- Susan... Como foi lá com o psiquiatra? O que ele disse sobre o meu caso? - ela indagou após se acomodarem a cama.
A outra olhou para esposa e por um instante hesitou no que responder.
A consulta não tinha sido de todo ruim, mas também nada animadora e a mulher não sabia como a esposa ia reagir diante do prognóstico não tão esclarecedor. Contudo não podia lhe esconder as coisas, ainda mais, se estavam relacionadas a própria Emily.
- Quando eu contei ao médico sobre seu caso, ele à primeira vista achou estranha a forma como você perdeu a memória uma vez que, até então, ele nunca tinha visto um caso assim.
- Que ótimo sou uma aberração! - ironizou a mulher erguendo os olhos para o telo.
- Não diga isso! Você não é nenhuma aberração. - com uma voz branda, Susan tocou o braço da esposa, atraindo de volta para si a atenção da outra mulher. - O seu caso é apenas incomum, Emily.
- Ou seja, é o mesmo que eu disse, só que com uma palavra mais bonitinha. -replicou insatisfeita. Susan suspirou. Falar com aquela Emily requeria mais paciência do que com a sua Emily.
- Emily...
- Esse médico disse o que pode ter motivado a
minha repentina amnésia? - a mulher atropelou a fala da esposa, pois tinha a ligeira impressão de que Susan ia the chamar atenção pelo que disse anteriormente. E não querendo entrar em conflito com a mulher, a economista se apressou em lançar-lhe aquela pergunta.
Susan encarou a esposa por um breve instante. Queria comentar sobre o que ela havia dito antes da pergunta, mas optou por não fazê-lo e somente responder a questão lançada por ela para não entrarem em uma possível discussão boba.
- Ele acha que possivelmente essa sua amnésia possa estar atribuída a algo psicológico ou estresse mesmo, já que revelei a ele que os dias que antecederam essa perda de memória, você vinha trabalhando muito mais do que o normal por causa das férias que pretendia tirar em breve.
Emily vinha trabalhando direto, fazendo horas extras e até trazendo trabalho para casa. Tudo para não deixar pendências, e ser incomodada em suas merecidas férias com a família.
- Ele falou se vou recuperar a memória e quando? Emily viu Susan hesitar para responder e ficou temerosa.
Será que ficaria assim para sempre? A mulher já estava a ponto de cobrar uma resposta da esposa, quando Susan se pronunciou.
- O médico precisa primeiro avaliar você pessoalmente e procurar buscar informações sobre algum caso que possa existir e seja semelhante ao seu, pra só então poder dar alguma resposta quanto a essa questão, Emily. Ele também recomendou irmos a um neurologista.
Se havia algo no qual doutor Toshiaki tinha sido evasivo, foi exatamente sobre quanto ao "retorno de lembranças". Por hora, ele afirmou a Susan que não diria nem que sim e nem que não a esse respeito. "Vamos um passo de cada vez!", Foram as palavras dele.
- Ou seja, esse médico não sabe se vou recuperar a memória, não é?
- Ele não disse isso, Emily.
-Mas também não disse o contrário,porque é provável que eu não recupere mesmo.
-Ei! Você tem que ser positiva. Não é porque ele não deu um parecer concreto que isso signifique, que você vá ficar assim pra sempre. Ele só quer primeiro se inteirar do assunto, pra depois nos dar algo mais conclusivo e seguro.
- Sel...
Além do mais, essa foi só a primeira consulta e o primeiro médico. Nós ainda vamos a outros pra buscar novas avaliações. E iremos a quantos forem preciso.
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MEMÓRIAS PERDIDAS - EMISUE
RomanceDuas mulheres apaixonadas e há quinze anos juntas; filhos amorosos e carinhosos; uma verdadeira família feliz. Mas uma inexplicável e súbita perda de memória vai abalar a felicidade dessas pessoas. Sem aparente razão, Emily acorda em uma manhã não s...