M A R I L I A | Malila Adapt.

28.

Maraisa Pov

Quando retornei à mesa, me sentia estranhamente mais leve. Talvez por ter levantado a bandeira branca à Marília.

Ela retornou à mesa, mas estava bem calada, conversava sempre que lhe era dirigido o assunto e às vezes a pegava me encarando, sentia isso. Não a olhava de volta.

Eu a queria tanto.

Mas ao mesmo tempo, a queria longe.

- Oi... você gostaria de dançar comigo? - Ouvi uma voz próxima a nossa mesa, olhei pra cima vendo o rapaz bonito direcionando seu olhar e sorriso envergonhado pra mim. - Me chamo Wendell.

- Por que não?! Claro, vamos lá. - Falei me levantando sem olhar pra trás e segurando na mão do homem, que ousado e avançado, já foi pegando em minha cintura.

Tinha que afastar a Marília da minha mente.

- Qual é o seu nome? - Ele perguntou botando as duas mãos em minha cintura, quando eu coloquei as mãos em seus ombros.

- Me chamo Maraisa. - Falei sorrindo, ele parecia admirado, encantado comigo. Era lindo e gentil.

Mas não era ela.

- Lindo nome. - Ele disse apertando um pouco mais a minha cintura. - Nunca tinha a visto por aqui, meu pai é dono desse bar.

- Impressionante. Já vim algumas vezes, mas faz muito tempo. - Falei, ele concordou dando de ombros.

- Eu não morava em Nova York, morava com minha mãe em Los Angeles, talvez seja por isso então... - Ele disse. - Você não namora... não é?

- Não, eu sou solteira. - Falei sorrindo, ele passou a mão pelo meu rosto e eu não o impedi.

- Melhor ainda. - Ele disse próximo de mim, peguei em seu pescoço com mais firmeza e beijei sua boca, sentindo o homem passar sua mão pela minha coxa e bunda.

Me sentia estranhamente errada.

Passei horas conversando e ficando com Wendell, Marília havia ido embora e eu nem sabia que horas tinha sido isso. Luísa e Maiara estavam tão bêbadas e entretidas, que nem me responderam.

- Amiga, vamos? - Luísa falou já agoniada.

Queria transar.

- Eu a deixo em casa. - Wendell falou rapidamente.

- Podem ir, e não me esperem. - Falei, Luísa ergueu a sobrancelha e me abraçou.

- Tem certeza? - Luísa perguntou em meu ouvido, bem baixinho.

- Sou livre, Lu. - Falei no seu ouvido também, ela concordou meio apreensiva e foi embora com Maiara.

- Posso conhecer a sua casa? - Perguntei sorrindo meio bêbada, ele sorriu me beijando e me puxando pela mão para fora do bar.

—-///—-

Estava nua na cama de Wendell, embaixo de seus cobertores. O homem dormia completamente exausto. Olhei no relógio e ainda marcava 00:00. Suspirei frustrada.

Adoraria dizer que foi ótimo. Foi horrível. Quer dize/r.. ele não era ruim, e eu o fiz ter prazer provavelmente melhor que muitas mulheres que já passaram pela sua vida. Ele parecia um adolescente tendo sua primeira vez. Mas eu mesma... não senti prazer uma vez sequer.

Decepcionante.

Ajeitei minhas coisas e me vesti rapidamente. Nem me despedi ou deixei notícias, nada na verdade. Apenas sai em silêncio e fui para a casa de Luísa quando consegui um táxi.