Iceburg

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- S/n, quantas vezes eu vou ter que te pedir para ficar longe desse monte de ferramentas? Olha o seu tamanho!

- Você fala como se fosse muito maior que eu! Só porque é um ano mais velho! - eu disse mostrando a língua - eu também quero ser carpinteira!

- Você só tem 10 anos! E é uma menina! - retrucou Iceburg, o que me fez cerrar os punhos de raiva.

- E você tem só 11 anos e é um menino! - eu disse pisoteando o chão com o pé esquerdo.

Logo Tom chegou para botar "ordem" na discussão, mas minha relação com Iceburg sempre fora assim: nós brigávamos como cão e gato, mas éramos melhores amigos. Muitas brincadeiras, muitas risadas. Muitos dos momentos felizes de minha infância foram graças a ele.

Aí veio a adolescência, que podia ter nos afastado, mas na verdade fez com que estreitássemos os laços: frequentávamos a mesma escola e depois da aula íamos construir algo, fumar cigarros escondidos ou roubar bebidas da velha Kokoro.

E aí eu fiz 18 anos e fui para a universidade. No começo nós dois mantivemos contato através de cartas, mas, com o tempo, perdemos este contato. A distância atrapalhou e nossa amizade nunca mais foi a mesma.

Agora, muitos anos haviam se passado e eu retornava à Water 7. Claramente a primeira coisa que eu faria seria ir até sua oficina para visitá-lo.

Coloquei um vestido que não era nem muito curto nem muito longo, da minha cor favorita. Eu diria que estava apresentável - não excessivamente arrumada, mas também não passaria vergonha.

Cheguei no local e avistei vários construtores indo em várias direções, sons de martelos e conversas paralelas. Perguntei a um deles onde era o escritório de Ice e o mesmo me deu as coordenadas.

Parei em frente à porta. Eu estava tão feliz por tudo que ele havia conquistado, por todos os sonhos que realizou. Eu não sabia o porquê de estar tão nervosa, minhas mãos tremiam, mas respirei fundo e bati na porta até ouvir um "entre".

Iceburg estava com sua cadeira virada pela janela, observando a paisagem.

- Se for sobre a reforma do antigo hotel, eu já conversei com o gerente para iniciarmos o antes possível.

- Não acho que é sobre isso. - murmurei.

O homem girou a cadeira rapidamente para dar de cara comigo.

- S/n?!

- Culpada - eu sorri timidamente observando seus olhos arregalados. Ele estava claramente mais velho, mas suas bochechas coraram de maneira tão adorável que ainda parecia o mesmo garoto de sempre.

- S/n... - ele disse se aproximando lentamente, com uma expressão confusa, como se não acreditasse no que estava em frente aos seus olhos.

De repente ele ficou frente a frente comigo, a diferença de altura mais evidente. Ele encarou meus olhos por alguns segundos antes de colar os lábios nos meus.

Eu cedi por uns instantes, mas logo interrompi o beijo.

- O que é isso? - perguntei para ele, sem ar, totalmente confusa.

- Você não sabe por quanto tempo te esperei.

Eu não resisti e voltei a beijá-lo, dessa vez apaixonadamente. Era como se eu precisasse daquilo, como se ele fosse a felicidade que eu tanto buscava. Os lábios e as línguas se entrelaçavam enquanto ele segurava a mão na minha cintura, praticamente num abraço.

Minha mente corria a mil por hora, mas ao mesmo tempo eu não conseguia pensar em nada que não fosse o homem em minha frente. Eu precisava dele.

[Imagine HOT] One Piece | One Shots (leitora x personagens)Onde histórias criam vida. Descubra agora