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A final dos regionais chegou naquele sábado, o jogo seria na escola de artes e esportes, seria aquele jogo que decidiria o time que iria para os nacionais.

A alergia de Jungkook ainda era presente, mas mais controlada, ele ainda espirrava, mas nada tão avassalador quanto antes. A arquibancada estava lotada de alunos, torcedores, amigos, imprensa local, era o jogo mais aguardado da região. A competitividade estava a nível Brasil e Argentina, ambos os times se odiavam, principalmente porque boa parte dos membros eram da escola antiga de Jungkook e Namjoon. O capitão do time adversário era um arrogante presunçoso de dar raiva a qualquer um.

Jungkook se preparava no vestiário, Namjoon estava fazendo o típico discurso de todo jogo, mas agora com mais confiança e convicção, precisava que todos fossem para campo confiante. Todos estavam nervosos, o time adversário era bem competente e agressivo, eles não tinham estribeiras em machucar quem fossem preciso. O treinador já passara o plano de jogo para aquele primeiro tempo com substituições para melhor desempenho.

A arquibanca foi a loucura quando os jogadores entraram em campo. Jungkook já pôde ver o capitão do time adversário que se aproximou dele em passos lentos.

— Nos encontramos de novo, Jeon. — ele falava de nariz empinado. — Dessa vez você não vai fugir.

A vontade de Jungkook era cuspir naquela cara de garoto mimado, mas não podia fazer isso naquele jogo. Sorriu provocativo arqueando uma sobrancelha, sabia como ser provocador.

Não conseguiu revidar a provocação porque o árbitro apitou para se posicionarem. Todos foram para suas posições, o time da casa começava o jogo com Jungkook. Dado o tempo, começaram o jogo freneticamente, o ataque era o forte do time.

O placar já estava dois a um para o time da casa, o primeiro tempo não chegara nem na metade. Passes de bola, chutes a gol, defesas, rasteiras, tudo acontecia freneticamente, qualquer leigo iria ficar pedido naquela situação. Terminaram o primeiro tempo três a um com direito a dois gols de Jungkook, ele era o melhor artilheiro da região, difícil era defender um gol seu.

O segundo tempo foi mais complicado, o time adversário mudou sua tática de jogo para uma ainda mais agressiva: agora eles não hesitavam de machucar. Era rasteira, jogada que mais parecia um empurrão, mas disfarçado para não levar cartão vermelho, tropeços propositais, eles não tinha pena, queriam virar o jogo a todo custo. O alvo, claro, foi o melhor da equipe, Jungkook mais parecia jogado aos lobos famintos, era cercado diversas vezes e derrubado propositalmente, eles queriam feri-lo para tira-lo de campo o mais rápido possível.

Percebendo a situação e para preservar o jogador, o treinador decidiu substitui-lo, não precisava mais de Jungkook no jogo, ele já fizera todo o trabalho e dera a vantagem, não precisava arriscar uma lesão nele e perde-lo nos nacionais. Também substituiu Namjoon pelo mesmo motivo.

Como um efeito dominó, aos poucos foram caindo e logo o placar estava empatado com direito a gol de pênalti. Teve que colocar os melhores em campo novamente para desempatar aquele jogo ainda nos acréscimos e não ter a chance de ir para os pênaltis.

Novamente estava no coliseu, queriam a sua cabeça e ele precisava ser forte para não perder aquela luta. Chutes para lá, chutes para cá, sempre rodeado e desviando de uns pés ansiosos, não podia falhar, não naquele momento. Conseguiu analisar a situação em questão de segundos, aquele gol não seria dele, mas seria o da vitória: passou a bola para um dos membros da equipe enquanto corriam todo o gramado desviando de jogadores adversários, recebeu a bola novamente e, em um chute calculado, a jogou com força e ângulos para Namjoon que conseguiu dar um gol de bicicleta, uma manobra que vinha tentando há muito tempo e nunca conseguira.

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