Prometida ao Visconde

Capítulo 3

Maite

O Duque Collin sempre fora uma ótima companhia nos bailes, nos dávamos muito bem e não tenho duvidas que se não fosse por aquele maldito casamento arranjado eu poderia ser desposada por ele. Não nos amávamos, mas tenho certeza que seríamos ótimos companheiros um para o outro.
Enquanto eu o esperava no jardim, uma lágrima solitária rolou por meu rosto. No fundo eu realmente acreditei que William não retornaria, e eu estaria livre. Mas tudo não passou de um sonho. Não nego que o visconde era um homem muito atraente fisicamente, mas o que tinha de bonito também tinha de insuportável.
Eu estava de costas quando senti mãos envolvendo minha cintura, e uma língua molhada passar por meu pescoço, eu arfei com aquele toque. Foi então que sua mão começou a descer até minha intimidade e eu me afastei rapidamente. Tudo bem que da última vez o Duque havia me encostado na árvore, abaixado minha calçola e me beijado naquele lugar até me fazer ver estrelas, mas antes ele tinha pedido permissão. E hoje não era um dia muito apropriado, afinal anunciariam a data do meu casamento logo mais.
Quando me virei para lhe repreender quase cai para trás.

- William? O que estava pensando? Seu cretino!

- O que eu estava pensando? Ou o que você estava pensando? O que será que todos os que estão ali dentro diriam se soubessem que a senhorita anda se esfregando com o Duque?

- Que eu sou muito inteligente, afinal um Duque é bem mais poderoso que um Visconde! - Respondi nervosa.

Eu não me importava com porcaria nenhuma de título, mas eu estava furiosa e decidi usar isso contra ele.

- É por isso? Podemos ir lá no salão e fazer um leilão então, aí vemos quem dá mais.

O tapa que desferi em sua face ecoou pelo jardim silencioso, e seu olho direito ter enchido de lágrima significava que havia doído do jeitinho que eu queria.

- Por acaso o senhor se manteve casto enquanto esteve em Roma?

- Eu sou homem!

- E eu sou mulher, se tens necessidades eu também tenho!

- Por Deus. - Riu nervoso. - Pensei que fosse uma dama.

- Está tudo bem? - Perguntou o Duque aparecendo.

O coitado nem teve tempo de pensar e levou um soco no nariz do Visconde, ele tentou revidar mas eu entrei na frente para impedir uma confusão.

- Ficou maluco? - Gritou o homem.

- Se voltar a se aproximar da minha noiva, eu acabo com você!

- Queria o que? Abandona uma mulher dessas e quer que ela fique esperando o noivinho covarde dela voltar? Quando quiser é só me chamar, querida. Irei correndo te atender. Aliás, estão chamando para anunciar a data do casamento. Se quiser viscondezinho de merda pode falar que desonrei sua noiva, será um prazer me casar com ela. Pago até a multa em nome do pai dela.

- Desgraçado!

William tentou partir para cima dele de novo, mas eu o impedi. E depois de sorrir debochado o Duque foi embora.

- Será que ele disse a verdade? - Questionei pensativa.

- O que? - Perguntou irritado.

- Que se você disser que ele me desonrou ele se casa comigo.

William me encarou como se eu tivesse dito a maior monstruosidade da face da Terra.

- Só por cima do meu cadáver.

- A gente não se suporta, você estaria livre desse casamento e eu também.

- E deixar que aquele Duque canalha ganhe essa batalha? Jamais!

- Prefere que sejamos infelizes para sempre por orgulho?

- E ainda tem dúvidas da resposta? Não me conhece mesmo, esposinha. Agora acho melhor voltarmos antes que nos encontre aqui sozinhos e façam um escândalo como se já não estivéssemos noivos.

Ele saiu de cabeça erguida na frente, sorte dele que eu não tinha um revólver agora, porque se eu tivesse ele estaria muito encrencado.