Maite
Eu estava lendo em meu quarto quando fui interrompida com batidas na porta.
- Entre.
- Com licença, senhorita. Vossa graça está na sala, deseja vê-la.
Eu franzi a testa, Collin nunca havia me procurado em minha casa. Assim que desci as escadas minha mãe já estava com ele na sala conversando e tomando chá.
- Vossa graça. - Fiz uma breve reverência. - O que te trouxe até aqui? - Perguntei com um sorrisinho amarelo.
- Como eu estava contando a sua mãe, pretendo logo mais cortejar uma dama da sociedade, e a senhorita seria ideal.
- Ideal para que? - Questionei já ficando fraca, será que ele iria pedir minha mão mesmo eu estando noiva de outro? Isso seria escandaloso... Mas um escândalo maravilhoso, ainda mais se meu pai cedesse.
- A senhorita é uma verdadeira dama e como somos amigos, pensei que poderia me ajudar, nunca cortejei ninguém antes e gostaria que me desse algumas dicas, essas coisas.
Que desgraçado!
- Eu ando muito ocupada com o arranjo do meu casamento, vossa graça. Lamento não poder te ajudar.
- Imagina, eu estou cuidando da maior parte. Dar uma ajudinha ao seu amigo não fará mal algum. - Disse minha mãe. Ele era um Duque e minha mãe era fascinada em títulos, jamais me deixaria negar um favor a um.
Isso fez Collin abrir um imenso sorriso vitorioso, ele queria me torturar, só pode.
- Então, pode me acompanhar até o centro, senhorita Perry? Eu quero escolher alguns presentes a minha futura noiva, e desconheço alguém com um gosto mais refinado.
- Claro. - Respondi nem um pouco empolgada. - Vou chamar uma das criadas para nos acompanhar...
- Não é necessário, eu trouxe Aline para nos acompanhar, uma senhorinha totalmente confiável de minha mansão.
- A traga de volta antes do Sol se pôr, por favor.
- Não se preocupe, senhora.
Quando eu já estava na carruagem não acreditei no que vi, ele havia trazido provavelmente a mais velha das criadas, a mesma andava somente com uma bengala, e dormia profundamente, nem notou nossa chegada.
- Ela pelo menos enxerga? - Perguntei nervosa.
- Uns 30% acredito eu. - Respondeu dando de ombros.
- O que significa tudo isso? O que quer, vossa graça?
- Vossa graça? Pensei que já havíamos passado da fase das formalidades.
- Fala logo, Collin.
- Uma despedida.
- Despedida?
- Sim. Não é justo ser aquele visconde miserável a te ter inteira pela primeira vez.
- Isso é só por causa de lorde Lewinsky?
- Não, é também por nós. Eu te quero, e quero te fazer minha. Merecemos isso, uma noite de amor, para que fique registrada em nossa lembrança para sempre já que não poderemos ficar juntos.
- Já fizemos muitas coisas juntos, Collin. Nos arriscamos demais já.
- Muitas coisas? Apenas eu lhe proporcionei prazer e foi apenas uma vez. Não sente vontade de repetir? De sentir minha língua te penetrando de novo? - Ele pegou minha mão e levou até sua virilha, eu nunca havia o tocado assim antes, e mesmo por cima da calça eu senti que era algo grande e firme que arrepiou até meu último fio de cabelo. Mas rapidamente eu afastei meus dedos de perto dele. - Não quer sentir ele te preenchendo por inteira? Se aquele dia você viu estrelas, garanto que dessa vez te farei ver as constelações inteiras.
- Não sei, Collin. Isso pode acabar comigo e com minha reputação.
- E desde quando você se importa para isso, Maite? Se descobrirem o máximo que pode acontecer é me obrigarem a casar com você, e isso seria um prazer.
- Sabe muito bem que não é só isso, seremos praticamente expulsos dos salões de Londres, e independente de título sofreremos com o julgamento e o desprezo.
- Eu não me importo.
- Acho melhor nos afastarmos, não há nada que possamos fazer. E não sei se estou disposta a correr um risco tão grande. Não se preocupe que voltarei andando para casa. Adeus, vossa graça. - Falei descendo da carruagem quando havíamos chegado no centro. Acho que ainda o escutei murmurar algo como "Você será minha", mas acho que não passou de impressão.
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Prometida ao Visconde
RomancePrometidos um para o outro antes mesmo do nascimento, Maite e William não se suportam, e foram condenados a viverem uma vida juntos sem que nenhum dos dois desejassem, tudo por conta de um contrato assinado por seus pais à 20 anos atrás. E agora sem...