03.

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Marília Pov

Segui para o elevador após sair do quarto de Maraisa e aguardei alguns minutos até a porta do mesmo abrir.

Quando vi o corpo esbelto da mulher bonita aparecer, dei um sorriso amigável e um rápido abraço em comprimento.

- Senti saudades, Marília. - Ela disse passando seu braço pelo meu e caminhando comigo até a porta do meu quarto.

Ouvimos um barulho próximo e vi Maraisa sair de seu quarto com sua mochila nas costas.

- Está tudo bem, Maraisa? - Perguntei vendo ela me encarar e logo reparar em Gabriela de braços cruzados comigo.

- Sim, irei atrás de um emprego, retorno para nossa conversa no almoço. Ela falou parecendo um pouco desconfortável.

- Precisa de algo? - Perguntei tentando deixar melhor o clima para ela. - Maraisa, essa é Gabriela.

- Prazer, provavelmente futura esposa dessa mulher. - Gabriela falou esticando a mão direita, ergui a sobrancelha surpresa com sua resposta e sorri notando maior ainda o desconforto de Maraisa, mas preferi me manter quieta.

-Prazer Gabriela. - Maraisa disse rapidamente apertando sua mão e me olhando. - Não se preocupe. Obrigada.

Maraisa seguiu para dentro do elevador e logo sumiu de minha vista. Encarei Gabriela vendo ela erguer os ombros se fazendo de coitada, acabei sorrindo e a levei para dentro de meu quarto já organizado.

Abri uma garrafa de whisky e me servi pensando em como julguei Luísa.

- Bonita menina, Marília. - Gabriela falou com interesse que eu falasse algo a mais.

- Sim, estou ajudando em coisas pessoais dela. Nada demais. - Falei erguendo o copo, a oferecendo. Ela apenas negou. - Pensei que demoraria mais algum tempo para retornar a Nova York.

- Eu ia, só que a formação chegou mais rápido do que o esperado. - Ela disse se levantando e vindo em minha direção, chegando perto de mim e pondo as mãos sobre meu ombro, quase como um abraço, começando a sussurrar pra mim. - Vim saber se você, minha querida, não gostaria de me disponibilizar algum serviço no seu hotel.. além do mais, eu ficaria tão perto de você...

- Eu não tenho interesse em envolvimentos no momento, Gabriela. - Falei dando um beijo calmo em sua testa e me afastando da mulher. - Me deixe seu currículo, posso ver a possibilidade de algo pra você.

- Certo... - Ela falou colocando uma pasta sobre minha cama e se sentando na mesma.

- Se levante, por favor. - Falei. Ela deu de ombros e o fez, se sentando na poltrona.

Eu sempre tive uma conservação muito grande pela minha cama. Eu acredito que a cama da gente é algo muito íntimo nosso para que qualquer pessoa se deite na mesma. Nem mesmo meu ex marido deitava em minha cama, já que eu e o mesmo passamos um tempo em um apartamento quando estávamos juntos. Na minha cama só deitava eu e meu filho.

- Perdão, patroa. - Gabriela falou, me sentei à sua frente.

- Tem onde ficar? - Perguntei com gentileza, ela negou com a cabeça. - Se quiser, posso ver a disponibilidade de um quarto pra você lá embaixo.

- Junto com os outros hóspedes? - Ela perguntou parecendo incomodada.

- No meu andar não tenho quartos disponíveis, os outros dois, são da minha irmã ou mãe. Reservado delas. - Falei com calma.

- Tudo bem, você irá falar com o recepcionista? - Ela perguntou

-Não precisa, lá na recepção você fala diretamente com ele, ai vê o valor da diária, custos e afins. Pode se sentir à vontade. - Falei me levantando e guiando ela até a porta, vendo que ela pareceu meio perplexa com minha fala.

M A R I L I A | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora