William
Quando a noite chegou eu me arrumei e sai, segui para um dos bares que eu era acostumado a frequentar. Sentei em um mesa mais no canto e pedi uma garrafa de whisky.
- William, meu camarada. - Disse Ruan chegando e me cumprimentando. Juntos aprontavamos horrores pelas ruas de Roma, ele era meu melhor amigo.
- Te disse que eu voltaria. - Falei sorrindo. - Senta aí e toma uma dose comigo.
- E aí, como anda o casamento? - Perguntou enquanto se servia.
- Como eu falei que seria, horrível.
- Ela é tão ruim assim?
- A pior.
- Bonita?
- Apresentável. - Respondi já mau humorado, estava ali para falar de coisas boas e não de Maite. - Não quero ficar falando dela.
- Consumou o casamento pelo menos?
- Maite?
- Sim, ué. Você e ela.
- Não, porra. É Maite ali ou eu estou delirando? E por favor me responda que é o álcool.
Se eu não estivesse bêbado, minha querida esposa havia acabado de adentrar o bar sozinha, com um vestido vermelho extremamente pecaminoso e os cabelos presos em um coque alto, como se estivesse fazendo questão de mostrar a marca em seu pescoço. Seu olhar se encontrou com o meu e sorriu enquanto se sentava no balcão.
- Se sua mulher for uma moça branca, cabelos escuros e um corpo esculpido por Afrodite, então sim, acho que é ela. - Comentou sorrindo e em troca lhe lancei um olhar furioso.
Eu mal consegui caminhar até ela que já tinha cerca de 5 homens a rodeando, como animais selvagens em volta de sua presa.
- Pago quanto a senhorita quiser. - Disse um que estava quase lambendo os pés dela.
- Já lhe disse que não sou uma meretriz, senhor. - Respondeu tranquilamente enquanto bebericava seja lá o que for que estava em seu copo.
- Pare de tentar nos enganar, que moça decente viria a lugar desses? - Debochou outro.
- Uma que só quer se divertir e beber, assim como seu marido.
Só então os olhares pareceram se voltar para sua mão esquerda que sustentava uma aliança no anelar.
- Casada?
- E eu sou o marido, dou 5 segundos para sumirem da minha frente antes que eu arrebente cada um. - Falei pegando todos de surpresa.
Alguns saíram imediatamente, outros ainda me olharam pensando se encarariam o desafio, mas eu devia estar com um olhar tão assassino nesse momento que todos partiram antes de eu sair do número três. E eu juro por Deus que realmente teria quebrado a cara de cada um se ousassem me desafiar.
- O que raios pensa que está fazendo aqui? Ainda mais assim, vestida parecendo uma mulher da vida! - Questionei furioso.
- Se o senhor pode frequentar esse tipo de lugar eu também posso.
- E em que lugar está escrito isso? Até onde eu sei as mulheres são inferiores aos homens.
- Os pensamentos andam mudando.
- É uma feminista agora?
- E se eu for? Vai me queimar em uma fogueira agora?
- Deveria, por ser tão insuportável.
- William?
Como diz o ditado "Não há nada ruim que não possa piorar".
- Vai embora, agora não. - Falei firme, mas na verdade eu estava quase implorando.
- Quem é essa daí? Além de ter se casado arrumou outra mulherzinha?
Maite se levantou esbanjando superioridade e eu me coloquei entre elas com medo do que poderia acontecer.
- Eu sou a viscondessa Lewinsky, e a senhorita?
- Elizabeth Bittencourt.
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Prometida ao Visconde
RomancePrometidos um para o outro antes mesmo do nascimento, Maite e William não se suportam, e foram condenados a viverem uma vida juntos sem que nenhum dos dois desejassem, tudo por conta de um contrato assinado por seus pais à 20 anos atrás. E agora sem...