Vegas

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Virei mais uma dose de tequila assim que Marie pegou o microfone para cantar. Senti a bebida queimar minha garganta e depois estômago. Annie estava ao meu lado, fazendo cara feia também. Essas meninas sabiam como se divertir. As batidas de "dark horse" da Kate Perry começaram a soar pelos altos falantes e então Marie apontou o dedo para Carl, que estava sentado ao lado de James. Eu não sabia que Marie e Carl ficavam. Acho que é essa a expressão que eles usam para determinar o relacionamento deles. Por isso também que Marie estava falando com o James mais cedo sobre Carl passar a mão na bunda de alguém, mas agora não lembro quem. Annie e eu levantamos para dançar de acordo com a batida da música e dar apoio moral para nossa amiga.

Quando a música terminou, Carl foi até onde Marie estava e enfiou a língua na garganta dela. Várias pessoas aplaudiram. Não foi um beijo romântico, foi um beijo do tipo eu-estou-com-tanto-tesão-que-te-comeria-aqui-mesmo. Quente.

James foi até o bar e voltou com três long necks de Corona. Dei um longo gole na minha, o calor estava de matar.

- Vai com calma, você vai ficar bêbada rápido.

- Eu tô... Não bêbada. – Opa, essa frase soou meio distorcida. Repeti com mais convicção. – Eu. Não. Estou. Bêbada.

- Eu. Já. Entendi. – Ele falou pausadamente igual eu e sorriu para mim. Alguém já falou para esse cara que ele é estupidamente lindo? Eu poderia...

Ah não, pensamento de bêbada não! Eu me recuso!

- Hey, vocês duas! – Marie voltou da onde quer que fosse e apontou para eu e Annie. – Acho que já está na hora de vocês se arriscarem também!

- E ai? – Annie olhou-me em expectativa. – Já está bêbada o suficiente?

- Eu posso tomar mais uma dose de tequila e desmaiar?

- Não! – Ela replicou. – Vamos cantar alguma música bem sexy para colocar fogo nesse lugar.

- Eu... Hum... Não sei música sexy. – O que eu disse mesmo?

- Vamos logo! Eu escolho então e você só dança ao meu lado se não souber a letra.

- Virei dançarina do diabo. – Ri para James que sorriu para mim e depois começou a gargalhar.

- Alguém leva essa bebum para o palco logo antes que ela desmaie?

- Não me chama de bebum! – Levantei, cambaleando. – Eu sou uma dama.

- Vai logo! – Marie apontou para o lugar que era um palco improvisado.

Parei ao lado de Annie segurando um microfone. Alguns caras começaram a gritar. Carl e James se levantaram e aplaudiram também. James virou os polegares para cima, dando-me apoio moral.

A batida de "Partition" da Beyoncé tomou conta dos meus ouvidos. Annie virou de costas de estalou os dedos. Meu Deus, isso é vergonhoso até para uma bêbada. De repente, ela virou e começou a cantar. Minha nossa. Marie fez sinal lá de trás para eu cantar também e pela primeira vez na minha vida, eu levei o microfone aos lábios e comecei a cantar de acordo com a letra. A música era fácil, sem tirar que eu ouvia direto. Não demorou nada para meu lado bêbado tomar conta e eu me achar a própria Beyoncé cantando. A adrenalina correndo nas minhas veias, misturada com a emoção de estar fazendo isso e mais os gritos e aplausos dos caras no bar nos deram o gás que estava faltando. Dessa parte para frente, tudo passou como um borrão. Senti Annie passando a mão pelo meu corpo, aquilo era engraçado, mas não era gostoso. Levantei os olhos para James, que me encarava com a cerveja parada na metade do caminho para boca. Seus olhos queimavam e sua boca estava entreaberta. Desci os olhos para seus braços desnudos e tornei a olhar para Annie, que estava quase quebrando a coluna de tanto rebolar na minha frente.

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