Capítulo 25

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Maite

Eu estava apreensiva sentada na ponta da cama quando Collin abriu a mesma furioso, sua expressão era de puro ódio e raiva.

- Aquela ordinária conseguiu escapar, vocês são duas vagabundas. Vamos sair daqui agora! - Ele chegava a cuspir enquanto falava, parecia mais um animal.

- O que aconteceu com você? - Questionei abismada, como aquele homem podia ser o mesmo Duque que eu conhecia a pouco tempo atrás?

- Aconteceu você. Acha que eu queria estar assim, parecendo um maluco? Eu queria ter conseguido seguir com a minha vida igual você seguiu, mas falhei.

- Você é jovem, Collin. Merece ter uma boa esposa ao seu lado, que te ame. Que vocês possam formar uma família e sair juntos, apresentá-la a sociedade. Coisa que jamais poderá comigo, passará o resto da vida fugindo e nos escondendo, porque eu tenho certeza que William jamais deixará de tentar me encontrar.

Ele pareceu pensar por alguns segundos, mas derrepente ouvimos passos e uma voz soou pelo quarto chamando nossa atenção.

- Collin, vamos embora daqui.

- Saia daqui, Elizabeth.

Que pesadelo era aquele? O que aquela vadia estava fazendo aqui?

- Eu não vou sair, eu me importo com você. Te quero bem... E ao meu lado.

- Você só pode estar delirando. - Disse rindo nervoso.

- Eu te ajudei com tudo isso, queria ver William sofrendo. Por isso fui sua cúmplice, mas agora eu percebi que não dou mais a mínima para minha vingança, eu só queria estar em casa jantando com você e conversando enquanto caímos na gargalhada de nossas desgraças.

- Tivemos um caso, mas eu disse que não passaria disso, Elizabeth.

- Eu sei, e você acha que estava em meus planos me apaixonar por você? Mas aconteceu, eu sinto por sua pessoa algo que nunca senti por ninguém... E esse bebê que cresce dentro de mim agora merece um pai presente e não um que viverá fugindo com uma mulher que nunca será dele.

Pelo visto eu não era a única chocada dali, já que a boca de Collin formava um perfeito "O".

- Você está grávida de um filho meu?

- Sim... - Respondeu secando uma lágrima que escorreu por seu rosto.

Ele se aproximou dela e secou o rosto da mesma, aparentemente emocionado.

- Você me ama?

- Sim, Collin. Eu te amo, e estou pedindo por favor para que de uma chance para nós, sei que podemos ser muito felizes juntos.

Minha cabeça rodava com tanta informação, que precisei me sentar novamente. Mas pouco tempo depois senti uma forte pontada na barriga e um líquido começou a escorrer por minhas pernas. Aquilo chamou a atenção dos dois, e também o relinchar de um cavalo ao lado de fora.
Elizabeth correu para olhar do que se tratava.

- William chegou... Está armado. É agora ou nunca, Collin.

- Maite está parindo, não podemos deixá-la.

- Vão, William está aqui, ficará tudo bem.

- Mas...

- Anda Collin, ele vai te matar se ficar aqui. - Falei com um pouco de dificuldade.

- Tem uma porta nos fundos, já vou indo na frente. - Disse Elizabeth saindo em seguida.

- Obrigado, Maite. Foi por isso que um dia me apaixonei por você, é a melhor pessoa que já tive a oportunidade de conhecer. Sei que minhas desculpas jamais serão suficientes, mas me perdoe, por favor. Eu estava fora de mim, fui um crápula e carregarei essa culpa pelo resto da minha vida.

- Apenas sejam felizes e estarão perdoados.

- Boa sorte, que essa criança venha com saúde. Tchau, Maite. - Falou sorrindo.

- Adeus, Collin.

Foi o tempo dele conseguir correr para escapar que William adentrou o cômodo furioso, mas quando nossos olhares se encontram vi a raiva deixar seu semblante para dar espaço a um visconde preocupado.

- O que fizeram com você? Cadê ele? - Questionou aprrensivo correndo até mim enquanto selava nossos lábios com um rápido beijo.

- Você irá precisar de um copo de conhaque para compreender o que aconteceu, agora só me ajuda trazer essa criança ao mundo, por favor... - Pedi respirando fundo e me contorcendo com a contração que veio novamente.

- Eu não consigo fazer isso, eu não sou médico. Irei em busca de algum para te ajudar.

- Não da mais tempo, tem que ser você.

Ele estava em pânico, mas começou a me ajudar. Me auxiliou a deitar na cama, ergueu meu vestido e tirou minha roupa íntima, involuntariamente eu abri as pernas na posição que as mulheres costumavam ficar. Ele vasculhou todo o lugar e conseguiu encontrar uma garrafa de whisky para desinfetar as mãos, uma tesoura e tirou a própria camisa para embrulhar o neném.

- Pronto, faça força, amor. Estou aqui com você. Eu prometo que ficará tudo bem.

Todo o momento ele ficou me incentivando e me auxiliando, ele acreditou que eu conseguiria mesmo quando eu já não acreditava.

- Eu juro que esse será nosso único filho, inferno! - Praguejei antes de fazer força pela última vez, sem dúvidas era a pior dor que já senti em toda minha vida.

Um choro ecoou pelo lugar e eu respirei aliviada, ele cortou o cordão umbilical, enrolou o bebê e me entregou enquanto sorria com os olhos cheio de lágrimas.

- É um lindo menino, parabéns, você foi incrível. - Falou dando um beijinho em minha testa.

- E você também, muitos homens desmaiariam fazendo um parto. - Comentei brincando enquanto guiava a pequena boquinha até meu seio. - Bem vindo ao mundo, meu filho.

- Noite passada eu tive um sonho, que um pequeno menino chamado Nathan me chamava para brincar.

- Esse será seu nome então, nosso Nathan.

Depois de alguns minutos ele saiu para buscar auxílio para conseguir voltarmos para a casa.

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