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O clima na casa estava nada bom, os mais novos da família Kim olhavam o patriarca em um misto olhares raivosos sendo Jisoo a que queria cometer um crime de ódio.

Não conseguiu nem perguntar o que ele fazia ali que sua irmã já explodiu em ódio.

— Ele tá falido, Jin. — Jisoo dizia impaciente. — A esposa o largou assim como ele fez com a gente! A sorte é que sua escola tá paga!

— Calma, Noona... — tentava confortar a irmã, mesmo que estivesse com raiva sabia que aquela quantidade de estresse fazia malpara a saúde, alguém ainda precisava ter sanidade naquela casa.

— Calma, Jin? Calma?! — levantou a voz — Esse desgraçado nos abandonou por três anos e você quer dizer para eu ter calma? Onde ele estava quando a mamãe morreu? Ele nem foi capaz de ir no velório!

Jisoo estava com fogo nos olhos, ela era mais velha que Seokjin e na época estava internada por conta de um acidente de carro, ela estava se recuperando do acidente quando recebeu a notícia da morte de sua mãe, com a fuga do pai acabou caindo para Seokjin cuidar dela na época. Toda aquela situação era sensível para os dois, mas mais para Jisoo.

— Noona, deixa que eu cuido disso, — a puxou para longe do homem e sussurrou — Você já se estressou demais.

Ela assentiu, estava mesmo muito estressada. Saiu do cômodo sem olhar para trás ou se despedir deixando os dois Kim para conversarem.

— Você sempre foi mais parecido com a sua Mãe. — comentou assim que a primogênita saiu.

— O quê você quer? Dinheiro? — foi direto ao ponto.

— Seokjin, meu filho... — aproximou-se dele tocando nos seus ombros e recebendo um empurrão nos braços. — Vim aqui para me desculpar, eu não fui um bom pai para vocês...

Seokjin pegou a carteira já tirando umas notas altas de wons, não iria cair naquele papo furado.

— Cem mil? Trezentos mil?* — foi falando os valores e pegando as notas

— Eu não quero dinheiro! — exclamou — Quero meus filhos!

Por um lado estava sendo sincero, ele queria se reconectar com os filhos, mas também estava sem dinheiro e precisava de um lugar para morar.

Seokjin o encarou desconfiado, não acreditava nele. Guardou a carteira e percebeu que seu pai estava olhando para suas roupas, não entendia porque não tinha percebido que as roupas que usavam — que eram de Jungkook — eram roupas de marcas de luxo, principalmente o tênis que era mais caro que seu telefone.

— Eu me arrependo do que eu fiz, de verdade. — mesmo que estivesse sendo sincero, Seokjin ainda desconfiava — Sei que não me querem aqui, mas eu não tenho para onde ir! Por favor, me deixe ficar aqui até conseguir um emprego! — se ajoelhou implorando, estava desesperado — Assim que eu conseguir eu prometo que saio daqui!

Olhava-o sentindo pena, não era compaixão, a situação que seu pai chegou era deprimente. Não era tão rancoroso quanto Jisoo, mas ainda sentia, lembrar do início da adolescência que foi quando sua família começou a desmoronar era torturante, no fim ele só tinha a irmã.

— Tá. — a simples sílaba e sua falta de emoção já foi o suficiente para receber agradecimentos. — Tem até o natal para começar a trabalhar, a partir daí você não será mais bem-vindo. — falou em tom sério e intimidador. — A chave do quarto está no pote vermelho na estante.

Deixou o homem falando sozinho e foi para seu quarto, pegou o telefone para notificar Jungkook que precisou ir embora por problemas familiares.

Pensava no que sua irmã dizia sobre o pai estar falido, apesar do homem tê-los abandonado ele ainda pagava a pensão que os mantinha em uma vida confortável, agora sem a pensão teriam que arrumar um jeito de conseguir dinheiro. Os dois irmãos apenas estudavam, agora Jisoo precisaria procurar um estágio o mais rápido possível mesmo com a monografia em andamento e Seokjin teria que fazer audições para empresas para tentar conseguir bicos de ator, não poderia mais adiar o inevitável.

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