59. Maldições familiares

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Merlia

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Corro para fora segurando a barra do vestido e não vejo meu marido em lugar nenhum. 

Droga.

Desço as escadas e começo a andar sobre a grama úmida, meu salto começa a afundar e resmungo baixo retirando eles e carregando-os pelo jardim enquanto procuro por Lucca. 

— Cadê você? – Falo comigo mesma. 

Suspiro. 

Ando entre alguns arbustos que tem no jardim, e nada dele. Com certeza ele deve ter ido embora, começo a ficar angustiada, um frio na barriga se estende até minha espinha e causando-me uma tonteira. 

Meu estômago cria náuseas e a vontade de vomitar está quase impossível de segurar. O que será que esta acontecendo? Me seguro em um dos arbustos tentando parar em já que uma tonteira também surge. 

— Maldita ansiedade. 

Fecho os olhos preparada para vomitar, quando... 

— Au! 

Estudo um gemido de dor. 

— Lucca! – Falo abrindo os olhos e levantando a cabeça indo em direção aquela voz. 

Eu nunca confundira. 

Tento correr e logo chego onde ele está. 

Paro ofegante quando consigo encontrá-lo, fico por alguns segundos o observando de costas para mim, enquanto ele balança uma das mãos e com a outra segura a garrafa que está partida ao meio. 

Caminho devagar até ele, soltando os meus sapatos ali no chão mesmo. Sem que Lucca se dê conta da minha presença, aproximo das suas costas, sinto o seu cheiro que me deixa mole das lembranças rápidas que me invadem.

Quando estou quase tocando o seu braço…  

— Se me tocar mato você. 

Paro meu movimento no meio do caminho, Lucca consegue ser mais rápido que quando me dou conta ele já havia soltado a garrafa quebrada e segurado meu punho com a mão que estava indo alcançá-lo. 

Nos olhamos profundamente por algumas frações de segundos e pude ver nos seus olhos que ainda me ama, por mais que lute contra e a lua está a nos testemunhar. 

Meu marido se aproxima mais ainda sem tirar os olhos de mim, ainda segurando o meu punho ele se curva um pouco para alcançar a proximidade que imploro que faça, seu olhar vai para meus lábios que estão entre abertos e sinto meu corpo queimar com a sua intensidade, passo minha língua neles para umedecê-los e ele aperta os seus, formando uma linha reta. 

— Em que parte você não entendeu que quero ficar sozinho? 

Sua voz troveja forte, mais a única coisa que estou focada é em beijá-lo. Eu preciso dele, quero desesperadamente ser sua. 

— Lucca. – Sussurrei. 

— Eu te odeio diaba mentirosa. – Fala baixo. 

— Bom, eu também te odiei quando descobri que era um assassino. 

Ele faz um vinco com as sobrancelhas, e não diz nada. 

— Por que não faz logo o que quer? – Provoco. 

— O quê? Matar você? Porque é isso que minha mente está gritando para fazer. 

— Não. Me beijar. 

Fire: Indecente e Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora