Capítulo 5

1.3K 140 19
                                    

Maite

Eu estava lendo em meu quarto quando fui interrompida com batidas na porta.

- Entre.

- Com licença, senhorita. Vossa graça está na sala, deseja vê-la.

Eu franzi a testa, Collin nunca havia me procurado em minha casa. Assim que desci as escadas minha mãe já estava com ele na sala conversando e tomando chá.

- Vossa graça. - Fiz uma breve reverência. - O que te trouxe até aqui? - Perguntei com um sorrisinho amarelo.

- Como eu estava contando a sua mãe, pretendo logo mais cortejar uma dama da sociedade, e a senhorita seria ideal.

- Ideal para que? - Questionei já ficando fraca, será que ele iria pedir minha mão mesmo eu estando noiva de outro? Isso seria escandaloso... Mas um escândalo maravilhoso, ainda mais se meu pai cedesse.

- A senhorita é uma verdadeira dama e  como somos amigos, pensei que poderia me ajudar, nunca cortejei ninguém antes e gostaria que me desse algumas dicas, essas coisas.

Que desgraçado!

- Eu ando muito ocupada com o arranjo do meu casamento, vossa graça. Lamento não poder te ajudar.

- Imagina, eu estou cuidando da maior parte. Dar uma ajudinha ao seu amigo não fará mal algum. - Disse minha mãe. Ele era um Duque e minha mãe era fascinada em títulos, jamais me deixaria negar um favor a um.

Isso fez Collin abrir um imenso sorriso vitorioso, ele queria me torturar, só pode.

- Então, pode me acompanhar até o centro, senhorita Perry? Eu quero escolher alguns presentes a minha futura noiva, e desconheço alguém com um gosto mais refinado.

- Claro. - Respondi nem um pouco empolgada. - Vou chamar uma das criadas para nos acompanhar...

- Não é necessário, eu trouxe Aline para nos acompanhar, uma senhorinha totalmente confiável de minha mansão.

- A traga de volta antes do Sol se pôr, por favor.

- Não se preocupe, senhora.

Quando eu já estava na carruagem não acreditei no que vi, ele havia trazido provavelmente a mais velha das criadas, a mesma andava somente com uma bengala, e dormia profundamente, nem notou nossa chegada.

- Ela pelo menos enxerga? - Perguntei nervosa.

- Uns 30% acredito eu. - Respondeu dando de ombros.

- O que significa tudo isso? O que quer, vossa graça?

- Vossa graça? Pensei que já havíamos passado da fase das formalidades.

- Fala logo, Collin.

- Uma despedida.

- Despedida?

- Sim. Não é justo ser aquele visconde miserável a te ter inteira pela primeira vez.

- Isso é só por causa de lorde Lewinsky?

- Não, é também por nós. Eu te quero, e quero te fazer minha. Merecemos isso, uma noite de amor, para que fique registrada em nossa lembrança para sempre já que não poderemos ficar juntos.

- Já fizemos muitas coisas juntos, Collin. Nos arriscamos demais já.

- Muitas coisas? Apenas eu lhe proporcionei prazer e foi apenas uma vez. Não sente vontade de repetir? De sentir minha língua te penetrando de novo? - Ele pegou minha mão e levou até sua virilha, eu nunca havia o tocado assim antes, e mesmo por cima da calça eu senti que era algo grande e firme que arrepiou até meu último fio de cabelo. Mas rapidamente eu afastei meus dedos de perto dele. - Não quer sentir ele te preenchendo por inteira? Se aquele dia você viu estrelas, garanto que dessa vez te farei ver as constelações inteiras.

- Não sei, Collin. Isso pode acabar comigo e com minha reputação.

- E desde quando você se importa para isso, Maite? Se descobrirem o máximo que pode acontecer é me obrigarem a casar com você, e isso seria um prazer.

- Sabe muito bem que não é só isso, seremos praticamente expulsos dos salões de Londres, e independente de título sofreremos com o julgamento e o desprezo.

- Eu não me importo.

- Acho melhor nos afastarmos, não há nada que possamos fazer. E não sei se estou disposta a correr um risco tão grande. Não se preocupe que voltarei andando para casa. Adeus, vossa graça. - Falei descendo da carruagem quando havíamos chegado no centro. Acho que ainda o escutei murmurar algo como "Você será minha", mas acho que não passou de impressão.

Prometida ao Visconde Onde histórias criam vida. Descubra agora