Misericórdia está na lâmina de uma espada

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Boa noite, gente!

Desculpem pelo atraso, mas tive um compromisso de última hora e não pude postar o capítulo ontem. Mas aqui estamos nós novamente.

Muito obrigada por acompanharem a história até agora, fiquem com mais essa atualização.

PS: Estão preparados/as para conhecer mais um lado do Oikawa e do Iwaizumi? Hehe



Império de Raabta

Iwaizumi Hajime

Naquela manhã em que meu noivo me acompanhou numa reunião e autorizei junto a ele uma comitiva de boas-vindas e proteção da Frota de Monte Castelo, eu não pensava na catástrofe que se desenrolaria dois dias depois.

Era uma noite qualquer, mas a falta da lua nos impedia de ter certeza do que estava acontecendo na nossa frente enquanto os cascos dos cavalos levantavam poeira na estrada de terra e uma carruagem vazia era puxada na nossa retaguarda.

Estávamos em uma rota lateral, evitando as principais devido aos ataques de bandidos. Meu noivo estava nos acompanhando e parecia bastante imponente no lombo de um marwari¹ puro. Dessa vez, permiti que ele usasse uma espada para sua proteção.

A viagem estava tranquila, e algo nessa tranquilidade parecia me inquietar um pouco.

— Nenhum bandido, nenhum movimento suspeito, nenhum animal se espreitando pela estrada... e você está inquieto meu noivo — Oikawa, que cavalgou ao meu lado por todo o trajeto, se achegou mais a mim, fazendo com que nossas pernas se tocassem com o movimento do trote.

— Você tem razão. Estou ansioso — concordo.

— Pelo que, exatamente?

— Eu não sei. Talvez com medo do que sua irmã possa pensar de mim e de nossos costumes. Até algum tempo atrás nossos Impérios eram inimigos declarados, deixar a rivalidade de lado é difícil e o ressentimento pelas perdas sempre existe — explico.

Não é só isso que me assusta, algo mais está ali, como se eu estivesse pressentindo algo.

— Eu também estou ansioso. Eu não sei exatamente como me portar com Aiko, somos irmãos, mas de forma tão distante, que temo deixá-la desconfortável tocando em assuntos "daquelas terras" — ele diz, de forma meio irônica — E ela não poderá te criticar, não na sua e nem na minha frente. Raabta é minha casa agora e eu não ficarei calado se ela resolvesse insultar os costumes daqui — lhe olho com certa surpresa, já que não esperava isso vindo dele.

— Isso me surpreende, de um jeito bom — respondo, sorrindo.

— Acreditei que esse casamento fosse ser um grande divisor de águas na minha vida, de forma negativa, admito. Mas... — Oikawa me olha e sorri — Tenho sido surpreendido positivamente, apesar de tudo — ri baixinho.

Voltamos a andar em silêncio, aproveitando a viagem. Tudo seguiu de modo tranquilo, mas as coisas começaram a mudar quando ouvi pedidos de socorro ao longe.

— Parem! — levantei uma mão, pedindo o silêncio de todos.

Eu mal podia distinguir, mas parecia uma luta.

— Vamos nos aproximar com cautela — mandei, descendo do cavalo.

O som do trote poderia ser muito alto e chamar uma atenção desnecessária para nós e queríamos exatamente o contrário disso.

Por entre as árvores, fui à frente guiando os homens na escuridão. Por precaução, agarrei o pulso de Oikawa, para que ele ficasse próximo de mim e não se perdesse.

Two Heirs - IwaOiOnde histórias criam vida. Descubra agora