Prólogo

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Transilvânia, Romênia. 1536.

Uma série de assassinatos estava ocorrendo na Transilvânia. Os habitantes e autoridades estavam muito preocupados. As vítimas sempre eram encontradas na floresta escura e nebulosa, em seus pescoços haviam mordidas de um ser sobrenatural. Um vampiro. A época do Drácula havia terminado, mas a preocupação e o trauma não desapareceram. Qualquer habitante que possua os traços de um vampiro, com certeza, é o assassino. Mas será que é apenas uma pessoa que está por trás disso?

Deborah e Paul Jacks são um casal de vampiros que estão há muitos anos na Transilvânia. Eles moram em uma distante e escura mansão. Árvores altas e sem folhas enfeitam o local. A neblina é densa, tudo para que eles tivessem muita discrição.

Paul está matando os habitantes para satisfazer sua esposa, que está grávida. Ele corta o pescoço de suas vítimas, tira seu sangue e o coloca em uma garrafa. Como o bebê está prestes à nascer, Paul está fazendo várias caçadas, para que sua esposa e seu filho fiquem saudáveis. Ele se importa muito com Deborah, ela não pode sair da mansão pois a luz solar pode fazer mal a ela, Paul se mataria se algo acontecesse com seu grande amor.

Um pouco longe dali, os moradores estão começando a desconfiar do comportamento estranho do sr. e da sra. Jacks. Como eles habitam uma mansão que fica perto da floresta, é um local perfeito para ocultar os cadáveres. Como o medo falava mais alto, os moradores não tiveram outra escolha a não ser chamar um caçador. Um caçador de vampiros.

Alguns dias se passam, na mansão, Paul corre pelo corredor com uma bacia metálica cheia de água e um pano branco e vai para o quarto de casal. Entrando lá, Deborah segura fortemente as barras da cabeceira da cama e está com a respiração muito ofegante. Estava em trabalho de parto.

-Deborah... Deborah, meu amor, fica calma... Usa toda a sua força para que nosso filho nasça...

-Tudo bem...

Deborah grita de dor e usa sua força para que o bebê saia de seu ventre. Paul grita palavras de incentivo e o suor escorre no rosto de ambos. Longos minutos depois, um choro de bebê se instala no quarto. Paul pega o bebê, olha admirado e revela.

-É uma menina!

-Deixe-me vê-la... -ela pede com a voz ofegante. Paul corta o cordão umbilical da filha, molha o corpo dela para tirar o sangue, cobre ela com uma manta branca e a entrega para a esposa. Deborah fica encantada com a delicadeza da filha, que está quieta e se acostumando com o novo ambiente em que vai viver nos próximos séculos.

-Ela é linda! -ela comenta emocionada. -Os olhos, o nariz, os lábios são perfeitos, perfeitamente desenhados!

-Ela se parece com você... -Paul diz, olhando para as duas. -Qual vai ser o nome dela?

-Eu estava pensando em colocar o nome dela de... Katherine, Katherine Jacks... Minha bela Katherine.

-É um nome lindo... -ele acaricia o rosto da filha. -Você vai ser muito amada, Katherine.

Eles sorriem para a filha e se beijam suavemente. Deborah avisa que vai tomar um banho e deixa Paul e Katherine no quarto. No corredor, ela escuta um barulho vindo do andar de baixo. Ela desce lentamente a escada. A madeira range sob os seus pés, seus passos são lentos e precisos. Depois que ela desce a enorme escada, Deborah observa atentamente a sala de estar. Os móveis estão no lugar, tudo parece calmo. Mas só parece.

Ela escuta outro barulho, olha para cima e vê um homem com uma capa preta segurando um atirador de flechas automático. Deborah fica desesperada, o olhar do homem demonstra fúria e antes que ela pudesse chamar por Paul, o caçador atira e acerta uma flecha na barriga da vampira. Uma lágrima escorre no rosto dela. Não satisfeito, o caçador atira novamente, dessa vez, a flecha acerta o peito de Deborah. Ela sente uma dor imensa, como se tivessem arrancado sua perna. A vampira cai e olha para o teto, à espera de Paul. O caçador olha para Deborah, sorri satisfeito e sai tranquilamente da mansão. Minutos depois, Paul desce rapidamente a escada, vê a esposa caída e grita.

-Deborah!

Ele senta ao lado da esposa, olha horrorizado para as duas flechas presas ao seu corpo e as tira delicadamente. Deborah ainda está com os olhos abertos, mas está respirando ofegante e lágrimas rolam nos rostos de ambos. Paul coloca a cabeça dela em seu colo e pergunta.

-Deborah, meu amor... Quem fez isso com você?

-Um... Um... Caça... Caça...

-Caçador?

-Sim... Paul, eu vou morrer...

-Você não vai morrer, nós vamos criar a nossa filha juntos, meu amor.

-Paul... Cuide da Katherine... Ame ela do mesmo jeito... Que você me ama...

-Deborah, não fala isso, por favor! -ele percebe que Deborah está fechando os olhos e grita desesperado. -Deborah! Deborah, não feche os olhos! Por favor, meu amor, fique viva! Deborah!

É tarde demais. O coração de Deborah pára de bater. Paul berra o nome dela diversas vezes e chora descontroladamente. Ele abraça o corpo da esposa e jura a si mesmo que vai proteger sua filha de tudo e todos, principalmente dos mortais. Agora eles são os piores inimigos de Paul. Horas depois, Paul vai para o quarto de casal e pega Katherine, que está quieta na cama. Ele começa a chorar novamente e ela o olha um pouco assustada, mas não chora.

-A mamãe não está mais entre nós, minha filha... Agora tudo vai mudar, tudo, eu vou te proteger, ninguém vai tocar em você sem que eu permita, principalmente os mortais... Eles são nossos inimigos agora... Bela Katherine.

Histórias de Katherine JacksOnde histórias criam vida. Descubra agora