60. Filho de Hitler.

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Merlia

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Já estávamos dentro do avião de Lucca indo direto para Sicília.

Depois daquela notícia, conversei com meu tio que o mais rápido deu um jeito de acabar com a festa, subi correndo e troquei de roupa colocando uma calça jeans clara soltinha e uma blusinha fina com mangas curtas com um zíper na frente e por último fiz uma pequena mala e vim direto para o avião.

Pedi que Erika ficasse na minha mais nova casa ajudando meu tio com que precisasse, e que eu lhes daria noticia. Estou me mantendo forte tentando segurar todas as lagrimas que consigo, mas está difícil.

- O que ela está fazendo aqui?

Reviro os olhos ao ouvir a voz de Mateo quando entra no avião e dá de cara comigo sentada em uma das poltronas de frente para Lucca.

- Você sabe o que ela faz, aqui. - Diz curto e grosso.

- Ela não é da família.

- Tem certeza? - Pergunto olhando para ele.
- Eu contei a ele.

Mateo fecha a cara para mim e se tivesse balões de diálogo sobre sua cabeça ele estaria me xingando e planejando a minha morte.

- Você não acreditou nela, por que isso...

- Já chega, eu não quero falar sobre isso.

- Você acreditou nessa bandida. Lucca, você é um idiota, tenho dúvidas se é meu filho.

Lucca se levanta e encara o pai.

- Isso tudo é culpa sua!

- Minha?

- Sim, se você não fosse obcecado naquela vingança boba em querer matar a filha dos Mancini, talvez nada disso teria acontecido. Não é?

- Mais...

- Sem mais. Quem me mandou para aquela cidade? VOCÊ! ENTÃO, PAPAI, O ÚNICO CULPADO AQUI É VOCÊ. Agora esse irá ser o seu carma. Esta mulher. - Aponta para mim.

- Além de ser a filha perdida dos seus amigos, ela é a mãe dos seus netos. Espero que viva muito infeliz a partir de agora. E agora, chega deste assunto.

Mateo sem dizer nada, some para algum canto daquele avião que não o vejo mais.
Estamos algum tempo voando, eu e meu marido não trocamos nenhuma palavra a não ser poucos olhares.

Uma moça muito bonita aparece em um uniforme e nos oferece algo para beber e comer. Seu sorriso vai diretamente para ele.

- Senhor?

- Apenas deixe a garrafa de uísque. E dê o que ela quiser. - Diz se referindo a mim e depois volta a olhar a noite através da janela.

- E você? - Olha com um pequeno sorriso.

- Apenas a água. Obrigada.

A mulher apenas assente a cabeça e se retira também sumindo do nosso campo de visão, deixando eu e Lucca sozinhos novamente.
Pego a garrafa de água e abro. Talvez isso acalme meus nervos e a ansiedade para saber quem foi o desgraçado que sequestrou meus filhos.

Fire: Indecente e Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora