and my burden to bear is a love I can't carry anymore

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Essa fanfic acabou ficando maior do que pretendia, mas ela vai se tornar bastante especial para mim e espero que vocês gostem. A fic ficou imensa a eu não tive paciência para corrigir, relevem potenciais erros grandes e/ou pequenos. 

Aline e Isa, espero que saia aquilo que vocês imaginaram.  

Para todas as que me leem e sempre me apoiaram: essa fic é para vocês. ❤

*****

- Que outro argumento poderia usar para livrar a cara dele? E dessa vez reconheça! Não fui eu que tomei a iniciativa de soltar seus presos, foi você quem tomou a iniciativa de prender meu cliente!

Ele não havia ido ao apartamento de Helô na intenção de brigar. Ele sabia que havia pegado pesado na entrevista de televisão, mas havia sido a única forma de defender Moretti da opinião pública naquele momento. Enquanto advogado do empresário, fez o que julgou ser o necessário.

E nessa de cruzar linhas éticas para defender seus clientes, ele havia implicado Helô. Não era surpresa eles estarem neste momento gritando um com o outro na sala da delegada. O buquê de flores, já parcialmente destruído, repousava desajeitado na mesma de centro da delegada.

- Se o seu cliente é um risco para a sociedade e isso me foi denunciado, faz parte da minha profissão prender. – a voz dela já estava alterada, Helô falava rápido, como geralmente acontecia quando estava nervosa.

- E faz parte da minha soltar, mas você sempre esquece essa parte porquê te convém. ­– ele disse sério, mas sem elevar o tom de voz.

- Stenio, você sabe tanto quanto eu que o Moretti é um risco! – ela quase gritava, tentando fazer o ex-marido entender - Ele atropelou uma pessoa achando que era o Oto. Você sabe que ameaças dele são avisos!

- Ele só estava desesperado, ele não faria...- ele começou a dizer, mas levou um susto com a delegada interrompendo com um certo desespero na voz.

- Meu deus eu não aguento mais!!!! – ela gritou, se sentando no sofá, escondendo o rosto entre as mãos.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Stenio observava a ex-mulher sem reação. Queria abraçá-la, queria fazê-la entender as coisas pelo ponto de vista dele. Ele sabia que havia feito muitas coisas indefensáveis, mas a última coisa que ele queria era perder Helô. Eles sempre haviam tido essa relação de gato e rato, era natural para eles. De certa forma, ele entendia Heloísa, afinal, também estava exausto disso tudo.

Ele só queria existir ao lado dela, com ela. Helô levantou a cabeça finalmente encarando o homem na sua frente nos olhos

- Eu tô exausta. Eu cansei. Eu não aguento mais ­– havia certa dor na voz dela, como se olhar para Stenio agora fosse penoso. Ele sentiu o peito pesando. Odiava se sentir assim. Ela continuou falando mais calma - Stenio, eu vou te dizer duas coisas de maneira clara: se acontecer algo com Brisa e Oto a partir daqui eu vou botar na tua conta – ela o olhou firme antes de continuar – A segunda...

- Helô – ele tentou interromper, o que só fez ela aumentar o tom de voz por um momento.

- A SEGUNDA É: pega tuas flores e sai dessa casa. – Ela respirou fundo, pensando em tudo que a próxima frase dela poderia significar. Era duro, mas ela precisava. Pelos dois. – Sai dessa casa e não volta. Não volta mais. Eu não quero nem tua sombra pisando aqui dentro.

- Helô, pelo amor de deus...- ele a olhava em desespero, não era assim que esperava que a noite fosse terminar.

- Você tem razão. Esse é teu trabalho, advogado criminalista e tudo. Tá tudo bem, então. Mas eu sou delegada e tem coisas que eu não consigo entender. Não consigo aceitar. E talvez essa seja uma deformação profissional minha – ela disse olhando nos olhos dele, que a olhava sem reação, ainda em pé - E nós dois sabemos que essa história do Moretti tá indo longe demais, tá ficando perigosa demais. Você cruzou linhas para muito além da defesa de um cliente.

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