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Dong Wook.

Definitivamente, o pior dia da minha vida.

Encaro o escrivão de polícia com o resto de paciência que busquei sabe Deus de onde, relatando os últimos acontecimentos. Há confusão e gritaria, dentro e fora da minha cabeça e meu pescoço dói onde So Hyun me engasgou. Ainda não acredito que ela fez isso comigo sendo que...

— Então você perdeu o controle porque o sr. Shin bateu na sua namorada...

Funcionária! – ela diz, num fio de voz.

— Funcionária, que seja! – o escrivão se corrige, revirando os olhos. – Mas porque não parou quando todos tentaram acabar a briga? Sabe que cometeu um excesso, não sabe?

— Ele queria me matar! – o bastardo grita.

— Ele tinha uma garrafa, senhor! – Ji Ah consegue se sobressair enfim na cacofonia dentro da delegacia. O celular dela tinha descarregado no meio do caminho para a estação de polícia e no meio de acusações e réplicas, enquanto todos estávamos sendo detidos – até quem não tinha participado efetivamente da porradaria –, o homem que eu soquei me acusava de tentativa de homicídioapesar de eu apenas ter quebrado o nariz dele, provocando ferimentos que pareciam muito piores do que realmente eram – e de ânimos exaltados, ela tentava falar algo e não era ouvida até que bateu na mesa do escrivão com violência. – Ele tinha uma garrafa, senhor! Por favor, olhe as imagens, eu gravei tudo.

Então todos ficam em silêncio e há a reprodução em boa resolução dos amigos do Shin brigando, meus funcionários tentando separá-los, ele à parte, quebrando o fundo de uma garrafa de soju no chão e erguendo o caco para enterrar nas costas de qualquer um deles e So Hyun surgindo do nada com um guardanapo para impedir.

Rever aquilo reacende a minha raiva.

O que essa garota tem na cabeça? Se ela se machucasse... Meus punhos se fecham até os nós dos dedos ficarem brancos de novo.

— Vê? Ele poderia ter matado alguém se Wookie e So Hyun não tivessem impedido. A reação do chefe foi legítima defesa! – o escrivão então ergue as sobrancelhas para a parte em que o sr. Shin tenta atingir So Hyun e eu o tiro de perto dela, jogando-o longe e socando-o até que largue a garrafa quebrada.

— Vejo... vejo sim. – o Sr. Shin tenta falar algo, mas é silenciado por outro policial, com uma mão caindo pesada em seu ombro. "Ótimo, que se fodesse bonito esse bastardo imbecil, filho da puta, odioso..." – ... um acordo? – droga. Não ouvi o que disseram, perdido nos meus pensamentos.

Bwo?

— Um acordo entre vocês para que não fique feio em uma ficha policial uma tentativa de homicídio das duas partes. A questão dos bens depredados na briga... essas coisas. Um acordo poderia resolver tudo mais facilmente. – Tae Yul assente para mim, com os polegares erguidos, Ha Jun idem. Os amigos do Sr. Shin só querem ir embora e o pressionam a aceitar.

— Quero uma restrição do Sr. Shin ao meu bar. – digo, sabendo que irei matá-lo se ele aparecer na minha frente de novo.

— Claro. Jang Woo, prepare o documento... – o escrivão pede para alguém e os próximos 40 minutos passam em um borrão em que todos se dispersam e só resta Kim So Hyun, me esperando de cabeça baixa e a postura humilde.

Eu esqueci completamente que teria de levar a encrenca em casa. 

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