36. Aceita.

39 4 0
                                    

Merlia

**$**

Que ódio.

Raiva.

Eu quero matá-lo.

Isso não irá ficar assim, não mesmo.

O dia havia amanhecido diante dos meus olhos, e estou disposta a ir atrás do meu emprego, como vou tirar meus filhos daquele monstro que é Lucca. Aquele homem não é e nem chega perto de quem era meu marido.

A pessoa que vi ontem a noite preste a me matar não é o mesmo que já foi. Eu fico com mais raiva ainda dele por menos nem lembrar de mim, e não tive nem tempo de descobrir mais coisas.

Olho meu reflexo no espelho do pequeno banheiro — do hotel qual estou hospedada —, vejo minha tatuagem no meu peito, qual tampo com base para que ele não veja. Será que tem a dele ainda?

Como apesar de ter se tornado um monstro, meu coração ainda continua aqui querendo brilhar, tentando me convencer a dizer a ele quem sou. Mais que inferno, viu.

Pego minha pequena bolsa e saio do quarto para tomar o café que oferecem antes de ir atrás de uma nova tentativa de me integrar, ou não sei como farei para ter meus filhos de volta. Eles são tão lindos, Emma tão doce e Oli tem sua personalidade forte, mas não sei como se apegou a mim com facilidade.

Minha menina se parece tanto comigo, já meu garotinho é a cópia fiel do pai. Sento no balcão meio irritada e bufo.

— Licença. – Digo ao moço do lado.

— Dia ruim? – Ele diz.

Olho para ele debaixo para cima, e ele está vestido com um macacão Jeans claro com uma camiseta branca cavada por baixo.

Sua pela parda combina com seus músculos que chama bastante a atenção, seus olhos pretos e cabelos médios qual deixa jogado. E sua barba bem feita e boca rosa. Uau! Não nego ser uma delícia de homem. Mais se eu não fosse traumatizada, seria mais interessante. Dou um gole na xícara de café antes de responder.

— Dia ruim? – Respondo rindo de nervoso com lágrimas nos olhos.

— Dia péssimo. – Continuo e coloco a mão da cabeça. — Muito péssimo...

Ele continua me observando.

— Sabe aqueles dias, um daqueles dias onde tudo acontece? Você perde seu emprego, perde a sua moradia, descobre que além de odiar seu ex, descobre que ainda o ama, e não pôde ficar com seus filhos...

A última parta faz as lagrimas contidas caírem, abaixo a cabeça e ele não diz nada, apenas coloca a mão no meu ombro.

— Desculpa.

— Não tem pelo que pedir desculpas.

Quando menos espero meu celular começa a tocar, limpo as lagrimas e o pego na bolsa quando vejo que reconheço o número e meu coração já dispara.

— Alô?

"Angel?"

— Sim. Sou eu Margô. Você me ligou para verificar, já fui embora? Eu pego o voo em uma hora. – Despacho todo meu nervoso.

"Não faça isso menina! Estou te ligando para você voltar, precisa vir até aqui."

— Mais e Lucca.

"Não ligue para ele e suas grosserias. Só venha."

— Tá bom, estou indo. Desligo o telefone ainda passada com essa ligação inesperada.

Fire: Indecente e Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora