação meio tensa graças a todos os habitantes nos olharem estranho, achava que não recebiam muitas visitas de fora e o pior foi quando uma mulher de pelo menos 10 anos mais nova que o Ragnar, de cabelo puramente loiro e olhos verde claro, começou a xingá-lo:
— Filho da puta...
— Desgraçada...— Seu fodido… — O silêncio foi instaurado por pouco tempo.
— Você não tá tão criativa nos seus palavrões recentemente Lagertha.
— Esses estrangeiros não aguentariam os xingamentos de um verdadeiro Viking.
— Admite logo que você amoleceu...
— E quando foi que eu amoleci?
— A mesma orgulhosa de sempre... E cadê o Bjornn e a Tora?
— Tora! O papai chegou!
— Papai!
Logo após, um casal de irmãos chegou, cujo menino aparentava ter 7 anos e a menina 4, porém ambas foram abraçar o Ragnar.
— Hahaha. Ei, cadê o Ivar?
A moça tossiu de jeito que queria chamar a atenção dele, e virando para mostrar uma espécie de mochila que carregava um bebê, o dito Ivar. Todos os três tinham características que indicavam uma mistura entre Ragnar e Lagertha.
E o mau olhar dos habitantes só acabou quando o Ragnar disse que éramos convidados e que graças a nós, teriam um banquete memorável. E achando que ele estava falando do Tarrasque, intervi:
— Mas a gente já explicou que precisamos dele para a nossa missão!
— Eu sei, eu tava falando de vocês… — Nós quatro ficamos acuados, já que o olhar de estranhamento virou um olhar sanguinário, porém tivemos nossas mentes destruídas por pouco tempo, já que as crianças e alguns dos adultos não aguentaram e começaram a rir, então percebemos que era uma brincadeira de muito mal gosto.
Depois de nos estabilizarmos emocional e psicologicamente, seguimos as pessoas até um lugar que eles chamavam de O Grande Salão, a construção lembrava o mesmo das casas normais da vila, mas com a diferença de ser bem maior e menos rústico que as outras.
A festa que estava acontecendo era muito boa, todos conseguiram algo pra fazer, Zane estava ajudando na cozinha, Sirius e Gali estavam dançando as músicas e brincando com os animais empalhados.
Mas aconteceu um acidente com uma criança num lugar alto caindo, e Sirius usou a sua magia para pegá-la. Por algum motivo todos ficaram impressionados perguntando a ele se ele era um “usuário”. Aproveitei que estava sentada do lado de Ragnar para perguntar:
— Porque vocês chamam seus Xamãs de “usuários”?
— É por causa de uma lenda nossa que nossos deuses criaram uma raça antes de nós na Terra, porém eles não gostaram dessa criação e por isso iniciaram outra, porém essa primeira não aprovou dividir o mundo e acabou por atacar e se misturar com essa nova. E então o Conselho de Valhalla decidiu dar o poder das runas, para os mais fortes providos dessa mistura, para que tivesse um equilíbrio.
— Olha, não me leva a mal, mas quando o assunto envolve religião, não quero ouvir. Mas como eu fiquei vidrada, vou deixar passar…
— Essa primeira raça, eram os berserkers e a tal raça misturada, somos nós, os vikings. Além disso, também não acredito nessa história, não se preocupa.
"Ele sabia sobre os berserkers'? Pensei e impressionada disse que eu era uma berserker e perguntei se ele já tinha encontrado alguns antes. E ele respondeu, com um olhar de arrependimento e nostalgia, que sim.
— Isso foi há muitos anos, numa época que eu me envergonho de ter vivido… Eu estava lutando com um casal de xamãs, o homem, que tinha cabelo vermelho e olhos verdes, usava uma magia que eu não conseguia ver de onde vinha, mas ele emitia uma aura azul, e a mulher, de cabelo verde e olhos de cores diferentes azul e vermelho, não tinha nenhum rastro de mana, mas era muito forte fisicamente e às vezes, utilizava aquele poder…
Fúria Berserk! Quando ela atingia um certo nível de raiva, a pele ficava num tom avermelhado e com ranhuras laranjas pelo corpo. E agora que eu lembrei disso, entendo porque você me parecia tão familiar, a mulher tinha um cabelo de antena igual o seu... Hehe. São seus pais por acaso?— Se você for ver meus pais, vai ficar decepcionado porque não sou nada parecida com eles, se é que me entende... — Comecei a rir junto dele, ao mesmo tempo que ele concordava — Mesmo eles tendo me adotado, eu sempre senti uma curiosidade em saber sobre de onde eu vim...
— Eu sei como é, mas às vezes, é melhor deixar no mistério mesmo…Ele falava bem calmo, mas sempre objetivo, porém com um tom de tristeza. Acabei por pensar que toquei numa ferida muito profunda. Pedi desculpas a ele, e o mesmo disse que não tinha problema, pois era uma memória distante.
O clima, por sorte, foi interrompido por aqueles dois guardas de antes, que disseram que um homem estranho e encapuzado, parecendo um mendigo, estava nos portões buscando abrigo e vieram buscar a permissão de Ragnar.
Ele aceitou assim do mesmo jeito que nos ofereceu abrigo, confiante e tenaz. Assim que o estranho chegou no Grande Salão, se sentou perto do fogo e tirou seu manto. O homem tinha um longo cabelo roxo com várias pontas sendo levantadas para cima em diferentes lugares e olhos amarelos, e possuía uma camisa da mesma cor que deixava o umbigo à mostra, além de uma calça verde com relevos dourados parecidos com vinhas e os seus tamancos contribuíam para a estranheza.
O que um homem com esse tipo de vestimenta estava fazendo num lugar como esse, e principalmente com um manto tão velho e esfarrapado, eu não sabia. Mas eu recebi minha resposta quando vi um símbolo esquisito. Era o mesmo que aquele cara que atacou meu vilarejo usava.
Tudo começou a ficar em câmera lenta enquanto corria, mas já era tarde, e a única coisa que percebi na velocidade normal foi a voz dele:
— Feitiço Supremo de Explosão – Sacrifício Divino!
Tudo foi pelo ares, junto da maior parte dos habitantes que estavam ali, nunca pensei que uma explosão fosse tão poderosa.
Minha visão ficou turva e o pouco que vi, percebi que era uma das poucas pessoas que não desmaiaram, acho que por eu ter batido a cabeça em nada, portanto não sabia se o viking que estava deitado na minha frente era ou não o Ragnar, mas uma coisa que eu via muito bem era aquele mesmo desgraçado andando normalmente, mesmo depois de lançar um Feitiço Supremo.
Minha pele começava a arder e o calor dominava meu corpo, e assim como no quartel general da guilda, meu olhar intensificou a turbidez graças a cor vermelha e a crescente falta de umidade perto de mim.
— Achei que os Vikings eram bem mais fortes que isso... Mas se meu mestre quer se aliar a esses fracotes, não vejo porque discordar.
Não dava mais para aguentar, eu não sei como vai ser depois de anos sem a despertar, mas eu devo usar neste momento, se não todos aqui vão morrer. Só queria fazê-lo engolir suas palavras, nem que a Fúria Berserk me transformasse em um animal!
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Dragon Slayers
FantasyApós seu vilarejo de nascença ser atacado, Illana Pendragon Hirosaki se sente pronta para se tornar uma aventureira. Porém, depois de certo evento ela acaba ficando acompanhada do casal de gêmeos meio-elfos Zane e Gali Traxos, além do garoto nobre S...