Capítulo 12

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William

Quando a noite chegou eu me arrumei e sai, segui para um dos bares que eu era acostumado a frequentar. Sentei em um mesa mais no canto e pedi uma garrafa de whisky.

- William, meu camarada. - Disse Ruan chegando e me cumprimentando. Juntos aprontavamos horrores pelas ruas de Roma, ele era meu melhor amigo.

- Te disse que eu voltaria. - Falei sorrindo. - Senta aí e toma uma dose comigo.

- E aí, como anda o casamento? - Perguntou enquanto se servia.

- Como eu falei que seria, horrível.

- Ela é tão ruim assim?

- A pior.

- Bonita?

- Apresentável. - Respondi já mau humorado, estava ali para falar de coisas boas e não de Maite. - Não quero ficar falando dela.

- Consumou o casamento pelo menos?

- Maite?

- Sim, ué. Você e ela.

- Não, porra. É Maite ali ou eu estou delirando? E por favor me responda que é o álcool.

Se eu não estivesse bêbado, minha querida esposa havia acabado de adentrar o bar sozinha, com um vestido vermelho extremamente pecaminoso e os cabelos presos em um coque alto, como se estivesse fazendo questão de mostrar a marca em seu pescoço. Seu olhar se encontrou com o meu e sorriu enquanto se sentava no balcão.

- Se sua mulher for uma moça branca, cabelos escuros e um corpo esculpido por Afrodite, então sim, acho que é ela. - Comentou sorrindo e em troca lhe lancei um olhar furioso.

Eu mal consegui caminhar até ela que já tinha cerca de 5 homens a rodeando, como animais selvagens em volta de sua presa.

- Pago quanto a senhorita quiser. - Disse um que estava quase lambendo os pés dela.

- Já lhe disse que não sou uma meretriz, senhor. - Respondeu tranquilamente enquanto bebericava seja lá o que for que estava em seu copo.

- Pare de tentar nos enganar, que moça decente viria a lugar desses? - Debochou outro.

- Uma que só quer se divertir e beber, assim como seu marido.

Só então os olhares pareceram se voltar para sua mão esquerda que sustentava uma aliança no anelar.

- Casada?

- E eu sou o marido, dou 5 segundos para sumirem da minha frente antes que eu arrebente cada um. - Falei pegando todos de surpresa.

Alguns saíram imediatamente, outros ainda me olharam pensando se encarariam o desafio, mas eu devia estar com um olhar tão assassino nesse momento que todos partiram antes de eu sair do número três. E eu juro por Deus que realmente teria quebrado a cara de cada um se ousassem me desafiar.

- O que raios pensa que está fazendo aqui? Ainda mais assim, vestida parecendo uma mulher da vida! - Questionei furioso.

- Se o senhor pode frequentar esse tipo de lugar eu também posso.

- E em que lugar está escrito isso? Até onde eu sei as mulheres são inferiores aos homens.

- Os pensamentos andam mudando.

- É uma feminista agora?

- E se eu for? Vai me queimar em uma fogueira agora?

- Deveria, por ser tão insuportável.

- William?

Como diz o ditado "Não há nada ruim que não possa piorar".

- Vai embora, agora não. - Falei firme, mas na verdade eu estava quase implorando.

- Quem é essa daí? Além de ter se casado arrumou outra mulherzinha?

Maite se levantou esbanjando superioridade e eu me coloquei entre elas com medo do que poderia acontecer.

- Eu sou a viscondessa Lewinsky, e a senhorita?

- Elizabeth Bittencourt.

Prometida ao Visconde Onde histórias criam vida. Descubra agora