04.

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Marília Pov

Acordei sentindo uma pontada leve em minha cabeça, provavelmente pelo excesso de bebida ontem. Comecei a beber à tarde e só parei quando já era noite.

Maraisa.

Lembrei de Maraisa bebendo comigo em minha varanda e o quanto eu posso ter sido impulsiva. Talvez perto demais... e até mesmo talvez tenha dado a entender coisa errada.

Eu não me relacionaria com Maraisa. Ela é nova demais, com certeza tem pensamentos diferentes dos meus, não saberia lidar comigo e com minhas coisas. Eu não entro em algo com alguém para uma simples saída ou uma simples noite. Entro com a intenção de ir adiante, coisa séria.

Não iria prender a menina a minha vida com apenas 21 anos de idade. Ela nem merece isso. Estava com a intenção de cuidar e ajudar o futuro dela a ser bom. Um dia sei que, se ela tiver o coração bom, vai me recompensar e me agradecer muito.

Quem faz o bem, recebe o bem.

Me encostei na cama, tentando relaxar as costas. Hoje é domingo, meu dia de descanso e paz.

Peguei meu celular vendo que já passava de 12:00, realmente descansei até tarde. Abri a conversa com um amigo. James. Ele era um dos conselheiros da melhor faculdade de Nova York. Me devia um favor.

Marília Mendonça.
Olá James, como vai? Queria te pedir um favor... Uma pessoa próxima a mim trancou o curso de medicina há um tempo atrás e está precisando retornar. Seria possível disponibilizar uma bolsa integral?

Aguardo seu retorno.

Larguei meu celular logo em seguida. Eu tenho condições de pagar uma faculdade de medicina para Maraisa, sem dúvidas. Mas sinto que a menina nunca aceitaria, ela se sente envergonhada pelas acomodações. Pagar uma faculdade cara seria talvez vergonhoso na posição dela. E eu compreendo.

Caso a bolsa não dê certo. Eu teria que mentir.

Tomei meu banho e quando saí do banheiro, ouvi batidas em minha porta e logo a mesma sendo aberta. Isso só significava uma pessoa

Léo

- Bom dia mamãe. Dormiu bem? - Ele perguntou fechando a porta. Ele estava todo arrumado, franzi o cenho, já que geralmente dia de domingo eu passava mais tarde em seu quarto, o ajudava no banho e a se vestir. Estava arrumado demais para ter feito tudo sozinho.

- Bom dia mi amor. Dormi, e você? Se arrumou sozinho hoje? - Perguntei me sentando na cama e o colocando em meu colo, para sentir seu cheiro gostoso.

- Dormi mãe. Ah, a tia Maraisa bateu na minha porta umas 10 horas, pensei que era você até. Ela tinha esquecido o carregador do celular em meu quarto, mãe. Pedi ajuda a ela, me arrumou e nós descemos juntos para tomar café. - Ele falou de forma rápida. - Fiz errado em não lhe avisar?

- Depende muito. Se é a tia Maraisa ou tia Luísa, tudo bem. Além disso, teria feito errado, mas como não foi nenhum desconhecido. Fez bem. - Falei com calma fazendo carinho em seu cabelo.

- Certo. - Ele disse. - Hoje vamos ao shopping, lembra? Você me prometeu. E eu chamei a tia Maraisa para ir junto.

- E ela disse que iria ? - Perguntei analisando o menino.

- Sim, ela falou que aguarda chamarmos ela lá no quarto dela. - Ele disse. Concordei.

Botei algo na televisão pra que ele assistisse e fui me arrumar, tentei me vestir de forma casual.

Eu nunca saio sem os saltos nos pés.

- Esqueci de te lembrar, seu pai me falou na semana passada que virá buscar essa semana para ficar com ele. Tudo bem por você? - Falei vendo ele me encarar meio desanimado.

M A R I L I A | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora