4- Desconhecido

85 9 0
                                    

Merlia

- Já disse para resolver.

...

- Não interessa, nem que tenha que ir até o inferno...

...

Escuto uma voz grossa e logo reconheço. Abro os olhos meio embaçado e sento na cama...

... Espera. Uma cama?

Fico um pouco desesperada sem saber como cheguei até (olho bem) no meu novo quarto. Quando percebo onde estou, vejo na minha frente o mesmo rapaz quem me salvou.

Mais como ele sabe onde moro? Com quem discutia no telefone?

Muitas perguntas rodeavam na minha cabeça. Abraço minhas pernas quando aquele lindo homem sorri novamente ao me ver.

- Você acordou.

- Quem é você? Como sabe onde moro? - Solto um bombardeio de perguntas.

- Acalme-se. - Coloca a mão sobre meu joelho.

Mais o meu medo era tamanho que dou um pulo da cama e grito.

- SAIA DA MINHA CASA!

- Merlia! - Minha tia entra correndo pela porta, aí que fico mais ainda sem entender. - Isso são modos menina, esse jovem lhe salvou devia agradecer ao invés de ficar aos berros.

- Mais... Como...? - Falo.

- Espera, vamos nos acalmar. Acho que começamos errados.

O homem passa a mão novamente em seus cabelos meio constrangido com toda a situação confusa.

- Deixa eu me apresentar. Meu nome é Lucca Salvatore. - Estende a mão em minha direção.

Observo aquele gesto bem desconfiada, olho para minha tia que faz um sinal que pegue na mão dele. E assim faço.

- E o meu é Merlia.

Quando nossas mãos se tocam, é como se eu sentisse uma eletricidade diferente percorrer todo meu corpo. E as sensações que este homem me causa só piora toda a situação.

- Que lindo nome. - Diz sorrindo.

- Como me trouxe até aqui? - Pergunto indiferente desfazendo nosso toque.

- Como não havia ninguém na rua quando você desmaiou, fui correndo, pedi ajuda ao convento que estava próximo e foi quando sua tia abriu o portão e te viu em meus braços e logo sugeriu que a trouxesse aqui.

Sento na cama sem nenhuma resposta para retrucar, olho para o criado mudo e minha caixinha ali intacta. Coloco uma mexa atrás da orelha e apenas digo:

- Obrigada.

- Não há pelo que agradecer.

- Vou terminar o jantar, gostaria de ficar e comer conosco? - Minha tia fala.

- Titia talvez ele tenha...

- Eu adoraria. - Me corta.

Que abusado!

Acho que desconheço dona Alex, sempre disse para ficarmos longe de desconhecidos e agora isso? Sendo gentil com um estranho.

Passamos o jantar o tempo todo calados, menos minha tia que conversa mais que um disco arranhado, e eu não sabia mais para onde olhar se aquele tal de Lucca mal tirava os seus olhos de cima de mim.

Mais do nada seu celular toca e ele se levanta meio apressado dizendo que precisa ir embora.

- Lia acompanhe o moço até a saída. - E tia Alex sendo mais uma vez inconveniente.

Fire: Indecente e Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora