36. A invasão

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Siena estava trêmula, sentada em sua banheira enquanto a água caia em suas costas. Lembrou-se de como a vida era simples, essa minúscula banheira que por tantas vezes a acolheu tão bem, por exemplo, havia sido motivo de grandes brigas entre Siena e Lily assim que chegaram em Florianópolis.

- Não dá, Lily! Eu não quero pedir dinheiro pra mamãe, esse apê é caro pra caramba e minhas economias estão concentradas na faculdade. - Berrava Siena pra Lily.

- Siena, eu já disse, menos que isso pra mim não rola e outra, o seu estágio dá muito bem pra pagar esse apartamento e sobra! - Respondia Lily com fúria. - Inclusive, não entendo como alguém que estuda contabilidade seja tão mesquinha!!!

- Pois é, eu aprendi a justamente organizar as minhas finanças por causa da faculdade! - Respondeu Siena com ironia.

- Siena, meu padrão de vida é isso. Florianópolis é caro e você me conhece, eu não gosto de viver em qualquer lugar! - Disse Lily com soberba.

- Cara, pra quê você quer um apartamento com duas suítes com banheira? - Siena revirava os olhos.

- Imagina fazer uma skin care, tomar uma taça de vinho e colocar uma playlist perfeita no fim da noite nessa banheira?! Meu Deus... - Lily mordia os lábios. - Vamos ficar com esse apê sim, eu vou falar com a corretora.

- Puta merda, você nunca me escuta mesmo, né!? - Siena insistia.

- Temos que pensar grande, amiga. Daqui a um tempo você estará trabalhando em uma grande companhia e eu?! Virando sócia de um escritório!!! - Os olhos de Lily brilhavam.

- Você, eu tenho certeza que consegue. Você é boa no que faz, basta arranjar um cliente grande o bastante que te torne sócia. Já eu... Duvido muito prosperar. - Disse Siena.

- Ai amiga, ânimo!!! Vamos fazer o seguinte... Você me promete que faz meu café da manhã todos os dias e eu divido os ganhos de forma equalitária, de acordo com os ganhos de cada uma! - Sorriu Lily.

- Ah sua palhaça! - Siena gargalhou. - Trato feito então.

Siena sorriu ao se lembrar desses velhos tempos. Seus devaneios foram cortados por algumas batidas na porta do banheiro.

- Posso entrar? - Pediu Adam.

- P-pode! - Respondeu Siena.

Adam entrou e sua feição mudou, ficou mais acanhado vendo Siena entristecida.

- Você está bem? - Ele perguntou.

- S-sim! Me desculpe pelo que acabou de acontecer, Adam. Pode parecer desculpa, mas não sei o que anda rolando comigo. O sexo virou um gatilho, algo que não consigo controlar. - Respondeu Siena dobrando os joelhos próximo ao queixo.

- Tudo bem, não precisa pedir desculpas.

- Preciso sim... Hoje mesmo fiz o que fiz com Rafael, disse que amava Antony e depois estou transando com você. Eu não sou assim, Adam! - Ela desabafou, sentindo que as lágrimas insistiam em aparecer, mas não saiam dos olhos.

- Olha, acabei fazendo aquilo porque não acho que você deve confiar em Lily... Ou pelo menos não agora!

- Ela é minha amiga, Adam! - Disse Siena brava.

- Eu sei, eu sei... Mas ela também namora Rafael. E se ela contar alguma coisa dos nossos planos? - Adam segurou o queixo de Siena. - Não podemos vacilar, ok?

- Tudo bem! - Ela respondeu cabisbaixa.

- Outra coisa, enquanto você veio pro banho, eu me atrevi a mandar um vídeo do seu colar de Arraia pra um amigo meu que trabalha em um laboratório de Cristalografia no Arizona.

O pecado de SienaOnde histórias criam vida. Descubra agora