1689 e 1789

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[Aviso: neste capítulo haverá referência ao envolvimento canônico de Hob no comércio transatlântico de escravos, embora não muito mais do que no próprio cânone.]


"Então, você ainda quer viver?"

É 1689, e alguma coisa na voz de seu Estranho fez Hob olhar para cima, atravessando a névoa de fome e dor e sufocando o alívio em simplesmente em estar na presença de alguém que o vê como mais do que um rato da sarjeta de novamente.

O rosto de mármore de tão pálido permanece imóvel, mas Hob pode ver algo naqueles estranhos olhos profundos, vislumbres de compaixão, e talvez algumas lágrimas. Pesar, por Hob, sobre Hob, com Hob. Arrependimento, talvez? Arrependimento, por ele não estar lá, por ser seu presente de imortalidade, que deu a Hob 80 anos de sofrimento com nenhuma possibilidade de alívio.

E talvez, a mesma tristeza que Hob via no espelho todo o dia entre a Leitura de marca de Robyn e sua morte, o terrível conhecimento de iminente perda – e ele entende, subitamente, que Sua Alma gêmea deixaria ele ir. O deixaria morrer, agora, se ele apenas desejasse, e passar o resto de sua... imortal? longa vida? perpétua? existência sozinho, apenas para livrar Hob de mais dor.


Deus do céu, Hob não passou mais que meia hora na presença desse homem, e ainda sente seu coração transbordar de amor. Com confiança, e gratidão, e o belo sentimento de ser cuidado, por tudo que Seu Coração mostra em sua maneira estranha e bem disfarçada.

Mas nunca tema, Meu Lorde; Hob Gadling sabe o suficiente, agora, para entender que você o ama verdadeiramente, à sua maneira.


"Você é louco?" Hob deixar sair uma risada quebrada, tão emocionado e amado que sente suas lágrimas brotarem em seus olhos. Seu estranho louco e incompreensível, com seus modos sobrenaturais, como eu te adoro. "A morte é só para os tontos!"

Ele vê o pesar nos olhos de Sua Alma gêmea se transformando em indignação perplexa primeiro, e então alívio – Admiração, até. Talvez, depois de 300 anos, Hob tenha conseguido provar que é digno de estar vinculado a essa estranha e nobre divindade, afinal.

"Eu ainda tenho tanto pelo que viver,"Hob disse a ele, risonho, e sob a borda da mesa, pressiona a palma da mão em sua marca, mal escondida sob sua manda suja e esfarrapada. Você, acima de tudo, Querido Único. Eu poderia viver milhares de anos na miséria, afastado de todas as maravilhas do mundo, apenas para você saber que estou lá para nunca se sentir sozinho. "Agora, nós podemos pedir? Porque eu estou preste a comer a porra da mesa."

Sua Alma gêmea inclina sua cabeça, indulgente, e gesticula para uma das criadas, deixando Hob pedir comida o suficiente para quase fazê-lo esquecer como deveria ter morrido de fome mil vezes.


"Eu gostaria estender minhas condolências, pela perda de sua Eleanor" Seu Estranho diz, repentinamente, enquanto observa Hob comer, sem nem pegar um pedaço para si. "Você certamente ainda a lamenta."

"Bem, sim." Hob engole seu bocado de ensopado, e mal resisti a pegar outro imediatamente. "E parte de mim sempre será. Mas ela está feliz, tenho certeza, unida em algum paraíso privado com seus filhos e o amor de sua alma."

Isso parece alarmar o outro, e Hob não consegue, por sua vida imortal, entender o porquê.

"Ela não era sua alma gêmea," diz o Estranho, e o faz soar quase mais como uma pergunta do que a afirmação de um fato que os dois sabem que é.

Passing Stranger!(You Do Not Know How Longingly I Look Upon You)Onde histórias criam vida. Descubra agora