The Sea of Hope

•7•

Dong Wook.

O dia de merda tinha virado tarde de merda e estava se tornando noite de merda, por causa daqueles malditos Kim.

Por acaso o contrato de aluguel vendia minha alma junto?

Eu virei babá de todos aqueles desmiolados nas letras miúdas?

Ji Hyun já tinha me feito de otário de dia, So Hyun me passou a perna de tarde e agora Do Hyun me aporrinhava de noite e eu não estava no meu melhor momento. Não podia voltar para o bar depois de ter saído daquele jeito, não podia encarar Do Hyun depois de ter prometido contratar a irmã dele para o Sea e, pior!, não queria nem olhar pra ela depois do vexame com Park Ha Jun.

Bato a cabeça no volante várias vezes, acionando a buzina do carro sem ligar a mínima: o que era mais uma humilhação naquele dia de cão pra quem já estava fodido?

"Aish, eu podia comer meu braço agora."

Do Hyun estava ligando de novo.

— Não se preocupe, eu vou demitir sua irmã. – eu digo, assim que atendo. Estou farto e apenas um dia se passou.

— Não faça isso, você enlouqueceu? A menina está fazendo o trabalho dela direitinho. – ouço o barulho característico do Sea e o burburinho está mais alto.

— Você encheu minha paciência reclamando que ela estava trabalhando em um bar, agora não posso demiti-la? Não estou conseguindo acompanhar.

— Eu fiquei preocupado com essa desmiolada e reagi mal, confesso. Mas o Sea é melhor que uma espelunca qualquer em Itaewon e So Hyun está em boas mãos aqui, perto de pessoas responsáveis. Tae Yul veio pra cima de mim como um gavião enquanto não me reconheceu... – ele dá uma risadinha, como se aquele lenga-lenga entre ele e minha funcionária não fosse tão irritante. – Enfim, você não tem uma irmã mais nova, então não imagina como é difícil aceitar que ela está crescendo e se tornando independente em um lugar tão hostil quanto Seul. Acho que eu preciso pedir desculpas por hoje e, se não for muito incômodo, que tome conta dela. – "Ha! Ele realmente acha que eu vou ser babá da encrenqueira?" – Mamãe vai adorar saber que ela está tendo essa oportunidade no seu estabelecimento.

"Filho da... Aish!"

Usar nossa eomma é um golpe baixo e ele sabe disso.

— Vocês não valem a confusão que causam. – resmungo apenas para ouvi-lo rir de mim. Sim, sou otário, acabo de atestar.

— Onde você se meteu, a propósito? Traga logo a sua bunda magra de volta para cá, So Hyun não deveria voltar sozinha de metrô e o movimento do bar está bem intenso hoje.

— Porque você não leva sua irmã?

— Eu já estou de saída daqui, amanhã tenho uma entrevista na SBC. Acho que o trabalho de PD vai rolar e estou nervoso pra cacete, hyung. – não consigo evitar de sorrir. Aquele merda iria longe na indústria se estivesse na frente das câmeras, com aquele rosto de bunda de neném, mas insistia em ficar por trás, gravando a vida dos outros. Quem era eu para julgar, outro ser abençoado com uma boa aparência e que também não dava a mínima.

— Estou voltando para o Sea, mas não quero mais confusão, Kim Do Hyun. Se a sua irmã me causar problemas de novo, não vou ter pena em demiti-la.

— Claro, claro... como se você não fizesse sempre o que a So Hyun quer... – com outra risada, ele desliga, me deixando pensativo. Eu não tinha um coração mole com ela, claro.

Ou tinha?