A paz emerge na tormenta

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Boa tarde pessoal!
Eu não esperava trazer uma história novamente para cá tão rápido, mas aqui estamos nós.

Eu estive lendo muitos manhwas de romance histórico e acho que isso me cativou a escrever sobre, então, surgiu essa história.
Não sei quantos capítulos ela vai ter, mas pretendo desenvolver o relacionamento entre os personagens principais e as intrigas políticas e tals.

Quanto as atualizações, elas NÃO vão ser rápidas! Espero que entendam isso.

O único som ouvido entre aquele triste declive de terra eram o bater de metal das espadas, o trotar rápido de cavalos e os gritos em agonia dos soldados que caíam feridos, mas que logo eram calados. O líquido quente e vermelho manchava a grama já inexistente, se misturando e nutrindo a terra sovada.

Se bem olhassem, veriam uma figura envolta em uma mortalha negra flutuando placidamente, olhando de modo vazio os humanos fazendo o que sabem de melhor: matar uns aos outros.

Ali não haviam vencedores, apenas mortos. Sejam eles de corpo ou espírito.

Entre eles estava Iwaizumi, herdeiro do Império de Raabta, no oeste do continente. Uma potência armada, porta de entrada dos grandes comerciantes. Sem a cooperação deles, os demais impérios morrem de fome.

Ele não está ali porque quer, mas porque é seu dever. Sempre foi conhecido por repudiar as batalhas e mesmo sendo homem, se recusou insistentemente a bradar uma espada. Mas não pode mais ignorar isso quando seu pai adoeceu e o reino vizinho começou a se movimentar.

O acordo de paz, selado a cem anos, estava prestes a ruir quando o Rei não podia mais comparecer aos seus compromissos diplomáticos. A guerra se aproximava no horizonte e era só uma questão de tempo.

⊹⊱✫⊰⊹

Em uma planície alagada, agora manchada de vermelho pútrido, está Oikawa. Montado em seu cavalo, ele observa de longe o condutor das tropas inimigas. Não havia um vestígio de pena no seu olhar. Ele matou tanto durante aquelas temporadas, que sequer sente remorso.

A sensação angustiante do sangue quente escorrendo, medo no olhar do inimigo, o brilho se tornando lentamente opaco e o baque surdo do corpo sem vida no chão.

A primeira morte por suas mãos foi um fardo difícil de carregar. Preferia passar os dias sem dormir, a fechar os olhos e relembrar da sua espada atravessando a cabeça do soldado inimigo.

O som do crânio se quebrando ainda era vivido na sua mente.

Mas não havia tempo para relembrar aquilo, pois o exército inimigo se levantava para o confronto.

— HOMENS! COMIGO! — levantou a bandeira com a insígnia do Império de Monte Castelo, chamando os cavaleiros a luta.

O orgulhoso desenho de uma torre, coroada por ramos de oliveira, incitava o dever de defenderem seus ideais. Porém, não teve tempo de atiçar o cavalo. Por um cavaleiro surgiu no horizonte, segurando no alto uma bandeira branca de paz.

— Sua Alteza Imperial! — logo atrás, um dos soldados, o Capitão de Cavalaria Henrico Verona, surgiu exasperado.

— Há algo vindo da capital? — indagou, não tirando os olhos do herdeiro inimigo. Ele parecia ter algo em mãos também.

— Sim. Uma carta de Sua Majestade Imperial, o Rei Seiji — o Príncipe revirou os olhos pelo modo que Henrico ainda costumava chamar seu pai. Mesmo sendo um cavaleiro da Guarda Real de Monte Castelo, jamais deixou de tratá-lo com extrema formalidade.

Era até estranho.

— Me dê — abriu o envelope fechado com um lacre de cera púrpura, usado pela Família Imperial desde o nascimento do império, há 1.500 anos.

Two Heirs - IwaOiOnde histórias criam vida. Descubra agora