The shallow

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Yoo!! Mais um capítulo! Não tem muito o que falar nesse início então... Espero que gostem! kkk

Não se esqueçam de votar caso tenham gostado!

Aproveitem! 💙✨💖
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No meio da noite, podia-se ouvir o som de um programa de televisão passando; um reality show. O apresentador aficionado entretendo o público com suas piadas bestas e apertando o botão de 'risadas' nas horas certas. Um público falso, uma apresentação falsa. O desafio da semana era adivinhar qual era a porta correta; um clássico, que chega até ser maçante. A resposta era sempre a mais óbvia, mas parecia que os competidores gostavam de errar. "É pelo entreterimento", eles diriam. O prêmio era sempre a mesma coisa: dinheiro. Muito dinheiro.

-"Vamos lá, competidor número 2!! Escolha a porta que corresponde à seguinte charada: 'Onde é que tem dois sete, dois zeros?'. Porta A: 7700; Porta B: 2720; Porta C: 2700; ou Porta D: 7720. Vamos lá! O tempo começa... Agora!!" -Gritou o apresentador. 

*tique-taque, tique-taque*

-"Hmm, vamos ver... 'dois, sete... dois, zero', é a porta B!" -Disse o competidor, vitorioso. 

-"Tsc, tsc, tsc... Você errou! A porta correta era a C! Uma simples questão de interpretação de texto. Dois, sete e dois zeroS!" -As risadas do público falso ecoaram pelo estúdio. -"Já que você errou, não ganhará nada! Agora volte para casa e tome um chá! E é melhor estudar também, hein!" -As risadas aumentaram.

Qual era o ponto deste programa? Humilhar, manipular os competidores e divertir os telespectadores? A sensação de que todos que estavam assistindo a este programa, não tinham nada melhor para fazer. Um programa que passa à meia-noite, com certeza essas pessoas não tinham uma vida também. Assistindo TV, apostando em cavalos doentes que apenas correm pela cenoura. Descobrindo como é a vida de uma celebridade através de um aparelho eletrônico; desejando se tornar alguém poderoso e famoso, sem levantar um dedo para torná-lo realidade. 

"Que nojo dessa escória". 

A janela aberta, o cômodo escuro, iluminado apenas pela TV. Uma cozinha suja, com louças cheias de sobras. Latas de Dr Pepper - sabores que ninguém além de uma pessoa compraria - espalhados pelo chão, junto com alguns sacos de batatas. O homem, olhando para a tela a sua frente, com um olhar vazio; sem motivação. Estava fedendo, fazia alguns dias que não tomava banho. Estava tão acima do peso, que tinha dificuldade para se levantar. Ele evitava sair para fora de casa; sendo mais fácil encomendar suas comidas através de serviços online
Atrás de sua poltrona, um vulto segurava uma faca fosca; se aproximando cada vez mais dele. A respiração ofegante, o sorriso torto. Era possível sentir a ponta fria e oleosa da faca em sua barriga. Um só golpe; era tudo que precisava para começar a gotejar um líquido vermelho e quente para fora de sua barriga. O homem tentou gritar, mas o pano em sua boca o impediu. Sua respiração estava dando paradas, não conseguindo, seus olhos começaram a jorrar e as lágrimas começaram a cair. 

"Ele não vai mais incomodar".

O vulto olhou para a televisão, sentindo-se aliviado. Andou em direção a cozinha, ligou o fogão à gás e jogou a faca sobre as chamas ardentes, que dançavam de forma agitada. O cheiro do plástico derretendo; esse era o sinal para se apressar. Subiu para o quarto do homem - que estava lutando para sobreviver - e cobriu suas mãos com um par de luvas pretas. Remexeu em todas as gavetas, olhando por baixo dos lençóis e por cima das mesas. Quando abriu o armário, encontrou o que queria: um pacote de Krokodil. Abriu-se um sorriso de orelha a orelha; deixando escapar uma pequena risada. Logo voltou a ficar sério, como se não tivesse mais graça alguma. 

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